30.1.07

Depois da pública RTP, o anónimo SMS. A 'ressalarização' continua

29.1.07

Internet revolucionará a TV

Internet revolucionará TV em 5 anos, diz Bill Gates (Reuters/Estadão online, 28.2.07): «A internet revolucionará a televisão em cinco anos por causa da explosão do conteúdo de vídeo online e da fusão dos computadores com os aparelhos de TV, disse o presidente da Microsoft, Bill Gates, no sábado.
«'Estou espantado ao ver que as pessoas não percebem que, daqui a cinco anos, todos vão rir do que temos na TV', disse ele a líderes empresariais e políticos no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
«A ascensão da internet de alta velocidade e a popularidade de sites de vídeo como o YouTube (da Google) já estão causando um declínio mundial no número de horas gasto por jovens em frente à televisão.
«E nos próximos anos, cada vez mais espectadores vão buscar a flexibilidade do vídeo online e abandonar a televisão convencional, com sua programação fixa e comerciais que interrompem os programas, disse Gates. (...)
«O co-fundador do YouTube, Chad Hurley, disse que o impacto na publicidade será profundo. O futuro promete mais comerciais direcionados, feitos especialmente para o perfil de cada espectador, segundo ele. 'Nos próximos meses, vamos realizar experiências para ver como as pessoas interagem com esses comerciais, para criar um modelo eficaz que funcione para os anunciantes e os espectadores', disse Hurley.»

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28.1.07

Tele-justiça

João Lopes, Tribunal caseiro (DN, 28.1.07): "Sempre que, num debate televisivo, alguém tenta questionar o papel da televisão nessa reconstrução populista da justiça (...)

Onde está o Camilo?

"Camilo está mais escondido na telenovela do que o Wally entre mil bonecos" (Olho Vivo de Eduardo Cintra Torres, sobre Paixões Proibidas). (...) "Com tal encharcamento da TV pela telenovela, saúdo a série Nome de Código: Sintra (RTP1)".

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27.1.07

Indústria televisiva

Corria o ano de 1983 e pela RTP a coisa, para não variar, não estava nada boa. Recupera-se esta actualíssima 'linha de montagem' de aparelhos-ideológicos-acima-de-qualquer-suspeita que António desenhava para a edição do Expresso de 24 de Setembro. A liberalização ainda vinha longe, mas saltava também à vista que 'mais televisão' era já 'mais do mesmo'.

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25.1.07

Aparecer ou não aparecer na TV, eis a questão (ainda os Tempos de Antena)

(RTP online/Lusa, 25.1.07): «O projecto-lei do PSD que pretende a reposição da emissão dos tempos de antena da RTP "colados" ao Telejornal foi aprovado na generalidade, com a abstenção do PS e votos favoráveis das restantes bancadas.
«No entanto, os socialistas inviabilizaram um pedido do PSD para que o d iploma fosse hoje votado também na especialidade e em votação final global, defe ndendo que o Parlamento deve dar à RTP a oportunidade de "acatar" a recomendação da Entidade Reguladora da Comunicação Social.
«A Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) manifestou- se quarta-feira "criticamente quanto à alteração de horário de emissão dos tempos de ante na determinada pela direcção de programas da RTP, uma vez que aquela empobrece a realização material e qualitativa do tempo de antena".
«A posição da ERC surge na sequência do anúncio da RTP de que, a partir deste mês, os tempos de antena emitidos fora do período legal de campanha eleitoral deixariam de ser transmitidos imediatamente antes do "Telejornal" das 20:00 para passarem a ter início às 19:00.
«"Seria muito negativo para esta Assembleia da República intrometer-se n a liberdade de programação da RTP", defendeu Arons de Carvalho.
«O líder parlamentar do PSD, Marques Guedes, acusou o ex-secretário de Estado da Comunicação Social de "má fé" e "reserva mental", apresentando uma carta enviada pela ERC aos partidos, com data de quarta-feira.
«Na carta, a ERC refere que a RTP informou que "decidiu manter a sua posição" e dando por encerrado "o processo de mediação desencadeado pelo Conselho Regulador". Na resposta, o deputado socialista Arons de Carvalho insistiu que esta missiva da ERC foi "anterior" à sua tomada de posição, reiterando que "a RTP ainda não tomou posição".
«"Não devemos impedir a RTP de tomar posição sobre a decisão da ERC", defendeu, uma posição criticada por toda a oposição.
«Com esta decisão do PS, o projecto do PSD baixou à Comissão de Assuntos Constitucionais, onde decorrerá a discussão na especialidade.
«Pelo PCP, o deputado António Filipe criticou a recusa do PS em finalizar, já hoje, o processo de votação do diploma.
«"A concessionária de serviço público altera unilateralmente um princípio consagrado na lei e na Constituição e a Assembleia da República não pode alterar unilateralmente a lei da televisão? A lei da televisão é uma competência do Parlamento", realçou o deputado comunista.
Também o vice-presidente da bancada do CDS-PP Pedro Mota Soares desafiou o PS a "resolver hoje este problema", considerando incompreensível o adiamento .
«O Bloco de Esquerda, que também tem um projecto-lei sobre este assunto que será discutido posteriormente, considerou "absurda" a decisão da RTP de alterar os horários dos tempos de antena.
«"Vossas excelências não precisam do tempo de antena porque aparecem muito nos telejornais, mas nós precisamos", afirmou, dirigindo-se à bancada socialista.»

Revisão da matéria:

Entidade reguladora critica alteração de horário de emissão na RTP Lusa/ Público online (24.01.07)

RTP1: 'tempo de antena' certo em euros (act.)

Entidade Reguladora vai mediar conversações entre RTP e partidos sobre tempos de antena Lusa/ Público online (15.01.07)

Governo concorda com decisão da RTP de mudar horário dos tempos de antena (Lusa/Público online 12.01.2007)

PSD entrega projecto-lei para colar tempos antena ao Telejornal (Diário Digital / Lusa 12-01-2007)

ERC quer resolver diferendo sobre tempos de antena da RTP (DD, 12-01-2007)

RTP: Alteração de tempos de antena «cria igualdade» (DD, 09-01-2007)

Alteração tempos antena: BE quer ouvir director programas RTP (DD, 08-01-2007)

RTP reduz visibilidade dos partidos (CJ/Expresso 6.01.07)

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Regulação independente e autonomizada do Audiovisual

Cuaderno Central da TELOS nº 68 julio-septembre 2006 - Las Autoridades Independientes del Audiovisual: "Las autoridades o consejos independientes del audiovisual, iniciados en los países anglosajones con la famosa FCC, han tenido en todo el mundo un desarrollo notable en los últimos años, hasta el punto de que su asociación internacional, la EPRA agrupa ya a más de 40 países. El tema tiene una especial trascendencia actual en España, único país de la Unión Europea que carece todavía de una autoridad independiente en este campo. Sin embargo hay ya ricas experiencias en algunas Comunidades Autónomas, con consejos como los de Cataluña o Navarra, homologables a nivel europeo, y en los últimos meses se ha producido en los medios un fuerte debate sobre este asunto. El dossier pretende dar cuenta de estas experiencias, internacionales y nacionales, con aportación de numerosos especialistas y diversos puntos de vista. Todo ello cuando el Gobierno anuncia un proyecto de ley próximo."

