4.9.05

O fogo é a linguagem

A (re)ler, texto de José Luís Garcia, no Público de ontem - 'O fogo é a mensagem' (só assinantes): «As televisões passam e repassam as imagens dos fogos até à exaustão. Se o público dá sinais de cansaço, procuram aumentar a intensidade do drama até à próxima desgraça. Depois do caso Casa Pia, o suposto arrastão, enquanto não vem o terrível fascínio das chamas de Verão. É como alguém que para se fazer ouvir grita cada vez mais alto, até que o ruído torna tudo inaudível.»

Ainda sobre os fogos telejornalísticos, ver Pedro d'Anunciação, crítico de TV do Expresso: «(...) Na televisão portuguesa a exploração irracional de emoções, contribuindo para o clima depressivo nacional, tornou-se constante (...) no dia em que os telediários portugueses tiverem a duração normal de meia hora, também os nossos editores de televisão passarão a imbuir-se de critérios jornalísticos para a selecção de notícias». A propósito, um pequeno dossier do CM, «Noticiários em queda».

Leia-se finalmente João Lopes, no DN de hoje, 'A linguagem somos nós': «(... por vezes, parece que os jornalistas televisivos se demitiram de interrogar os seus métodos e, portanto, as suas linguagens.»


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