31.5.08

Amy, volta, estás perdoada

Tribunal Digital Terrestre

Concurso da TDT pode acabar em tribunal (DE, 30/5): A Airplus quer acordar passar o sinal de televisão na rede da PT e, além disso, que o acordo seja tido em conta pela comissão de avaliação do concurso de TDT.

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28.5.08

Quando o telefone toca (na Lusa, de novo)

Conflito entre director e Conselho de Redacção - ERC faz audições surpresa na Lusa (Sol online 28/5) [a propósito: (...) «O CR (Conselho de Redacção da Lusa) tem constatado com preocupação, tanto por relatos de jornalistas como pelo que lhe é dado observar, que o fio noticioso é por vezes marcado por telefonemas exteriores recebidos na agência e não por uma política editorial forte, estudada e em prol da qualidade do serviço a prestar aos clientes»

Lusa governamentalizada à força (Eduardo Cintra Torres, Público, 19 de Abril de 2008)

Dossiê Lusa — A história (quase) toda
(via Clube de Jornalistas): «A Lusa é uma agência paga pelo Estado, o que significa que a sua gestão deve ser clara em todos os aspectos – do pessoal ao financeiro – e a informação que fornece deve ser plural e isenta. O conflito entre o Conselho de Redacção e a direcção de Informação é tudo menos claro, como se conclui da leitura dos documentos que agora publicamos. A única pergunta possível é: de que é que a ERC está à espera?»


Redacção da Lusa acusa director de dar "promoções ilegais"(DN, 23/4/07)

Lusa: de pública a impúdica
(6/1/07)

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"A agência do regime" (não, não será a Lusa)

António Cunha Vaz, no Público, faz um preocupante "Esclarecimento", em Cartas ao Director (24/5): "(...) Em Portugal há uma agência do regime. São adjudicadas tarefas para o Estado sem qualquer transparência. E ou há moralidade..."

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27.5.08

A informação na Lua (e Marte)

No dia em que o homem chegou à Lua o Telejornal do serviço público abria com a inauguração de uma fábrica de cimento. No dia em que a Phoenix chegou a Marte o Telejornal do serviço público lembrou-se do facto ao minuto 30, depois de acidentes rodoviários & etc...

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26.5.08

Quand les réalisateurs s'emparent du 19:30



Jean-Luc Godard livrera son regard sur l'actualité. [Reuters]13.05.2008 16:15
A l'occasion de l'ouverture du 61e Festival de Cannes, la TSR confie l'édition du Journal de 19:30 du mercredi 14 mai à des cinéastes suisses parmi lesquels Jean-Luc Godard. La rédaction du Téléjournal a donné carte blanche aux cinéastes pour porter leur regard sur l'actualité du monde. Jean-Luc Godard, l'emblème de la Nouvelle Vague a accepté en réalisant un court métrage de quelques minutes.
D'autres réalisateurs, comme Denis Rabaglia, Dominique de Rivaz, Lionel Baier, Frédéric Mermoud, Francis Reusser, livreront également des reportages de Paris, Berlin, Zurich, Berne, Genève, Vaud ou Fribourg pour cette édition spéciale que présentera Esther Mamarbachi.
Si certains cinéastes ont déjà commencé à tourner leurs petits films, les autres découvriront leur thème mercredi matin en fonction de l'actualité. C'est la seconde fois que la TSR se livre à une expérience de ce genre. Le 2 mai 2007, en effet, c'est à un cercle d'écrivains qu'Actu avait confié l'édition de son Journal de 19:30.

Até que enfim!

O que salta à vista desarmada de qualquer cidadão, foi agora (51 anos depois!, mas mais vale tarde do que nunca, mesmo apesar de ser apenas uma parte de toda a verdade) analisado por um regulador: Segundo o Relatório de Regulação de 2007 da ERC - RTP, SIC e TVI não cumprem lei da televisão e contrato de concessão (Público online/Lusa, 26/5). As principais conclusões deste Relatório constam do Sumário Executivo. O Relatório encontra-se disponível na íntegra aqui.

Televisões violam limites legais de publicidade (Sol online, 26/5): «(...) De acordo com o documento, nem a RTP 1 nem a RTP2 cumpriram a obrigatoriedade de difundir pelo menos 20 por cento de obras criativas de produção originária em língua portuguesa, tendo os dois canais registado descidas relativamente a 2006.

«A estação pública apresentou também um ‘baixo índice’ de programas formativos, uma ‘quase ausência’ de programas dirigidos aos públicos juvenil e infantil nos dias úteis e para os grupos minoritários, obrigações impostas pelo contrato de concessão de serviço público.»

RTP e privadas acusadas de falharem contrato (Expresso online, 26/5): «Os reparos da Entidade Reguladora aos incumprimentos contratuais das operadoras privadas, assim como às falhas da televisão pública perante as suas obrigações legais são um aviso sério e a tomar em conta. Recorde-se que, de acordo com o estatuto aprovado para a reguladora da Comunicação Social, esta entidade terá uma palavra a dizer na futura renovação dos contratos de licença para os operadores de televisão privada. E as regras são claras: em conta será tido o grau de cumprimento, ao longo dos anos, do contrato assinado com o Estado. O aviso ficou dado.»

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23.5.08

1/2 Preço Certo em Euros da RTP

RTP recebe indemnização compensatória de 480 milhões até 2011 (negócios online, 23/5): «A RTP vai receber, no próximo quadriénio, 480 milhões de euros do Estado como indemnização compensatória pelo serviço público prestado pela operadora. A informação foi hoje divulgada em Diário de República, com os encargos resultantes do contrato de concessão do serviço público a serem repartidos entre 2008 e 2011.»

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"Para que este serviço não sirva interesses privados (...)"

Serviço público de televisão “é importante” (RR, 20/5); Jorge Sampaio, em conversa com Francisco Sarsfield Cabral: «O antigo Presidente da República começa por salientar que “continua a ser importante que haja um serviço público [de televisão] aberto”, mas lembra que é preciso estar atento para que este serviço não sirva interesses privados e se distinga dos restantes canais privados e comerciais.»