Índice do dossier: (a consultar aqui)

Introducción - Manuel Palacio

Ciudadanía televisiva y autoridad independiente en España. Un caso excepcional en el contexto audiovisual europeo - M. P.

Una laguna fundamental del sistema democrático. El Consejo Estatal de Medios Audiovisuales de España - Ángel García Castillejo

Equilibrios internos y externos de los Consejos Audiovisuales. Un nuevo sistema de autoridades para el audiovisual español - Ferrán Tomás

Dos modelos opuestos. Consejos del audiovisual en las Comunidades Autónomas - Ramón Zallo

La experiencia internacional de los organismos de regulación. El caso del CSA (Conseil Superiéur de l’Audiovisuel) - Jérôme Bourdon

La regulación de la radiodifusión en el federalismo: El caso de Alemania - Gernot Schumann

Del Senado a la experiencia del Consejo Audiovisual de Cataluña - Victoria Camps

La industria televisiva comercial y las autoridades reguladoras - Jorge del Corral

Un auténtico servicio público garantizado por el Consejo Audiovisual - Enrique Bustamante

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24.1.07

Tempos de antena: ERC critica RTP

Entidade reguladora critica alteração de horário de emissão na RTP (24.01.2007, Lusa/Publico online): «O organismo que regula os media criticou hoje, em comunicado, a alteração do horário de emissão dos tempos de antena na RTP, considerando que a decisão "empobrece" estes espaços em termos qualitativos." A posição da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) surge na sequência do anúncio da RTP de que, a partir deste mês, os tempos de antena emitidos fora do período legal de campanha eleitoral deixariam de ser transmitidos imediatamente antes do "Telejornal" das 20h00 para passarem a ter início às 19 horas. Perante o diferendo que a decisão provocou entre a estação pública e os grupos parlamentares, o órgão regulador decidiu mediar conversações entre os partidos políticos e a RTP, tendo hoje divulgado uma posição crítica relativamente à decisão da direcção de programas. Admitindo que, legalmente, a estação pode emitir os tempos de antena "no serviço de programas televisivo de cobertura nacional com maior audiência [RTP1] entre as 19 e as 22 horas", a entidade reguladora defende que o caso justificaria "que a RTP tivesse auscultado previamente os titulares do direito de antena".Até porque, acrescenta o conselho regulador, "a prática da RTP consagrou à transmissão do tempo de antena um espaço com audiências muito relevantes" que, segundo a ERC, permitiu "uma realização qualitativa plenamente satisfatória dos objectivos constitucionais e legais" dos tempos de antena sem, no entanto, prejudicar a prestação de serviço público nem a gestão da grelha de programação.»

Revisão da matéria: RTP1: 'tempo de antena' certo em euros (act.)

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23.1.07

"El impacto del Programa Media"

Neste nº 70 da TELOS (enero-marzo 2007), destaque para o artigo de Miguel Ángel Casado, "El impacto del Programa Media": "(...) Las cifras aportadas en este trabajo muestran claramente la negativa situación de la industria cinematográfica europea. Con unas cuotas de pantalla abrumadoramente dominadas por las producciones estadounidenses, la industria europea necesita de apoyos institucionales que al menos consigan mantener su presencia. Más aún teniendo en cuenta la ampliación de la UE y la débil situación de las industrias audiovisuales de los países de Europa del Este. (...) "El otro punto es el ambicioso objetivo marcado por la CE en lo que a la distribución de obras no nacionales se refiere. Se pretende pasar de una cuota del 13 al 20 por ciento en los cinco anos de vigencia del Programa. Se trata, sin duda, de un objetivo muy difícil de lograr, más aún cuando en veinte años apenas se ha conseguido mantener esa cuota. Aunque es cierto que Media no ha llegado a sus objetivos, también lo es el hecho de que éstos eran absolutamente inaccesibles con su presupuesto. Resulta ingenuo pensar que con una aportación anual de 80 millones de euros (el presupuesto de algunas superproducciones de las majors) un programa pueda tener un impacto efectivo sobre las industrias de 25 países que producen más de 700 películas al año(...)".

Revisão da matéria:

Sobre a crise do Audiovisual europeu

O Audiovisual Europeu chegou ao Paraíso

Quotas europeias do audiovisual: 'Tudo o que vem à rede é peixe'...

Lições das políticas europeias dos anos 80/90, ou para onde vai o Audiovisual europeu?

UE e Concentração de Media: mais vale tarde que nunca... (act)

Revisão da Directiva TSF

UE consensualiza revisão da Directiva 'TSF' (act.4)

Questões decisivas não resolvidas na Revisão da Directiva 'TSF' (act.)

O CSA e a revisão da Directiva do Audiovisual

Crise no Audiovisual

Viviane's light touch

Viviane, olhe que no Audiovisual ainda é pior...

O subliminar, Viviane!

A amnésia de Viviane

Three challenges for Europe’s ICT and media industry

The Commission proposal to boost Europe’s audiovisual sector

Amores e desamores dos reguladores europeus pelo 'product placement' (vá lá a gente entendê-los...)

"From Secret Service to Public Service"...

Identidade e espaço audiovisual europeu

EU communication policy

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Até que por fim, a PT...

Até que por fim, neste ano da graça de 2007, ainda com a OPA da Sonaecom a decorrer, a PT, via TV Cabo, anuncia o seu "triple play", se bem que a custos ainda muito "monopolistas". Ver em: http://www.tvcabo.pt/telefone/ e compare-se, por exemplo, com os preços do triple play da ARtelecom, em: http://www.artelecom.pt/, ou os da Cabovisão, em http://www.cabovisao.pt/

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Media, gestos, respostas...

Uma bela peça de Miguel Gaspar sobre os media entre o "maximalismo justicialista" e a "procura das respostas": Faltar à verdade (DN, 22.1.07).

Mais webtv: nordeste.com

Trás-os-Montes e Alto Douro quer TV regional (JN, 22.1.07): "(...) o semanário de Bragança apresentou o seu projecto de Web TV, já em fase experimental em www.jornalnordeste.com
juntamente com o Nordeste Mobile, que permitirá distribuir conteúdos informativos em telemóveis".

