7.4.07

Quem espera por sapatos de defunto... (Media e Poder)

José Pacheco Pereira (Público, 07.04.2007), na crónica "À espera que o assunto morra por si...", acha que "o silêncio e isolamento forçado do PÚBLICO são uma face negra da situação da nossa comunicação social" e vira-se para várias subserviências das práticas para-jornalísticas ao poder reinante, esquecendo-se porventura que o drama não é novo nem é de agora...

E pergunta-se: "(...) por que razão muitos jornais e acima de tudo as televisões, com relevo para a RTP, entenderam pelo seu gritante silêncio que o PÚBLICO tinha feito "jornalismo de sarjeta" indigno de ser citado? (...) Seria interessante saber por que critérios jornalísticos tal não foi feito, em particular pela parte da comunicação social que os portugueses pagam com os seus impostos e está sujeita ao governo, a RTP. Mais uma vez, a análise da cobertura televisiva da RTP, primeiro censória, depois desculpatória, revela a governamentalização do "serviço público" (...) o que sobrará de toda esta questão é bem mais grave do que saber se José Sócrates é ou não engenheiro, agente técnico, ou estudante finalista: é o modo como a comunicação social se coloca perante o poder socialista." Melhor: o modo como a comunicação social se coloca perante o poder, seja ele qual for.

Vasco Pulido Valente, na véspera, no seu peculiar estilo, foi arrasador face às actuais relações poder/media. Ler "Política de informação" (Público, 6.4.07). E Constança Cunha e Sá por aí andou também (Público, 5.4.07) com As pressões de uma licenciatura. Pode-se concordar ou discordar, não convém é fazer de conta que os sinais críticos não estão aí. Veja-se ainda a propósito as crónicas de Pedro Lomba Mais calma, sr. primeiro-ministro e de João Miguel Tavares O UnIgate de José Sócrates no DN de 7.4.07.

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