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20.5.08

Damásio e a comunicação "funcional"

Conferência para profissionais do marketing e da comunicação - António Damásio explica comportamento humano (Expresso online, 20/5): «Numa mensagem final ao auditório, constituído por profissionais de marketing e comunicação, grupos de comunicação, jornalistas, artistas, médicos e representantes do Ministério da Cultura, António Damásio apelou para que, "além de carros, os profissionais de marketing se empenhem na promoção de políticas educativas e científicas"

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19.5.08

Horror & etc.

O 5º canal ainda vem longe mas já produz efeitos: Albarran volta à SIC - Drama, horror e tragédia (Sol online, 19/5)

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Jornalistas ou "pés de microfone"?

Estatuto profissional do jornalista e liberdade de informação (H. Serra Pereira, do Gabinete Jurídico do Sindicato dos Jornalistas): «(…) os jornalistas estão mais pobres em todas as dimensões: têm menos salário, têm menos direitos, têm menos segurança no emprego; são menos livres enquanto criadores intelectuais.

«Ou seja estão desarmados para poderem assumir, individual ou colectivamente, a responsabilidade social e os valores éticos da sua profissão e a autonomia do seu trabalho. Em muitos casos transformados de mediadores responsáveis entre o acontecimento e o público em meros pés de microfone anunciadores acríticos do acontecimento ou produtores de conteúdos para serem usados à medida dos valores editoriais de quem representa na redacção o poder económico da empresa.

«Concomitantemente, os cidadãos também ficaram mais pobres: com a “domesticação” dos jornalistas e o novo paradigma da informação perderam, de facto, uma informação de qualidade, instrumento indispensável à concretização de um Estado de Direito.

«Nesta perspectiva, gostaria, com referi inicialmente, de deixar à consideração dos ilustres intervenientes neste encontro as seguintes questão: o quadro sumariamente traçado não põe em causa os direitos fundamentais da liberdade de imprensa e do direito à informação? Os órgãos de informação não são hoje totalmente dependentes do poder económico, contrariando o normativo constitucional? O Estado, ao permitir o actual quadro de organização e funcionamento dos media, não comete uma inconstitucionalidade por acção e por omissão.»

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Luta por audiências 'descontrola' RTP

Parecer do Conselho de Opinião da RTP sobre contas de 2007 (DE, 19/5): Luta por audiências levou a um descontrolo nos custos da RTP.

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Quando a RTP assume a incapacidade de cumprir a missão que lhe está cometida

Programa ecológico dobra audiência da RTP 2 (Público, 18/5): «O programa Desafio Verde estreou na noite de domingo passado na RTP 2 e quase duplicou a quota de espectadores que o canal normalmente regista naquele horário. (...) Desafio Verde (um formato já testado noutros países) é apresentado por Sílvia Alberto, que vai a casa de famílias à procura de práticas pouco ecológicas. O objectivo é corrigi-las e mostrar formas simples de poupar tanto o ambiente como a carteira dos consumidores.

«Apesar do sucesso na estreia do programa, o director da RTP 2, Jorge Wemans, diz que apenas estão previstos seis episódios. "Gostava muito de fazer uma segunda série, mas tenho de ter em consideração que não é um programa barato. Está um bocadinho para além do orçamento da RTP 2", esclarece Wemans, adiantando que cada episódio custa "cerca de 20 mil euros". Uma parceria com a Fundação EDP paga "mais de metade" do programa. Para uma segunda série, diz o responsável pelo canal dois da estação pública, seria necessário encontrar um novo patrocinador.»

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Directo ao irrelevante

António Barreto, "A arte da irrelevância" (Público, 4/5): «(…) Os canais de televisão amam os directos. Dá mais proximidade. É mais instantâneo. É mais genuíno. Desastre ou festa, conferência de imprensa ou surto de meningite, tempestade ou atentado terrorista: desde que possível, o enviado ou correspondente faz um directo.

(…)

«Os "casos dramáticos" e as "tragédias humanas" são os preferidos. Suicídio, crime passional, acidente de automóvel, rapto de criança, assalto a banco ou desastre natural são momentos excelentes para os "directos". Mas um caso de tifo numa aldeia, uma intoxicação alimentar, mesmo benigna, numa escola ou um incêndio de pneus velhos num pardieiro também vêm a jeito. Os boletins de notícias tentam começar sempre por aí. Só depois surgem as notícias de interesse geral, os factos políticos, o desporto e, eventualmente, as notícias internacionais. Durante o boletim, quando é possível, a anteceder ou suceder ao espaço publicitário, entram novos casos humanos, aliás, prévia e repetidamente anunciados com tons de sensação. Como os serviços noticiosos duram uma hora na RTP e mais ainda nos outros canais, é necessário encher, "meter chouriços" como se diz no meio, entrevistar espontâneos, ouvir o povo e pôr emoções no ar. Todos nos lembramos do desastre de Castelo de Paiva, que foi o momento crucial de fundação do novo estilo, que já rondava pelas televisões, mas que ainda não tinha o estatuto de pérola profissional. Foi nessa altura que vimos "enviados" a tentar fazer chorar parentes das vítimas ou simples testemunhas e quase agredi-los de microfone em riste. Esta última semana em que todos os canais comemoraram (é o caso de dizer...) o primeiro aniversário do desaparecimento da criança da praia da Luz, uma coincidência pôs logo em agitação as redacções: uma menina de Valpaços teria desaparecido em Matosinhos. As "brigadas" do "directo" apresentaram-se logo ao serviço. Para sua infelicidade, a menina apareceu pouco tempo depois. Foi uma frustração!