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TV à medida em 'piloto'

PT Inovação prepara televisão personalizada (TeK, 21.1.07): "O conceito de televisão personalizada está prestes a chegar a Portugal pela mão da PT Inovação e do INESC. O projecto consiste na criação de canais "à medida", com a programação desejada pelo consumidor e sem publicidade, escreve o Diário Económico. Desenvolvido nos últimos dez meses, o projecto tem como base um sistema virtual de personalização de conteúdos, o nPVR, que funciona como um "gravador" inteligente de TV digital. A tecnologia consiste num serviço distribuído por ligação ADSL, que, obedecendo aos critérios de selecção dos utilizadores, permite criar uma grelha de difusão de conteúdos compatíveis com as preferências de cada um (...) A apresentação do sistema está marcada para o próximo dia 1 de Março embora a implementação final da tecnologia só deva acontecer num prazo de três a cinco anos."

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A criança e os excessos de TV, PC...

Pediatras lançam alerta contra excesso de TV (Swissinfo): "Os pediatras suíços lançam um alerta contra os excessos de televisão e computador a que são submetidas certas crianças. Na nova versão do carnê de saúde distribuído aos pais, eles fixam o limite entre 7 e 10 horas por semana."

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21.1.07

"Mas o que eu (J. Bénard da Costa) nunca vira..."

"Mas o que eu nunca vira, e penso que nunca aconteceu, pelo menos nas televisões captáveis em Portugal, foi uma transmissão em directo, para todo o mundo e por quase todos os canais, de um homem com a corda ao pescoço. Se bem me lembro, algo de semelhante tinha-se passado com Ceausescu, mas tinha-se ficado no “tribunal” e na “sentença”, sem a morte em directo. Mesmo que me engane, não tira nem põe. Todos esquisitamente demos por nós a ver o que era obsceno. Obsceno, no sentido literal, do que deve ficar fora de cena. (...)" (João Bénard da Costa, "De coisas esquisitas e da beleza portátil", Público, 21.1.07, só assinantes)

Rever Filme: "Saddam, ou o sacrifício televisivo do Carneiro"; Realização: George Bush

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MST e o concurso 'idiota'

"Portugueses" (Miguel Sousa Tavares, Expresso, 20.1.07): "É a minha opinião e apenas isso: a ideia de 'eleger' por voto telefónico de valor acrescentado os 'maiores portugueses de sempre' é simplesmente idiota e só pode chegar a conclusões constrangedoras. Alguém me consegue explicar por que motivo aquela 'tia' que foi episodicamente ministra da Educação do Governo Santana Lopes está entre os 100 maiores portugueses de sempre?
Já a escolha de Salazar e Cunhal entre os '10 mais', devo reconhecer que faz todo o sentido e corresponde ao sentimento profundo que uma larga parte dos portugueses tem sobre a liberdade: um bem acessório. Salazar governou em ditadura durante quarenta e tal anos; Cunhal só não o fez porque foi impedido pela parte sã da nação; Salazar fez de nós o país mais retrógrado e subdesenvolvido da Europa; Cunhal tentou o que pôde para nos transformar numa Albânia. Ainda hoje pagamos a factura, económica e intelectual, das suas heranças. Que uma grande parte dos portugueses ache que eles são dos maiores de sempre entre nós explica a razão pela qual somos actualmente o mais atrasado país da Europa. Mas escusavam de nos relembrar isso, com a grande fanfarra de um programa 'de serviço público'."

Revisão da matéria:

Mário Soares: "Um concurso impossível, sem critérios e pouco inteligente, mas fez-se"

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"Ditadura narrativa"

Para além das telenovelas (João Lopes, DN, 21.1.07): "O império da telenovela continua a impor a sua ditadura narrativa. Na sociedade portuguesa, é assim há trinta anos e, pelo menos tendo em conta as opções dominantes de administrações e programadores, parece óbvio que a sua mediocridade (estética, ética e simbólica) não vai deixar de continuar a massacrar as alternativas da ficção portuguesa. (...)"

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20.1.07

The Future of the Internet II

The Future of the Internet II - "A survey of technology thinkers and stakeholders shows they believe the internet will continue to spread in a “flattening” and improving world. There are many, though, who think major problems will accompany technology advances by 2020."

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Zapping no telemóvel

Zapping no móvel tão rápido como na televisão tradicional (DE, 2007-01-19): «Mudar de canal no telemóvel à velocidade de um clique. Assistir ao seu programam favorito através do telemóvel de terceira geração já é uma realidade bem presente em Portugal. As operadoras móveis disponibilizam mais de 20 canais diferentes que podem ser vistos em regime de ‘streaming’ (método semelhante ao ‘download’, mas a fonte de televisão está codificada e é disponibilizada em tempo real) em qualquer telemóvel. Este é mesmo um dos mercados que tem vindo a registar mais adeptos. E é por essa razão que as operadoras investem em novas funcionalidades que permitam aos clientes ter uma verdadeira experiência de televisão e tirar partido da oferta de canais. O famoso ‘zapping’, que adoramos fazer enquanto estamos sentados na sala de estar a ver televisão, chegou aos telemóveis. A Optimus foi a primeira a lançar, e esta semana junta-se a TMN chamando-lhe ‘fast zapping’.»

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TV Évora também pela Net

TV Évora inicia hoje emissões na Net (Jornal de Notícias, 19.1.07): «A TV Évora, a terceira televisão on-line no Alentejo e a 14.ª em Portugal, arranca hoje com emissões experimentais para oferecer o "melhor do distrito" através de uma nova plataforma de divulgação de conteúdos audiovisuais. Miguel Correia, da Campo dos Média, empresa alentejana de comunicação responsável pelo projecto, citado pela Agência Lusa explicou que o canal será "uma alternativa aos tradicionais órgãos de comunicação social, oferecendo uma nova abordagem comunicativa, muito mais positiva (...) baseando-se em "conteúdos por pedido". Através deste serviço, que vai funcionar mediante subscrição, esclareceu Miguel Correia, "os emigrantes vão poder ter acesso, por pedido, a imagens e informações de locais específicos ou sobre determinados acontecimentos". Na área de informação, a programação da TV Évora vai disponibilizar notícias e reportagens diárias "avulso", complementadas com um jornal semanal, que irá para o ar ao fim-de-semana.» De referiri que a mesma empresa iniciou em Março de 2006 as emissões do canal online TV Beja.

