O campo da concentração
Se é um facto que, teoricamente, alguma concentração do negócio é necessária, por forma a que empresas e grupos criem mecanismos de consolidação industrial, tecnológica e de inovação, a verdade é que a prática dá sinais e demonstra que essa consolidação se tem vindo a colocar, de um modo geral, numa posição de alguma incompatibilidade face à liberdade editorial, e por conseguinte, face à independência dos media.
Este facto, deve anular, só por si, qualquer veleidade do legislador em condescender face à tendência, fabricada pelos próprios media, para maior concentração sectorial e intersectorial sem garantias de reforço da liberdade editorial, da independência e do pluralismo dos media face aos próprios grupos editoriais, grupos económicos, grupos de interesses, campo político-partidário, etc.
De facto, só alguns conteúdos é que parecem interessantes para os negócios. Desses, estão os media cheios.
Este modelo ‘mediático’ inscreve-se claramente numa lógica do ‘concentracionário’ – perigosa para a ordem democrática, que se poderia traduzir, neste caso, pela criação de um obstáculo, aparentemente inerte (uma espécie de magma que se move mas que não se vê), ao pluralismo e à liberdade de expressão e editorial.
Donde, ou o campo dos media dá sinais claros de irradicar o ‘sistema’ das ‘vozes dos donos’ e dos ‘porta vozes oficiais’, privilegiando o desassombramento e a independência editorial, acima de qualquer suspeita, ou a concentração torna-se concentracionário – e aí, contra o ‘campo da concentração’, completamente contra, que venham mil ‘tsunamis’ de desconcentração – nem que sejam blogues...
Sobre este tópico ver ainda os seguintes posts:
Concentração dos media
Concentração dos media – alguns links
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