«Os serviços de notícias dos três canais ditos "generalistas", sem excepção, são cada vez mais divertimento e espectáculo e cada vez menos informação. Desapareceram os comentários inteligentes e informados. Foram-se os especialistas que podem ajudar a compreender. Acabou o recurso a documentação e arquivo que permita colocar os factos em contexto e percebê-los melhor. A explicação serena e fundamentada foi abolida. As notícias internacionais, quando há, foram resumidas a rumores e resumos incompreensíveis, a não ser que se trate de terrorismo, pedofilia ou grande desastre. As notícias deixaram de ter o tempo necessário de reflexão. Os jornalistas fazem cada vez menos a "edição" das "peças", das imagens e das reportagens dos "enviados" e "metem os brutos", isto é, põem no ar as sequências em bruto, tal como chegaram dos "enviados" ou das agências.

«O"directo" é o maior incentivo à preguiça que se conhece. Dispensa trabalho e reflexão. Não precisa de inteligência ou estudo. É o que existe de melhor como veículo de emoções, até de histerismo. É finalmente o factor de mutação da notícia em espectáculo. É a autorização para não pensar nem investigar. É a troca deliberada, feita pelos editores e pelos jornalistas, de reflexão, do estudo, da investigação e da edição, todo este trabalho que deveriam ser os pergaminhos do jornalismo, pela aparência do imediato, do espectáculo, da concorrência entre canais e do despacho. É o reino das emoções em directo, o contrário mesmo do que deveria ser o bom jornalismo. O "directo" não é a causa primeira, mas é o instrumento de degradação da televisão. É, sobretudo, a destruição da informação e da inteligência.»

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Yo no creo en fantasmas, pero que los hay, los hay

"Grandes planos na Grande Entrevista", Eduardo Cintra Torres (Público, 17/5): «Revi a entrevista de Ferreira Leite para anotar o tipo de planos em que aparecia a candidata e, para comparar, escolhi as duas entrevistas imediatamente anteriores do mesmo programa, a Rui Rio e a Santana Lopes (...) Os resultados são surpreendentes (…). As entrevistas a Lopes e Rio assemelharam-se. A de Lopes não incluiu nenhum primeiro plano nem nenhum grande plano. A realização optou por usar planos médios, largos ou curtos. Rio só surgiu em dois primeiros planos. Na entrevista a Ferreira Leite não houve planos médios largos. Em vez deles, a realização optou por primeiros planos e grandes planos. Tive dificuldade em distinguir entre os planos só com a cabeça e os planos só com o rosto, dado que eram bastante semelhantes, mas julgo que, mesmo com imprecisões na contagem, fica patente a insistência da realização em mostrar muito e de muito perto a cara da candidata social-democrata. Os primeiros planos e grandes planos de Ferreira Leite somaram quase metade (45%) dos planos em que ela apareceu, um valor brutal, não só quando comparado com a sua inexistência nas outras duas entrevistas, mas também com todos os outros programas de entrevistas nos outros canais.

(...)

«A presença esmagadora dos grandes planos de Ferreira Leite é por isso altamente invulgar numa entrevista a um dirigente político. Trata-se aqui de uma originalidade da RTP1. De facto, o realizador quebrou um contrato social, difuso mas vigente, entre a audiência, o mundo político e a televisão: o contrato que rege a distância entre as pessoas. Ferreira Leite é uma política, não é uma personagem ficcional. Também não é actriz ou performer da sociedade do espectáculo. Em geral, a realização respeita a distância que ocorre no mundo real e reprodu-la no mundo televisivo. (...) Judite Sousa disse ao DN (11.05) que Pacheco Pereira "vê fantasmas onde eles não existem", mas o meu levantamento prova que os "fantasmas" existem. Além disso, prova ser falso o que disse a entrevistadora sobre "não haver diferença alguma entre a realização desta entrevista e outras".»

Sobre o tema veja-se o texto, no Público de 10/5, de José Pacheco Pereira: "A Face"

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O que é que os jornalistas têm feito?

«O que é que (...) os jornalistas têm feito?» (perguntava José Manuel Fernandes, a propósito das palavras do Presidente da República sobre o alheamento político dos jovens - cf. Atordoados em frente a um écrã de televisão, Público, 26 de Abril de 2008). E responde: «Na verdade, se não podemos acusar apenas a escola, como alguns fizeram nas primeiras reacções ao discurso presidencial, é bom tentar encontrar no estudo outros elementos que permitam detectar outros "culpados", chamemos-lhes assim. Ora, ao lermos o capítulo sobre a forma como os cidadãos acedem à informação política, verificamos que o fazem sobretudo através da televisão. Mais: o domínio da televisão sobre todos os outros meios de informação coloca pela primeira e única vez Portugal num primeiro lugar: lideramos a tabela da dependência dos cidadãos da televisão para se informarem sobre política. Sem surpresa, o estudo confirma o pouco peso dos jornais (menor ainda entre os mais novos) e da Internet (aqui com mais jovens atentos). Os autores do estudo encontram uma correlação positiva entre o grau de ignorância sobre temas políticos e o consumo dos diferentes meios de informação. Mas como o tema é apenas aflorado, e os elementos disponíveis são escassos, pouco mais poderemos concluir que o consumo excessivo de televisão não favorece a participação cívica e política, nem acrescenta o necessário à cultura política dos cidadãos. É triste, mas é assim, e aqui a culpa não é só dos políticos ou do "sistema".»

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Política a metro, jornalismo a quilómetros

O director de informação da RTP, José Alberto Carvalho, escreve no Expresso (17/5) sobre “Política a metro”, criticando – e bem – uma das soluções perversas do estudo da ERC. E defende:

«Os políticos não dizem "queremos ver mais filósofos na televisão!"
Os políticos não dizem "queremos ver mais cientistas na televisão!"
Os políticos não dizem "queremos mais vida na televisão!"
Os políticos dizem "Estamos pouco na televisão!"»

Ficou foi por esclarecer se os jornalistas ainda dizem, ou dirão um dia, “queremos ver mais jornalismo na televisão”.