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Rangel: "SIC é uma pálida sombra do que já foi"

"SIC é uma pálida sombra do que já foi" - Entrevista de Emídio Rangel a Miriam Assor (CM, 14.1.07). Algumas passagens:
"Mantém a ideia que a televisão nacional estagnou?
"Claro! Os proprietários e os accionistas das estações televisivas, desinvestiram do essencial: o produto – naquilo que oferecem ao público – e portanto, a actual programação é bastante inferior àquela que havia há três anos.
"A que nível?
"Em tantas coisas! As estações privadas acabaram com programas de informação e de grande entretenimento. Antes, por exemplo, no ‘prime time’, a SIC tinha a novela que era seguida de um programa de divertimento, com a particularidade de ser diferente todos os dias.
"Há muita novela?
"Demasiada. Desde as quatro da tarde até, pelo menos, à meia-noite e meia! É uma plataforma bastante diferente daquela que eu deixei. Eles lá sabem com que linhas se cosem! Desta maneira estão a afastar os públicos das suas próprias estações".

Not so wonderful

18.1.07

Mário Soares: "Um concurso impossível, sem critérios e pouco inteligente, mas fez-se"

Grandes portugueses "é impossível e pouco inteligente" (Jornal de Notícias, 18.1.07): "Mário Soares atreveu-se a comentar a lista dos 10 "Grandes portugueses" divulgada pela televisão pública e criticou duramente o programa de entretenimento. É um concurso impossível, sem critérios e pouco inteligente, mas fez-se", disparou Mário Soares, anteontem à noite, durante as "Tertúlias do Casino", que decorreram na Figueira da Foz.

Revisão da matéria:

A RTP, a "ressalarização" e o 'espectáculo abominável'

Fantasmas de Salazar, madrugada dentro, na RTP1 (ou as novas formas de censura)

"Censurar" Salazar, ou promover o Ditador a "Grande Português"?

A Televisão e a Ditadura (1957-1974)

Salazar, o regime e a televisão

A Comunicação Social em Portugal no Século XX - Fragmentos para a História de um Servidor de dois Amos

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Regulação, independência, democracia

A propósito da audição parlamentar de Jorge Vacsoncelos (ex-presidente da ERSE), de uma maneira geral os media deixaram passar matéria essencial da audição, sobretudo o que dizia respeito às condições mínimas de independância de um Regulador. Ainda assim, consegue encontrar-se, a muito custo, algum material sobre o tema:

Jornal de Negócios online (17.1..07): «O ex-presidente da ERSE está contra a actual forma de nomeação do líder da entidade reguladora, recomendando o lançamento de um concurso público para a escolha do lugar por parte do Governo que teria de ser validado pela Assembleia da República por maioria de dois terços, à semelhança do que já acontece em outros países da Europa. "Quando um presidente anuncia ao Governo que vai abandonar o cargo antes do tempo e a nomeação depende do Governo há uma inevitável pressão psicológica sobre os potenciais candidatos". O mesmo responsável considera, assim, que estes "têm fortes incentivos a tomar as posições do Governo porque sabem que as hipóteses de serem nomeados serão reduzidas se forem contra".»

Jornal de Notícias, (18.1.07): «Sobre o seu sucessor, Vítor Santos, que estava desde há alguns meses no conselho de administração, JV defendeu poder ter sido vítima de "pressão psicológica", sendo por isso "favorável ao Governo". "Ainda que não tenha havido pressão política, esta pressão psicológica pode afectar o funcionamento da entidade", afirmou. Sugeriu que, no futuro, a escolha do presidente da ERSE passe por concurso público de onde saiam dois ou três nomes. "O Governo poderia indicar a sua preferência, mas a eleição seria feita pior maioria de dois terços pelo Parlamento", afirmou.»

E já agora, do Público (18.1.07) «O ex-presidente da ERSE abriu ontem o debate para que a Assembleia da República passe a supervisionar a nomeação e actividade das entidades reguladoras, de modo a evitar a sua governamentalização. "A prestação de contas pelos detentores de cargos públicos, perante os cidadãos em geral e perante os seus representantes eleitos em particular, constitui um elemento essencial do funcionamento de uma sociedade moderna e de um Estado democrático."O investigador em regulação económica e professor da Universidade Nova de Lisboa João Confraria aplaude a ideia, considerando-a "essencial", embora advirta que o Parlamento deve, primeiro, ter dinheiro para ter uma comissão especializada em regulação. (...) O que está em causa, sublinha o académico, é o país passar para uma "supervisão democrática" dos poderes do regulador (...). Quanto à supervisão democrática, deve ser exercida para ver se a entidade reguladora "cumpre a missão" e se "interpretou os poderes que tem na latitude que a lei lhe dá". Reconhece que a Assembleia da República não tem valorizado a questão porque "se esqueceu que a regulação independente pressupõe ter um pilar de supervisão democrática". António Nogueira Leite, economista, admite que o Governo deve intervir mais na avaliação periódica da actividade das entidades reguladoras enquanto a sua nomeação deve pertencer ao Parlamento. Admite, no limite, que a nomeação pertença ao Governo, mas que a audição seja feita pelo Parlamento, mas ressalva que se trata de uma posição teórica, alegando que "a qualidade do Parlamento é a que é", escusando-se a detalhar. Quanto à aplicação da regulação, considera que tem "muitas vezes dois problemas". Um a que chama a "miopia" e que traduz pela indiferença das entidades reguladoras a medidas que estimulam a monopolização a prazo. Outro que diz ser "ideológico" e que reflecte a forma diferenciada como o regulador tende a lidar com as empresas incumbentes e as entrantes.»

Recorde-se ainda uma recente proposta do PSD para os Reguladores serem de nomeação presidencial.

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Boa pergunta...

Is a communications collapse possible in Europe? (18 January 2007): «The European Commission is seeking feedback on how best to safeguard our electronic networks against disruption from attack or natural hazards. This follows the public presentation on 18 January of the findings of a study which identifies a range of important issues for ensuring that our future networks are sufficiently protected and resilient. As the services and processes that they support become increasingly interconnected and interdependent, the consequences of the failure of or criminal attack on a single network or sub-system could potentially be propagated more widely and faster than ever before. Protective measures need to be put in place to ensure that critical services and infrastructure are not vulnerable to such failures, and that there can be no "domino effect" that might otherwise result in a major technological collapse of communications and the many services they support.»

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De novo com o Jornalismo e Comunicação

Regressa o blogue Jornalismo e Comunicação, da equipa do Universidade do Minho, que teve graves problemas técnicos no Blogger. O endereço: http://www.mediascopio.wordpress.com

17.1.07

Taxa de ineficiência da Portugal Telecom: 36%

"PT desperdiça 1 em cada 3 euros que gasta", Jornal de Negócios online (17 Janeiro 2007): "A taxa de ineficiência do Grupo Portugal Telecom é de 36,328%, calculou um estudo encomendado pela Autoridade da Concorrência (AdC), a que o Jornal de Negócios teve acesso, que finalmente colocou em números aquilo que o próprio presidente da PT, Henrique Granadeiro, já criticou: a falta de eficiência no seio da operadora."

