TV - o bom ‘combustível’ da ‘indústria dos incêndios’
Também no Público, existe uma outra peça essencial para se compreender o problema: «Psicólogo afirma que imagens podem ser estímulo para "mentes mais excitáveis"». Duas peças que ajudarão certamente José Gomes Ferreira, sub-director da SIC a perceber melhor o desastre informativo que o seu canal passa todas as noites (e não só a SIC, naturalmente), sobre os incêndios (veja-se o seu texto «A indústria dos incêndios»).
O Expresso de hoje, na pág. 2 («Costa apaga fogo»), cita um estudo do Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais e da Universidade do Minho que conclui: «Solteiros, com idades entre os 28 e os 38 anos, ainda a viverem na casa dos pais, sem trabalho fixo, com hábitos de consumo de álcool e/ou drogas, problemas psicológicos e níveis baixos de inteligência, que os levaram a deixar a escola no fim do 6.° ano (o antigo ciclo preparatório). É este o perfil dos incendiários portugueses, a maioria dos quais é condenada pelos tribunais em penas de multa, apesar de o Código Penal punir o crime com prisão entre os 3 e os 10 anos(...). Não têm tendências pirómanas, nem pertencem a redes organizadas, mas são reincidentes. Agem sobretudo por vingança ou retaliação contra familiares, vizinhos, patrões, ou mesmo contra a comunidade. Embora sejam em geral pessoas pouco violentas, sentem-se excluídas por várias razões: desemprego ou ocupação profissional incerta, situação familiar instável, problemas de alcoolismo ou toxicodependência».
Com um «perfil» destes, os erros que se cometem na informação televisiva, principalmente com a submissão de editores e repórteres ao espectáculo do fogo, são o melhor combustível para os incêndios.
Flash back:
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