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17.5.08

o-caso-do-carro-que-ardeu-no-Calhariz-de-Benfica

Abriu o Jornal da Tarde e por pouco ia abrindo o Telejornal (foi segunda notícia). Afinal andávamos todos enganados. O Jornal do Crime é que é Serviço Público.

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Telejornal-monstro

"O verdadeiro monstro" (Leonel Moura, negocios.pt, 16/5): «No dia do terramoto na China, quando a notícia já circulava o planeta, os nossos telejornais, todos sem excepção, abriram com futebol. A que se seguiram outras coisas muito importantes, apitos, carolinas e tretas. Só lá mais para a frente se concedeu então algum espaço a um terramoto classificado com 7,8 na escala de Richter, ou seja, de grande intensidade, causador de vasta destruição numa área onde vivem mais de 90 milhões de pessoas.

«Não se tratou porém de uma distracção ou de um acidental lapso. Todas os dias as televisões viram o mundo de pernas para o ar, dando destaque a coisas absolutamente irrelevantes, menosprezando ou omitindo a informação realmente útil. Concebidos com base em três grandes pilares, o sensacionalismo, a política e a alarvidade, os telejornais são hoje um cancro social e cultural que mina Portugal e os portugueses, desviando atenções, deprimindo vontades, gerando falsas expectativas.» (sublinhado nosso)

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Futebulações, manipulações, legitimações, ou a cultura telejornalística da irrelevância

J. Pacheco Pereira (Público, Sábado, 17 de Maio de 2008) dá hoje ao seu artigo o talvez mais longo título da história da imprensa portuguesa: «Futebol, futebol, futebol, fumei, pequei, vou deixar de fumar, a Esmeralda entre o pai afectivo e o pai biológico, futebol, directo do acidente na A1 que provocou três feridos, os pais da pequena Maddie, futebol, tenho um cancro-tive um cancro-vou ter um cancro, futebol, futebol, futebol», voltando a incidir sobre o tema da "irrelevância" telejornalística e dos seus modos enquanto sistema de auto-legitimação política.


Escreve José Pacheco Pereira:

«Na última semana, que é igual às últimas semanas, aos últimos meses, aos últimos anos, todos os telejornais em directo foram interrompidos, eu diria mais, foram enchidos, com sucessivas e extensas declarações em directo, sobre as decisões do Conselho Disciplinar da Liga com sanções sobre clubes e dirigentes desportivos, pelo seleccionador nacional anunciando o "plantel", pelo novel director de futebol do Benfica anunciando-se e anunciando umas medidas para o seu clube. A isto acrescenta-se o número de vezes em que quer o "serviço público", quer as privadas dão jogos em horário nobre, atirando as notícias para algures, como se em particular o "serviço público" não tivesse aí obrigações. A RTP é a televisão que mais falta a essas mesmas obrigações, que justificam a superioridade moral do "público" e que, pelos vistos, só serve para receber os muitos milhões que os contribuintes pagam. Mas não é só as vezes em que directos do futebol são o telejornal, é que durante três, quatro dias não nos conseguimos ver livres daquilo. Até aparecer outro directo mais saboroso, temos que assistir a "noticiários" que repetem ad nauseam as mesmas imagens, as mesmas declarações, seguidas por milhões de palavras "escalpelizando" os "factos", em tudo o que é programa de actualidade pela noite fora. O circo está montado na nossa cabeça e nele fazemos o papel do urso amestrado ou dos macaquinhos. Nem sequer o do palhaço pobre.

(...)

«E depois o estendal dos acidentes e doenças. Os acidentes são hoje a única coisa que mobiliza directores de informação, pressionados pelo controlo de custos, a atirar a correr para Freixo de Espada à Cinta o "carro de exteriores" à compita com outros "carros de exteriores", para mostrarem camião virado ou, melhor ainda, um autocarro, ou, se andarem depressa, um ferido a ser desencarcerado, ou um morto na berma. E então se houver crianças feridas ou mortas, melhor ainda para as audiências.

(...)

«A cultura da irrelevância está impante como nunca, espectáculo e pathos brilham no sítio que anteriormente ainda era frequentado, de vez em quando, pela razão, pelo bom senso, pela virtude. Esta é, obviamente, a melhor comunicação social, a melhor televisão para os governos, e o actual cuida bem que não lhe falte dinheiro para as suas quinhentas horas de futebol. Compreende-se: a bola não pensa, é para ser chutada.»

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Efeitos da violência na TV

16.5.08

"In reality, TV contestants turn up losers"

(iht.com, 11/5): "More than 120 participants from a variety of French reality shows have signed up as clients of Jérémie Assous, a young Parisian attorney who specializes in this emerging legal territory for labor rights. In February, he scored an initial victory when a Paris court ruled that three former contestants from "L'ile de la Tentation" should be treated as regular employees (…)"

Conferência Mundial de Economia e Gestão dos Media

8ª Conferência Mundial de Economia e Gestão dos Media - 18 a 20 de Maio - Univ. Católica (Lisboa). Ver Programa.

Serviço Público de Televisão é isto

Exemplo de destreza ecológica (F. Sobral, Correio TV, 9/5): «A ecologia não tem de ser um assunto demasiado sério. ‘Desafio Verde’, na sua irreverência, é o exemplo de como uma espécie de concurso é o verdadeiro serviço público de televisão.

«(…) No seu aspecto inovador e inteligente, ‘Desafio Verde’ não deveria ter sido colocado na RTP 2. É um programa de entretenimento ecológico, chamemos-lhe assim, que é um exemplo do verdadeiro serviço público que a RTP deveria implementar. Ou seja, é um espaço que, por direito, tinha o dever de estar no chamado ‘horário nobre’ da RTP 1.»

Assino por baixo.

