O 'tele-arrastão'
O arrastão que não houve
«Diana Andringa apresentou, quarta-feira, na Videoteca de Lisboa, "uma pequena investigação" sobre o "arrastão" de Carcavelos, em 10 de Junho passado. O vídeo desmontou a ligeireza com que os canais generalistas - e os jornais, no seu rasto - construíram um acontecimento que esteve muito longe de assumir a dimensão que os media lhe imprimiram.
«Os comentários de José Rebelo e Rui Pena Pires (lSCTE) Miguel Gaspar (crítico de televisão no Diário de Notícias) e Nuno Guedes (uma excepção no tratamento do assunto, em A Capital), mostraram que, ao renunciarem à análise crítica das fontes, os media contribuíram para a credibilização da ideia de que o crime está ligada à cor da pele. Assim favorecendo tomadas de posição políticas securitárias.
«Três circunstâncias tornaram esta iniciativa significativa: Diana Andringa - antiga presidente do Sindicato dos Jornalistas - não exerce actualmente a profissão; nenhuma televisão fez este trabalho ou algo semelhante; três semanas depois, e apesar dos desmentidos policiais da primeira versão, os media continuam sem pedir desculpa do erro.
«A autora assumiu o carácter "militante" do seu trabalho. Mas o que ressalta nele - como em outros surgidos fora do campo do jornalismo tradicional, seja em blogues, seja no âmbito do "jornalismo cívico", em que este documentário se poderá inserir - é o questionamento que faz a práticas do jornalismo profissional, hoje.
«O Clube de Jornalistas vai organizar um debate. É possível que nenhum canal se disponha a passar o trabalho na íntegra?».
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