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UE e Concentração de Media: mais vale tarde que nunca... (act)

Pluralismo dos meios de comunicação: a Comissão sublinha a necessidade de transparência, liberdade e diversidade no panorama dos meios de comunicação da Europa

"(...) Em resposta às constantes preocupações expressas pelo Parlamento Europeu e pelas organizações não governamentais acerca da concentração dos meios de comunicação e dos seus possíveis efeitos no pluralismo e na liberdade de expressão, a Comissária Viviane Reding e a Vice-Presidente Margot Wallström apresentaram hoje aos seus colegas comissários três etapas sobre o pluralismo dos meios de comunicação na União Europeia.
"Uma vez que os meios de comunicação se deparam com mudanças radicais e reestruturações devido a novas tecnologias e à concorrência global, manter o pluralismo dos meios de comunicação é crucial para o processo democrático nos Estados-Membros e na União Europeia, no seu todo", afirmou Viviane Reding, Comissária responsável pela Sociedade da Informação e Meios de Comunicação. "Para esse efeito, é necessária uma boa compreensão da realidade económica e jurídica do panorama dos meios de comunicação europeus na actualidade, sendo este o objectivo da nossa abordagem em três etapas".
"A Vice-Presidente Margot Wallström acrescentou: "A comunicação – entendida como um debate animado e civilizado entre cidadãos – é o elemento vital da democracia. Os meios de comunicação são as veias e artérias. As informações que estes facultam devem ser abrangentes, diversificadas, críticas, fiáveis, justas e de confiança".
"As três etapas estabelecidas pela Comissária Reding e pela Vice-Presidente Wallström, responsável pelas Relações Institucionais e Estratégia de Comunicação, surgem no seguimento de sugestões feitas na Conferência Audiovisual de Liverpool, em 2005, e indicam a forma como deve avançar esta questão delicada em termos políticos.
"Na abordagem 'Reding-Wallström', a noção de pluralismo dos meios de comunicação é muito mais abrangente do que a propriedade dos meios de comunicação; refere-se ao acesso a informações variadas, de modo a que os cidadãos possam formar opiniões sem serem influenciados por uma fonte dominante. Os cidadãos precisam também de mecanismos transparentes que garantam que os meios de comunicação sejam considerados genuinamente independentes.
"Já a nova directiva relativa a serviços de comunicação audiovisuais sem fronteiras, tal como proposta pela Comissão em Dezembro de 2005, contribui para o pluralismo dos meios de comunicação neste contexto. A directiva obrigaria, nomeadamente, os Estados-Membros a garantir que as autoridades reguladoras nacionais são independentes dos governos nacionais e dos fornecedores de serviços de comunicação audiovisual. A proposta da Comissão relativa a este assunto será debatida novamente durante a segunda leitura da directiva, no primeiro semestre de 2007."


A abordagem 'Reding-Wallström', tal como apresentado à Comissão, abrange três etapas:


1. Um documento de trabalho dos serviços da Comissão sobre o pluralismo dos meios de comunicação (já apresentado hoje). Este salienta esforços para promover o pluralismo por parte de terceiros e de organizações, designadamente o trabalho essencial levado a cabo pelo Conselho da Europa, e contém um primeiro inquérito conciso dos mercados dos meios de comunicação audiovisual e escrita dos Estados-Membros. Esta análise de base também inclui informações sobre os regulamentos nacionais de propriedade dos meios de comunicação e os diversos modelos reguladores dos 27 Estados-Membros.

2. Um estudo independente sobre o pluralismo dos meios de comunicação nos Estados-Membros da UE para definir e testar indicadores concretos e objectivos para a avaliação do pluralismo dos meios de comunicação nos Estados-Membros da UE (em 2007).

3. Uma Comunicação da Comissão sobre os indicadores para o pluralismo dos meios de comunicação nos Estados-Membros da UE (em 2008), em relação à qual terá lugar uma vasta consulta do público, que poderá conduzir a uma avaliação da oportunidade de aplicar indicadores do pluralismo dos meios de comunicação, por exemplo através de um novo estudo.

Para mais informações sobre a abordagem 'Reding-Wallström' e o trabalho em curso por parte da Comissão sobre o pluralismo dos meios de comunicação, consulte:

Commission Staff Working Paper on Media Pluralism

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EU communication policy

From the blame game to day-to-day partnership: European Commission, the German Presidency and the Member States discuss the key principles of EU communication policy

The final stakeholder forum on the European Commission White Paper on EU Communication, "Communicating Europe together" – is hosted by the German EU Presidency and organised by the European Commission on 18-19 January 2007 in Berlin. In her opening speech, European Commission Vice-President Margot Wallström, responsible for Institutional Relations and Communication Strategy, will say: "Public communication is one of the most difficult and sensitive issues in contemporary democracies. There is a high political and ethical dimension to it, and this must be fully acknowledged. (...) We need to define the common values and principles that will guide our activities. And the starting point to define these common principles can only be the citizens and their democratic rights.

The right to full and fair information about decisions that affect their lives, wherever they are taken;

The right to express their views and to be heard.

Participation in public life crucially depends on the fulfilment of these rights."

Around 300 participants will discuss how to extend existing - and initiate new - partnerships between the European institutions, Member States, local and regional authorities, political parties and non-governmental organisations with the aim of connecting and communicating better with citizens. As the German Presidency moves ahead with work on reform of EU institutions, more efficient and inclusive communication with European citizens becomes indispensable for the success of Europe's common agenda.

Speaking about this issue, Ms Wallström added:"It would be very important that issues of common interest – for example energy security, climate change, the social Europe – are discussed more or less at the same time, by people across the European Union, and possibly within a common framework of values."

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JPP e o 'controlo' do sector pelo Governo

"O objectivo de todos os governos face à comunicação social é sempre o mesmo: controlá-la, quando não se consegue controlá-la, moldá-la, quando não se consegue moldá-la, neutralizá-la, quando não se consegue neutralizá-la, penalizá-la. (...) Unindo muito significativamente num mesmo ministro uma função puramente política (os "assuntos parlamentares") com a comunicação social, usa o governo para legislar por forma a manter um controlo rígido sobre o sector. Cf. O controlo rígido sobre a Informação, segundo José Pacheco Pereira (CM, 17.1.07) e Abrupto.

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16.1.07

A RTP, a "ressalarização" e o 'espectáculo abominável'

Quase 38 anos depois, agora com uma foto retocada de Salazar, um concurso chamado dos 'grandes portugueses' e um ex-jornalista do Telejornal do ditador (Jaime Nogueira Pinto) mais alguns promotores empenhados, a RTP "ressalariza" o 'espectáculo abominável' que a 28 de Abril de 1969, em plena ditadura, "dessalarizou".