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15.5.08

Jel no SXSW






Não percam logo pela 1h30 na SIC Radical a "reportagem" de Jel no South By Southwest (SXSW) 2008, em Austin - Texas. Entretanto, domingo à noite, também na Radical, arranca a nova série de Vai Tudo Abaixo, que tem corrido a preceito: "Ser detido pela Polícia está a tornar-se um hábito" (DN, 14/5). Indo um pouco mais longe, veja-se o Kalashnikov Texas Trailer www.myspace.com/kalashnikovarmy. Os portugueses estiveram em força em Austin: David Fonseca, Kalashnikov, Zé dos Frangos, Norton e Bildmeister

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14.5.08

A 'central' de Sarko

Ou se dignifica o Serviço Público ou então concordo que se feche a loja

Mais um no PSD a defender o fim do Estado na Comunicação Social. Agostinho Branquinho quer Estado sem canais generalistas de rádio e televisão (RTP online/Lusa, 9/5).

«O deputado do PSD Agostinho Branquinho defendeu hoje que o Estado deve deixar de ter canais generalistas de rádio e televisão, limitando a sua presença no meio audiovisual à promoção da língua e cultura portuguesas.

«Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, Agostinho Branquinho defendeu que "os avanços tecnológicos e a nova sociedade de participação em que vivemos não justificam a existência de serviços públicos de rádio e de televisão de carácter generalista".

«O deputado do PSD referiu que o Estado tem "sete canais de rádio em Portugal" e considerou que o canal 1 da RTP "não faz coisa diferente" da SIC e da TVI.

«"Há áreas para a intervenção do serviço público, quer na rádio, quer na televisão, nomeadamente no que diz respeito aos canais internacionais, à divulgação e promoção da língua e da cultura portuguesa no mundo e sobretudo no auxílio à produção de audiovisual em português", advogou.»

Recorde-se recentes declarações de Pedro Passos Coelho: "Acho que não se justifica o Estado deter os canais de televisão que hoje detém" (31/3)

A verdade é que Serviço Público de Televisão, verdadeiramente, salvo numa ou noutra situação, nunca existiu em Portugal ao longo de mais de 50 anos. Tal como está e esteve no passado recente, não se justifica (quando era monopólio ainda se podia dizer que não havia alternativa...). Apliquem-se os milhares de milhões de euros no 'restauro' da Escola Pública e seguramente que Portugal e os portugueses beneficiarão incomensuravelmente mais com isso. Ou então faça-se Serviço Público digno desse nome. A começar, naturalmente, na RTP1.

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"Por Favor, acordem"

Como vê a evolução da comunicação social?

[Responde Almeida Santos, em entrevista a João Marcelino e Paulo Baldaia, no DN de 11/5]:

«É uma das minhas preocupações. Sobretudo a televisão. Ninguém a considera uma escola. E eu considero que a televisão é a escola mais importante e mais influente, na formação e na deformação do ser humano.

(…)

«No primeiro capítulo do meu próximo livro, retomo o título de um livro que publiquei. Por Favor, preocupem-se. Agora é: “Por favor, acordem.” Está tudo a dormir. As pessoas estão em frente à televisão, a ver a telenovela, vão para a cama cansados, no dia seguinte vão para o trabalho, vêm, comem à pressa e vão outra vez para a telenovela... Ou as pessoas acordam ou, então, vamos todos ao fundo.»

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12.5.08

Serviço público, garrafão e couratos

O Irreal já aqui se havia referido ao caso da "Liga dos Últimos" no prime time da RTP1 [ver Por cá... 100 MEuros depois, entra a Liga dos Últimos]

Esta programação do garrafão e do courato foi agora analisada por António Barreto no seu texto "Futebol", publicado domingo, 11/5 no Público. Cito a parte relativa ao programa:

«Há alguns meses, havia um programa que a RTP exibia fora de horas num dos canais de cabo. Creio que era na RTPN. Chamava-se "A Liga dos Últimos". Para quem não viu, trata-se de um programa especial e insólito: segue e faz reportagem dos clubes de futebol das divisões inferiores e distritais. Em vez das glórias internacionais, das transferências de milhões de contos por jogador, das ligas europeias milionárias e das grandes querelas futebolísticas nacionais, tínhamos o "Portugal profundo" e o "verdadeiro povo" dos domingos. O "conceito" é simples: os pobres e os humildes também têm direito. O futebol não é apenas um desporto de ricos e milionários, de urbanos e classes médias, ou de gente bonita que faz as capas das revistas. Não. O futebol é também do povo. Por isso se mostra o povo. Campos de terra batida, jogadores com quarenta anos e barriga proeminente, clubes carregados de dívidas e destreza desportista mais ou menos nula. Jogos de nenhum interesse e de estética duvidosa. Os desafios desenrolam-se por entre enorme gritaria, piadas da plateia e berraria de toda a gente. Por esse programa passam clubes que nunca ganham um desafio, que estão em vésperas de desistir e que por vezes têm dificuldades em alinhar o número adequado de jogadores. Clubes que vão falir pois não têm dinheiro para pagar os balneários ou a electricidade. Clubes que pertencem à dona de um bar ou ao patrão de uma empresa de mudanças com duas camionetas. Não sei por que carga de água, o programa é hoje de "culto". Os urbanos gostam e deliciam-se. Dizem-se ali boçalidades cruas. Toda a gente bebe cerveja a mais. Aquelas brincadeiras de bairro ou de aldeia aspiram agora ao momento de glória que lhes é trazido pelo facto de os novos dirigentes da RTP terem passado o programa para a RTP1, às 21.00 horas de sexta-feira. Pega directamente no telejornal, precede o concurso diário. Continuam as graçolas brejeiras de mau gosto. Os palavrões disfarçados. As ordinarices mais rascas. Reina o machismo mais soez que se pode imaginar. Muita gente é filmada deliberadamente para parecer "feia, porca e má".

«Poderia pensar-se que o programa faz parte da nova "grelha" da RTP, da sua estratégia e das suas novas concepções que preconizam uma televisão popular e divertida, em poucas palavras, uma "televisão para todos", um "verdadeiro serviço público". O que resulta é, além de paradoxal, confrangedor. Não apenas intelectualmente, mas sobretudo social e moralmente. É uma hora de autêntico desprezo social pelos aldeões, pelos provincianos, pelos pobres, pelos gordos, pelos mais velhos, pelos ignorantes e pelos analfabetos. Que, aliás, se oferecem em espectáculo de escárnio. É uma espécie de "racismo social": coitados, tão estúpidos, mas praticam futebol! São tão puros! Tão autênticos!»

