8.4.07

"Jornalismo" e promiscuidades

Rui Araújo, Provedor do Público, 08.04.2007, escreve sobre Ralações públicas: "Um dos princípios do jornalismo (e não só) é a transparência, definitivamente. O PÚBLICO noticiou no passado sábado (10/03/2007) os planos para o futuro da Universidade de Évora. Confesso ter ficado boquiaberto pelo facto de a notícia ser assinada por uma jornalista que, pelo menos uma semana antes, ainda estava a fazer assessoria para a mesma Universidade de Évora."

"Solicitei esclarecimentos (diz Rui Araújo) a José Manuel Fernandes."

"PROVEDOR: Há ex-assessores de gabinetes de Relações Públicas a escrever notícias sobre as instituições onde trabalharam. Qual é a política editorial do PÚBLICO?

"DIRECTOR: A política do PÚBLICO é clara: não podem fazê-lo. Não podem fazê-lo nunca? Não podem pelo menos durante um período suficientemente largo de tempo para que deixe de haver qualquer potencial conflito de interesses, o que pode significar vários anos. Por princípio o jornal não aceita conceder licenças sem vencimento a jornalistas para irem desempenhar cargos de assessoria: quem opta por aceitar um convite desse tipo tem de pedir a rescisão do seu contrato de trabalho. A única vez em que um jornalista do quadro do jornal, depois de ter sido assessor num partido político, pôde regressar ao jornal foi colocado numa secção sem qualquer relação com a secção de Política. Mesmo assim a experiência não foi boa e não tencionamos repeti-la."

Pois é...

Entretanto, soube-se via DN (8.4.07), que um dos assessores de Sócrates, David Damião, ex-jornalista da RDP e da RR, ex-assessor de Guterres, pretendeu voltar à RR no fim do guterrismo, mas "aparentemente, a estação tem a tradição de não aceitar de volta jornalistas que foram para assessores". E bem, se é realmente assim. Uma regra que deveria ser inscrita no próprio Estatuto dos Jornalistas, para uma maior transparência no sector dos media.

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