Cf. o capítulo "A 'dessalarização': o 'espectáculo abominável' - declíneo e queda de Salazar", do livro Salazar, Caetano e a Televisão Portuguesa, Estampa, 1996:

«O final desse mês (de Abril de 1969) coincidia com mais um aniversário da entrada de Salazar para o governo, a 28 de Abril. Em termos televisivos, havia de ficar marcado por uma peça (do Telejornal da RTP) que impressionaria todos os que a viram: o "Aniversário do Presidente Salazar" - um filme com 1'16" de duração, em que Salazar recebe a visita dos órgãos de informação e "profere uma breve mensagem de saudação e agradecimento". Mário Soares exprimiu-se assim sobre esse documento: "(...) Até que Caetano o apresentou na televisão, espécie de cadáver empalhado, a soletrar uns agradecimentos de circunstância. Então acabou-se o 'mito' " (Soares, 1974:594).

«O facto de o documento filmado provocar na oposição reacções como esta, era razão suficiente para no interior do próprio regime surgirem não só sintomas de instabilidade política entre as suas diferentes sensibilidades, mas também posições de quase confronto entre salazaristas e marcelistas. Um salazarista convicto, na altura, Jaime Nogueira Pinto (1977/I:158-161) descreveu o episódio do seguinte modo: "(...) Numa noite de fim de Abril (...) pessoa amiga dera-me conta, indignada, de que no telejornal fora exibido um filme em que Salazar agradecia ao País o interesse manifestado pela sua saúde. O espectáculo era classificado de abominável. Trémulo, cadavérico, numa voz entrecortada de hesitações, o antigo presidente do Conselho oferecera àqueles que, ao longo de anos, se tinham habituado a contemplá-lo como um exemplo de determinação e energia, a imagem dum pobre velho caquético, uma espécie de morto-vivo alucinante e alucinado". E prosseguia Jaime Nogueira Pinto: "No velório de Santa Marta (referência ao funeral de Rafael Duque), onde se achavam numerosas personalidades ligadas ao regime e aos meios de informação, não se falava de outra coisa. Muitos perguntavam-se quem era o responsável pela feitura e exibição de tão degradante peça, que revelava um chefe, que merecera o respeito de amigos e inimigos, à dimensão dum farrapo humano". Segundo Nogueira Pinto, a passagem do documento deveria ter-se ficado a dever às pressões da 'entourage' salazarista: "Talvez tenham, na verdade, existido por parte do grupo de senhoras que então gravitava em volta de Salazar, pessoas sem experiência ou senso políticos, que na melhor das intenções foram não pouco responsáveis pelo miserabilismo e ridículo que rodearam a doença e convalescença do antigo presidente do Conselho. Mas o facto é que ninguém com um mínimo de lucidez e responsabilidade poderia permitir a passagem do filme, a não ser com a evidente intenção de liquidar, no público, quaisquer ilusões sobre o estado do antigo chefe do Governo".

«O episódio do filme do 'Aniversário' de Salazar chama sobretudo a atenção para as dissidências internas no seio do próprio regime e, particularmente, no seio da própria RTP. Interrogado sobre um hipotético conflito entre salazaristas e marcelistas no interior da RTP, Ramiro Valadão responder-nos-ia "desconhecer, enquanto Presidente do C. A., qualquer conflito desse tipo e caso tivesse tido conhecimento rapidamente lhe teria posto fim"... A acreditar, no entanto, no insuspeito Jaime Nogueira Pinto, tudo teria sido um pouco mais complexo, a começar com a própria nomeação de Ramiro Valadão: "(...) Era Presidente do Conselho de Administração da RTP João Duque, um nacionalista conservador, muito respeitado pela sua integridade e coerência. Com o advento de Marcello Caetano, Duque pusera o cargo à disposição do Governo. Entretanto Marcello reitera-lhe, pessoalmente, a sua confiança, insistindo para que ficasse. Mas, ao mesmo tempo, começavam a surgir para Duque, a nível superior e de serviços, certas dificuldades; e vinha a saber que enquanto lhe diziam para ficar, formulavam convites a outras personalidades para ocupar o lugar. (...) É Valadão que Marcello, apesar das advertências e conselho em contrário, vindos da sua própria 'entourage', vai chamar para dirigir o mais importante órgão de Informação do País (...)» (ib., II/156-161). Valadão não era, portanto, "personna grata" dos ultras do regime, provavelmente pelo seu dito - mas aparente liberalismo. A forma como Nogueira Pinto descreve a sua entrada na RTP é elucidativa: "Passaram a ser regra os telefonemas do nóvel presidente do C.A. para o telejornal antes da emissão, perguntando o que havia no noticiário. Informado pelo responsável, Valadão indicava, caso a caso, o tempo que teriam os ministros, que consoante o seu agrado pessoal, ou favor do chefe do Governo, eram bafejados com mais ou menos filme. Vigiava-se escrupulosamente para que fossem cumpridas as suas instruções. O que nem sempre era fácil; havia, por exemplo, determinadas personalidades que não se mostravam nem mencionavam. Paulo Rodrigues, culpado do 'exílio' de Valadão, era uma delas. Numa visita do Presidente da República a uma localidade do distrito de Leiria (pelo qual o antigo subsecretário da Presidência do Conselho era deputado), um redactor sofreu uma punição porque, no filme, se esqueceu de cortar a sua figura. Adriano Moreira, que se achava incompatibilizado com Marcello, era outro dos 'proibidos'. Como mais tarde o foram também Franco Nogueira e Kaúlza de Arriaga. Ao mesmo tempo o novo senhor do Lumiar ensaiava a 'liberalização' da sua casa, abrindo portas a intelectuais ditos 'de esquerda' (...). Os 'reaccionários' eram entretanto depurados sem aviso prévio, como sucedia a Eduardo Freitas da Costa (ibid., II/156-161)".»

«Ainda de acordo com Jaime Nogueira Pinto (op. cit.,II:156-161) num dos referidos grupos "Ramiro Valadão afirmava não ter visto previamente o filme; mas noutro, o responsável pelo teleiornal escusava-se com as ordens do Presidente do Conselho de Administração. (Aliás, segundo testemunho presencial de um redactor do teleiornal nessa época, Valadão vira o filme antes dele ir para o ar e trocara, pelo telefone, impressões com alguém que, posto a par das condições de gravação, lhe ordenara que a transmitissem"».

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O princípio do fim da Televisão

Todos o sabemos já: o telespectador é cada vez mais um programador. O que significa que essa é, em si mesmo, uma ruptura face ao paradigma da televisão clássica. Mas, através da possibilidade de ver/fazer o que quer, quando quiser, onde quiser e como quiser, e também porque o novo programador é também um ‘produtor’, pode dizer-se que o velho broadcasting está em evolução, por assim dizer, para o ‘egocasting’.