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"Showrnalismo"

«(...) E então o jornalista da televisão questiona a razão de as pessoas ficarem em frente à casa onde estão os suspeitos, xingando-os, jogando pedras no carro do avô da menina, num show de histeria coletiva.

«O jornalista não sabe a razão? Pois eu sei. É por causa dele mesmo, de seus colegas, do programa de televisão, dos jornais, rádios e revistas que transformaram o crime e seus personagens – inclusive o prédio – em celebridades.

«Motivada, dona Maria pega um ônibus às seis da manhã e vai até o prédio famoso onde arranja um lugarzinho bom para poder xingar os “assassinos”. Bate fotos com seu celular. Levanta o cartaz onde escreveu sobre o anjinho. Come o sanduíche que levou de casa. Comenta com a comadre sobre a janela de onde foi lançada a menina. Fala da informação exclusiva que recebeu do primo da namorada do vizinho do tio da amiga que trabalha no necrotério.

«Participa da ação. E, se der sorte, é entrevistada pela rede de televisão. Não acrescenta nada, mas tem seus quinze segundos de fama. E incentiva outras centenas de donas-marias, ávidas por aparecer na televisão. E loucas pra ver mais televisão. Que é tudo que a televisão quer.» [Luciano Pires, empauta.net, 3/5/08]

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Anemias e hipertelias da TV

A Crise do Audiovisual Europeu

«(...) uma visão crítica da evolução do audiovisual europeu ao longo dos últimos vinte anos (sensivelmente no período de 1987 a 2007), procurando identificar-se ao longo da obra algumas razões de um impasse e de uma demissão institucional face ao elevados valores da cultura europeia que teimam em não emergir, sobretudo no audiovisual público europeu, que é, como se sabe, tutelado pelos Estados-membros e, também, por muito que não pareça, pela própria União Europeia.»

Lançamento no próximo dia 20 de Maio, terça-feira, às 15h45, na Universidade Católica, em Lisboa, no decorrer da 8ª Conferência Mundial de Economia e Gestão dos Media.

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10.5.08

Os Contemporâneos e o "cómico" residente

M. M. Carrilho, sobre os Contemporâneos, na RTP1 (DN, 10/5): «Por fugaz que seja, por excessivo que pareça, o humor descomprime pressões, afasta temores, corrói lugares comuns. Não há nada mais eficaz para relativizar males e potenciar prazeres do que o humor, essa "faca sem lâmina a que falta o cabo", na inspirada definição de Lichtenberg. Por isso, mesmo sabendo-se que é sempre difícil à imitação impor-se ao modelo que a inspirou (são muitos os exemplos, o melhoral versus a aspirina, a pepsi versus a coca-cola, etc.), fez bem a RTP em apostar nos "contemporâneos". Apesar de ela já ter, à noite de domingo, o seu "cómico" residente...»

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9.5.08

Ciclo “Os Presidentes e a Televisão” na FCSH (act.)

Ciclo de conferências “Os Presidentes e a Televisão” na FCSH: Jorge Sampaio: Media deveriam divulgar os principais anunciantes (Público online, 8/5)


Media: Concentração económica é o maior entrave à liberdade de imprensa (Sapo/Lusa, 8/5)

Sampaio pede maior clareza na relação entre grupos económicos e os media
(Jornal de Negócios online, 8/5)


"Media devem contribuir para cidadania inclusiva" (DN, 9/5)


Economia interfere nas políticas editoriais (JN, 9/5)


Sampaio lembra erro com Santana Lopes (CM, 9/5)


Ex-Presidente Jorge Sampaio fala sobre TV e Media na FCSH


Ramalho Eanes na FCSH: pela 'descolonização' da sociedade civil (act.)


No IrrealTV:

Jorge Sampaio, crítico dos media (14/12/05)

RTP1 não emitiu Comunicação ao País do PR porque tinha no ar O Preço Certo em Euros!
(13/1/06)

Sampaio e a regulação independente dos media
(17/2/06)


Sampaio alerta para os impactes da TV na vida democrática (24/5/06)

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Das alforrecas

«P: Qual é afinal o seu estilo? MMG: Eu sou uma profissional. Não abdico dos princípios da informação. É um bocado pretensioso dizer isto, mas não faço fretes, nunca fiz, daí que o telefone não toque para mim. Não abdico do sentido crítico. Um jornalista sem sentido crítico não é nada, é uma alforreca» [a não perder, entrevista de Manuela Moura Guedes a Joana Amaral Cardoso, Público, 9/5). E ainda: Um estilo que volta à cena para medir o "pulso ao país" (JN, 9/5). MMG volta ao Jornal Nacional da TVI logo à noite.

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BB e o pluralismo do "girassol ideológico português"

«Ora bem: um jornalismo sossegado, preguiçoso, ignorante e até patético tem promovido uma série de medíocres, nos mais amplos sectores da sociedade portuguesa. A crítica dos valores suicidou-se com funambulismos verbais. Na política, apenas têm permissão de audiência duas componentes do girassol ideológico português – se há, de facto, “ideologia” no PS e no PSD. O paradigma daquele programa, “Quadratura do Círculo”, no qual as três vozes soam a uníssono, constitui um pluralismo inventado numa “realidade” de metáfora.» [Baptista Bastos, "As mitologias de segunda ordem", Jornal de Negócios, 9 Novembro 2007.

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"Memórias do cárcere nos anos 80"

6.5.08

O segundo afunilamento do sr. director de informação

The Price of Plurality

The Price of Plurality - Choice, Diversity and Broadcasting Institutions in the Digital Age (Edited by Tim Gardam and David A. L. Levy), Reuters Institute for the Study of Journalism, Oxford, 2008.

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5.5.08

Ex-Presidente Jorge Sampaio fala sobre TV e Media na FCSH

Quinta-feira, 8 de Maio, às 12 horas

FCSH, Lisboa, Av. de Berna, 26-C, Auditório 1 (Edifício B – Torre)

Organização: Departamento de Ciências da Comunicação (FCSH-UNL)

De acordo com o perfil disponível no próprio site da Presidência da República, Jorge Sampaio ganha protagonismo na história recente portuguesa ainda na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde desenvolveu relevante actividade académica e uma persistente acção política de oposição à Ditadura no início dos anos 60.

Inicia a sua actividade profissional, enquanto advogado, como defensor de presos políticos e em 1969 é candidato à Assembleia Nacional nas listas da CDE. Após a Revolução do 25 de Abril de 1974, é um dos fundadores do MES, mais tarde integra a “Intervenção Socialista” e por essa altura, em Março de 1975, é nomeado Secretário de Estado da Cooperação Externa, no IV Governo Provisório.

Em 1978, Jorge Sampaio adere ao partido Socialista e, em 1979, é eleito deputado à Assembleia da República. Durante os anos 80 tem funções de destaque no grupo parlamentar socialista.

Ascende a Secretário-Geral do Partido Socialista no período 1989-1991, período em que assumiu também a presidência da Câmara Municipal de Lisboa (1989), tendo sido reeleito em 1993, com base num programa que integrava uma nova visão estratégica para Lisboa.

Pouco mais tarde (1995) apresenta a sua candidatura às presidenciais, tendo sido eleito Presidente da República a 14 de Janeiro de 1996 e reeleito a 14 de Janeiro de 2001, sempre à primeira volta, tendo pugnado nos seus mandatos por uma magistratura fortemente empenhada e dedicada aos grandes desafios que se colocam à sociedade portuguesa. As suas intervenções presidenciais estão reunidas nos livros Portugueses I, II, III, IV, V e VI, disponíveis online no site da PR.

Em 2006 o ex-PR, a convite do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, é nomeado “enviado especial” do plano da ONU na luta contra a tuberculose e em 2007 passa a ser o “Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações”, a convite do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon.

A ideia para este Ciclo de Conferências surgiu há pouco mais de um ano atrás, no contexto da comemoração dos 50 anos da televisão em Portugal, numa altura em que praticamente também se iniciava a renovação das licenças das televisões privadas em Portugal.

Nesse contexto, o desafio a que nos propusemos era, no fundo, procurar enquadrar o debate que foi sendo feito na altura com uma nova proposta, ou seja, ouvir os mais altos magistrados da Nação das últimas três décadas, sobre a sua percepção da relação entre a televisão e a sociedade portuguesa na emergência da nossa jovem democracia.

Sendo certo que, dada a sua particular especificidade, a televisão tem ainda hoje uma enorme influência na sociedade portuguesa, devido, entre outros factores, à débil expressão de leitura de imprensa, à quase inexistente educação para os média, e aos índices ainda elevados de analfabetismo e iliteracia, este era, sem dúvida, para nós, um debate adequado à importância e sobretudo à grande influência da televisão junto dos portugueses.

Daí esta proposta de ouvir a opinião dos ex-Presidentes da República sobre diferentes aspectos dessa interacção entre o fenómeno televisivo e a sociedade portuguesa, com base na sua própria experiência e na sua observação privilegiada.

Após a conferência do ex-Presidente da República Ramalho Eanes é então a vez de ouvir Jorge Sampaio e conhecer a sua visão dos media e da televisão na sua relação com a sociedade portuguesa, a partir da sua experiência muito particular, enquanto Presidente da República, ao longo do período 1996-2006.

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Conferência integrada no Ciclo "Os Presidentes e a Televisão" - reflexão dos ex-Presidentes da República portuguesa sobre a Televisão, nas suas múltiplas dimensões – histórica, política, social, institucional, também sob o ponto de vista do pluralismo, da ética de antena, do contributo da televisão pública e privada para a cidadania e para os desafios que se colocam ao país. Coordenação do Ciclo: Francisco Rui Cádima (DCC-FCSH); Email: frcadima@fcsh.unl.pt

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4.5.08

Democracia, media, cidadania, em Portugal

Democracia portuguesa é das piores da Europa (DN, 4/5) Ou seja, a mancha salazarista paira como um espectro sobre as nossas cabeças, daí que, segundo o estudo da Demos: "as instituições políticas formais estão pouco cercadas de associações cívicas que as escrutinem".

Ameaças à liberdade de imprensa em Portugal

Liberdade de expressão cai em Portugal

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3.5.08

MADDIE

Ameaças à liberdade de imprensa em Portugal

SJ organiza encontro para debater precariedade: O Sindicato dos Jornalistas assinala sábado o Dia da Liberdade de Imprensa com um encontro nacional de jornalistas freelance e precários, disse à agência Lusa o presidente do SJ, Alfredo Maia (Sol online, 2/5). Liberdade de imprensa em Portugal suscita alguns reparos (JN, 3/5)

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1.5.08

Liberdade de expressão cai em Portugal

Liberdade de expressão cai em Portugal (DN, 1/5): «Em 2007, o ambiente para os jornalistas agravou-se no mundo inteiro, revela relatório da organização norte-americana Freedom House, segundo o qual a melhor situação é a da Europa Ocidental, apesar do declínio em Portugal, Malta e Turquia.

«Portugal aparece criticado por causa do novo Estatuto do Jornalista, que dá aos empregadores o direito de reutilização de um trabalho nos 30 dias seguintes à publicação inicial, sem proceder a pagamentos extras.