O desafio da pós-televisão está portanto numa hiper-personalização dos novos media emergentes e num novo consumo de conteúdos digitais que inevitavelmente conduzirá a um declíneo da televisão generalista, agora um pouco mais acelerado do que sucedeu ao longo da última década.

O princípio do fim da televisão, enquanto plataforma única de distribuição de programas, pode começar por situar-se no final de 2005 quando começa a ser muito claro que a TV tinha de tratar rapidamente de alterar o seu modelo de negócio na medida em que emergia um novo dispositivo de comunicação apostado em multiplataformas de enorme flexibilidade e mobilidade. As hostilidades são desde logo abertas pela Apple/iTunes, pela ABC, NBC, MTV, etc., que passam a oferecer online conteúdos diversos e nomeadamente as melhores séries televisivas norte-americanas, de Desperate Housewives a Commander in Chief.

O novo modelo de comunicação centra-se em estratégias de identificação dos modos de consumir os novos conteúdos, desde aqueles que são meras adaptações do broadcast aos formatados pelo multimédia interactivo para as múltiplas extensões do novo modelo de comunicação. Os novos públicos são agora mais autonomizados e estão hipersegmentados por opções e perfis, por redes e serviços, por suportes e terminais, tendo cada um a sua própria e complexa experiência ‘audiovisual’.

Entre as grandes vantagens de ‘descarregar’ conteúdos, para além da autonomia, mobilidade, arquivo, etc., estão, por exemplo, aspectos como a antecipação face à estreia de uma série, o acesso a conteúdos habitualmente não disponibilizados ‘em aberto’, a declinação de informação enquanto ‘hyperserial’, etc. Do lado da tecnologia, como Bill Gates referiu, importa depois não esquecer outra profunda mutação emergente no actual contexto, designadamente a passagem da nova televisão digital para a TV sobre IP.

Se o dispositivo comunicacional da era da TV analógica tinha as especificidades próprias do modelo ‘mass-mediático’, o dispositivo digital emergente assenta numa lógica biunívoca, ‘imersiva’ e participativa. Mas a “pós-televisão” e os seus conteúdos distribuídos pelas múltiplas extensões móveis remete para uma cada vez maior individualização, para uma (hiper)personalização da experiência de consumo audiovisual e multimédia, para uma experiência nómada cuja caracterização escapa à lógica tradicional de distribuição da comunicação. E é justamente aí que está o maior desafio do novo paradigma. Um desafio tanto maior quanto menor se tornou, na era da televisão generalista, o aprofundamento científico e qualitativo do conhecimento dos públicos.


[Publicado na Media XXI, nº 90, Nov-Jan. 2007]

A propósito:

TV online dos fundadores do Skype será lançada no Verão (DD, 16.1.07): "Os fundadores do Skype anunciaram hoje no site oficial que o novo serviço de televisão pela Internet passará a chamar-se Joost, em substituição de Projecto Veneza, e que estará a funcionar em pleno a partir do Verão de 2007. O Joost é descrito pelos seus criadores, Janus Friis e Niklas Zennstrom, como o primeiro serviço de transmissão de conteúdos televisivos de alta definição pela Internet. Em www.joost.com, os cibernautas já podem consultar algumas imagens do serviço e candidatar-se a ser utilizador de teste, uma condição que será avaliada pelos responsáveis, e juntar-se aos seis mil já existentes. Os conteúdos serão transmitidos através do protocolo peer-to-peer, o mesmo utilizado pelos programas de partilha de ficheiros como e-Mule ou Kazaa. O Joost será suportado pela publicidade, foi testado contra pirataria e respeitará as leis de direitos autor, garantem os seus criadores. (...) O Joost distingue-se de sites como o YouTube por ter canais de programação convencionais, apenas com um suporte de transmissão diferente."

YouTube estuda criação de um canal televisivo (Público, 15.1.07); "O YouTube está a considerar criar um canal televisivo com a compilação dos vídeos submetidos pelos utilizadores, anunciou o vice-presidente de conteúdos, Kevin Donahue. Também está a ponderar a criação de programas televisivos em colaboração com algumas produtoras. Apesar de "ainda estarem numa fase estratégica", o YouTube tem mantido "várias conversas" com companhias de produção. O canal norte-americano CBS criou um concurso de vídeos, em colaboração com o YouTube, onde se pede ao público para submeter vídeos "com o que eles querem dizer ao mundo". De 15 em 15 dias, serão escolhidos os cinco melhores vídeos que passarão nos ecrãs norte-americanos."

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Web TV's regionais & etc. (act.)

Nova Web TV: www.beiratv.pt. Primeiro canal de TV no distrito de Castelo Branco, Jornal de Notícias, 16.1.07.

Televisões regionais online continuam em expansão no Norte do país, artigo de João Pedro Barros, Público/Local Porto 15 de Janeiro de 2007. Curiosa a opinião de João Fernandes, director da TV Viana. Prevê uma "verdadeira reformulação nos órgãos de comunicação regionais, com a transformação dos cerca de 700 jornais locais e regionais actualmente existentes em 50 grupos de comunicação de âmbito multimédia."

No ano de 2006 chegaram, mais à nossa medida, as televisões locais/regionais portuguesas na Internet (algumas mesmo de âmbito dito ‘nacional’, começando desde logo a multiplicar-se por todo o País. Ao longo de 2006 surgiram mais de duas dezenas de televisões na rede, entre outras: TvViana, FamalicãoTV, AveiroTV, MaltaTV (Guarda), Vale do SousaTV, EspinhoTV, OesteTV, TVBeja, TVAlentejo, PortiTV (Portimão) e ZipTV (Castelo Branco). Na maior parte dos casos adoptam uma designação regional associada ao acrónimo TV, muita embora as suas emissões, segundo a ERC, “não integram o conceito de televisão” previsto na lei, pelo que não estão sujeitas à Lei da Televisão. Uma situação que desagradava então a uma das responsáveis por televisões regionais, Anabela Sá, da OesteTV: “Estamos a tentar pôr no ar um projecto de qualidade e por isso achamos que deveria haver fiscalização”, disse, lamentando ainda a falta de legislação que leva a que “qualquer curioso que produza vídeo possa ter uma televisão digital regional”.

Pequena revisão da matéria:

Emissão da TV Net arrancou ontem "à séria" (Jornal de Notícias 12.12.06)

Web TV's vão mexendo (18.7.06): Televisões regionais na internet (CM); Famalicão.tv prepara remodelação e "nova grelha" (JN).

As televisões que vão ao "fim da rua" na Internet, Diario de Noticias (23 de Maio de 2006)

aveiro.tv: DD (25.2.06): Aveiro: nova TV pela Net convida utilizadores a divulgar vídeos.

Nova Web TV (8.5.06): A televisão da região do Vale do Sousa em www.valedosousa.tv. Mais canais em www.portalwebtv.info

Mais uma Web TV (8.5.06) Do Alto Minho, primeiros passos: TV Viana.