«O presidente do Sindicato dos Jornalistas considerou "claramente insuficiente" a análise do relatório. Segundo a Lusa, Alfredo Maia diz que "seria importante que relatórios como este mencionassem mais as condições de produção dos media, porque são elas que determinam o grau de liberdade de imprensa, não apenas no que diz respeito aos jornalistas, mas também às notícias que são publicadas".» Press Freedom in 2007: A Year of Global Decline - Overview Essay


Estatuto, ética e deontologia:

Inconstitucionalidades no Estatuto do Jornalista

FEJ contra Estatuto do Jornalista

Estatuto recauchutado

Estatuto viola Constituição

Jornalistas contra o Estatuto

AR aprova Estatuto do Jornalista

Estatuto do jornalista, fontes & etc

Ameaças à liberdade editorial (act.)

"Jornalismo" e promiscuidades

As três propostas de revisão do Estatuto do Jornalista seguem para a Comissão (SJ online)

Proposta do PS altera a quebra do sigilo (DN, 28.2.07)

SJ critica posição do PS na revisão do Estatuto do Jornalista (28.2.07)

Projectos de alteração ao Estatuto do Jornalista aprovados no Parlamento (Público online, 1.2.07)

Parlamento vota Estatuto do Jornalista a 1 de Fevereiro (SJ)

SJ reforça apelo ao consenso devido a projecto do Bloco de Esquerda

SJ apela ao consenso na revisão do Estatuto do Jornalista

Discussão da proposta de lei do Estatuto do Jornalista: Direitos de autor e sigilo profissional dominaram debate (JN, 27.1.07). Intervenção do Ministro dos Assuntos Parlamentares no debate da Proposta de Lei que Altera o Estatuto do Jornalista, na Assembleia da República.

A 'central invisível', segundo o Público

FIJ e FEJ criticam alterações ao Estatuto do Jornalista em Portugal

Declinação (grátis) de conteúdos (a pagamento e com pub)

Jornalismo e jornalistas em Portugal: que direitos, que independência, que credibilidade?

O Jornalismo em Portugal face aos futuros Estatuto e Lei da Concentração: que independência, que autonomia, que direitos?

Sindicato considera proposta "um retrocesso grave" (JN, 21.9.06)

Arons de Carvalho ataca Sindicato (CM, 21.9.06)

Sindicato: novo Estatuto dos Jornalistas é uma ameaça à liberdade e à diversidade informativa.

Novo estatuto dos jornalistas divide partidos da oposição mas nenhum apoia

Parlamento inicia hoje audições sobre Estatuto do Jornalista

Estatuto do Jornalista: petição contra alterações já tem mais de 1500 assinaturas

O Estatuto, o jornalista e a caricatura dele

Vai assessor, vem jornalista

Assessores de comunicação vs. Jornalistas

Se eles já o fazem nos media, por que não fazê-lo antes nos corredores do poder?

..."Mas esta absoluta promiscuidade chegou a receber o apoio da classe"...

Ainda as incompatibilidades do jornalismo

Mistérios à volta do novo Estatuto dos Jornalistas

Aprovado novo Estatuto dos Jornalistas

Jornalistas vs. propagandistas: período de nojo ou cortar o mal ...

Como retratar no Estatuto dos Jornalistas a incompatibilidade ...

Estatuto dos Jornalistas: a cláusula da vergonha

Promiscuidade, até quando?

'SJ lança repto a Carrilho em defesa do jornalismo responsável'

«Carrilho pôs em causa 'dignidade dos jornalistas'»

A "peste branca" da TV portuguesa terá tratamento adequado da ERC?

À pergunta de ontem, nem meia resposta...

Só uma pergunta para logo à noite (Prós e Contras)

Jornalismo “tablóide” e/ou sensacionalista nas Televisões

Se os jornalistas esquecerem o monstro das audiências...

Jornalistas portugueses com más experiências no pós-25 de Abril

Direitos de autor dos jornalistas pouco protegidos

Jornalistas e Código Penal, ainda o dissenso

Os jornalistas eo 'crime' da descoberta da verdade

Sobre o novo critério editorial vigente: 'isto vende ou isto não ...

Emídio Rangel eo jornalismo sujo Patrões, "capatazes" e jornalistas

'Fretismo' ou a doença infantil do jornalismo

A 'frase' de EPC

O desassombro de Mestrinho, ou o ‘delito de opinião’ na TVI

Quem "domestica" quem?

O que restará ainda de jornalismo no jornalismo?

O caso Rui Dias José (RDP)

'Macho-media' e Cidadania

"Onde estavam eles quando suspenderam os 'Afectos' de João Carreira Bom...

Ainda o 'infotainment'

O Acordo discriminador (para memória futura)

Telejornal -‘112’

Jorge Sampaio, crítico dos media

O que escreveria Roland Barthes, hoje, nas novas barricadas de Paris?

Espiral de silêncios

Jornalismo (e autarquias) do Fim do Mundo

A 'agenda' de Fátima F.

O fogo é a linguagem

Entrevista a Barata-Feyo: "Jornalismo: da moda ao negócio"

Schmock, ou o triunfo do jornalismo

O 'tele-arrastão'

As pechas do jornalismo


-- Um caso recente - a Lusa

Lusa governamentalizada à força (Eduardo Cintra Torres, Público, 19 de Abril de 2008)

Dossiê Lusa — A história (quase) toda
(via Clube de Jornalistas): «A Lusa é uma agência paga pelo Estado, o que significa que a sua gestão deve ser clara em todos os aspectos – do pessoal ao financeiro – e a informação que fornece deve ser plural e isenta. O conflito entre o Conselho de Redacção e a direcção de Informação é tudo menos claro, como se conclui da leitura dos documentos que agora publicamos. A única pergunta possível é: de que é que a ERC está à espera?»

-- Outro caso recente - a RDP

Relatório do Provedor da RDP relativo a 2007, «em defesa do serviço público de rádio, que neste momento não está a ser cumprido. Serve interesses do Estado e de empresas», segundo o próprio. Ver também Provedor da RDP defende que a rádio pública se tornou no "parente pobre" da RTP (Público online, 30/4)

-- Ainda outro caso recente - o Pluralismo na RTP:

Violação do dever de pluralismo da RTP (2002-2008)

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