Net TV a alternativa à TV Local (16.12.05):Dos Açores vem a TV Net. Acrescenta o DN: «Esta semana, arrancaram também as emissões experimentais do Famalicao.tv (www.famalicao.tv). O responsável deste canal de televisão para a Internet, Paulo Couto, diz que "as reacções estão a ser muito positivas". "Ainda não temos uma semana e já somos considerados como um novo meio de comunicação social importante para Famalicão». Dada a proibição em Portugal relativamente à TV Local hertziana, a Web TV será certamente uma alternativa à medida da realidade nacional.

TV na Web a crescer (24.11.05). TEK: «Um estudo divulgado recentemente pela empresa Screen Digest prevê que um total de 8,7 milhões de europeus irá subscrever o serviço de televisão através da Internet até 2009, representando 9,4 por cento de um mercado que é actualmente dominado pelas operadoras de cabo e de satélite. »

AOL aposta na Web TV (24.11.05)
Diário Económico: A AOL aposta decididamente na“Web TV” e investe na distribuição da televisão ‘online’. A empresa do grupo Time Warner definiu a “Web TV” como prioridade e está a liderar uma ‘start-up’, a Brightcove, que desenvolve tecnologia para acelerar o crescimento da TV online.

La fin programmée de la télévision? Jean Louis Missika: "La télé traditionnelle est en train de s'épuiser, incapable de structurer un débat public, comme on l'a vu lors de la campagne référendaire de 2005. Elle rencontre des limites que ne connaît pas Internet, outil mieux adapté à l'expression de soi, qui ne s'est pas encore déployé socialement."

La télévision a épuisé l'indulgence du public: Jean-Louis Missika, sociologue des médias, auteur de La Fin de la Télévision: " (...)
les gens veulent plus de participation et la télévision ne le permet pas. Alors qu'au contraire Internet permet à tout un chacun de pétitionner en un clic ou deux. Entre la désaffection de la télé et la montée en puissance d'Internet, plus personne ne s'intéresse à la même chose au même moment. Le risque, c'est que le débat public se désintègre dans un brouhaha où plus personne ne se rend au rendez-vous de l'agora".

Boom annoncé de la télévision numérique en Europe (Reuters): "L'économie numérique européenne sera dominée d'ici 2010 par les services basés sur la télévision, révèle une étude qui estime qu'à la fin de la décennie 60% des foyers la recevront via internet. La prochaine génération de services télévisés devraient générer plus de 100 milliards d'euros d'investissements, dont 100.000 nouveaux emplois, selon le cabinet d'études en stratégie et technologie Booz Allen Hamilton." A long terme, les gagnants seront les acteurs qui offriront aux consommateurs le 'triple-play', c'est-à-dire l'internet, la télévision et la téléphonie à partir du même canal et à des coûts avantageux".

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15.1.07

RTP1: 'tempo de antena' certo em euros (act.)

14.1.07

Carta de um jornalista a outro jornalista para uma ruptura entre duas instituições

Terminou o acordo para realização de sondagens entre o Público, a RTP e a UCP: "(...) no dia 12 de Dezembro o director de informação da RTP, Luís Marinho, comunicou por e-mail ao director do PÚBLICO e informou a Universidade Católica que a televisão de serviço público não queria mais colaborar com este jornal. Motivos? Os expressos no primeiro parágrafo dessa missiva: "Nos últimos meses, depois das acusações proferidas por Eduardo Cintra Torres contra a Direcção de Informação da RTP, subscritas em parte por ti, verificou-se uma deterioração das relações entre o PÚBLICO e a RTP que não me parece facilmente reversível." (JMF, "RTP recusou manter parceria com o PÚBLICO", 12.1.07).

Não denunciará aquela missiva competências extra-jornalísticas que deveriam ser dirimidas ao nível da gestão das empresas e não ao nível das direcções editoriais? Por aqui também caem sobre jornalistas práticas que, mais do que pesadas, trazem alguma lama agarrada.

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Chomsky vs.Foucault no You Tube

Ladies and gentlemen, welcome to the third debate of the International Philosophers' Project. Tonight's debaters are Mr. Michel Foucault, of the College de France, and Mr. Noam Chomsky, of the Massachusetts Institute of Technology (1971)

Justice Vs. Power - Chomsky Vs. Foucault, Part 1

Justice Vs. Power - Chomsky Vs. Foucault, Part 2

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Da responsabilidade máxima à audiência máxima

A jornalista Manuela de Azevedo, aos 95 anos, em entrevista ao Jornal de Notícias (14.01.07): "Quando fui para o Diário de Lisboa, o Joaquim Manso pôs as mãos em cima da minha secretária e disse-me 'Minha senhora os redactores do Diário de Lisboa têm a liberdade máxima e a responsabilidade máxima'. Hoje não se tem a responsabilidade máxima. Há falta de respeito pela identidade das pessoas, pela dignidade e pela verdade. Troca-se tudo pelo sensacionalismo, para ter mais audiência."

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RTP vs. Educação: o Telejornal não estava (outra vez) lá (act.)

Provisória há 30 anos. Lisboa: pais exigem nova escola para substituir a básica Padre Álvaro Proença 09.01.2007 - 14h30 Lusa/Público online: "Pais dos alunos da escola básica Padre Álvaro Proença, em Benfica, a funcionar há 30 anos em pavilhões pré-fabricados, vão exigir amanhã à Câmara de Lisboa a construção de um novo estabelecimento de ensino, que tem sido sucessivamente adiada. (...) Apesar de reivindicarem a construção do novo estabelecimento de ensino, os pais reclamam já para este ano a melhoria das condições da escola Padre Álvaro Proença, que dizem estar muito degradada."A escola, por ter sido construída em pavilhões pré-fabricados, é provisória há 30 anos. As condições de avançada degradação a que o estabelecimento de ensino chegou são deploráveis", referem os encarregados de educação, no comunicado.De acordo com a associação, o "recreio é todo alcatroado, desobedecendo às mais elementares normas em vigor", não existindo telheiros de resguardo, parque infantil, bebedouros ou bancos de jardim."O sistema eléctrico é obsoleto e impeditivo inclusive de actividades curriculares propostas pelo próprio município. O refeitório não tem cozinha e as refeições são fornecidas por uma empresa que transporta para o local os alimentos, sem quaisquer condições", exemplificam os pais, que descrevem ainda que em dias de chuva, o pavilhão que serve de ginásio "fica impossibilitado de funcionar devido à falta de vidros e a fissuras no telhado".


Revisão da matéria:

O Telejornal não estava lá

Enquanto cair chuva numa sala de aulas...

Futebol que arrasta multidões, multidões que arrastam redacções, redacções que se arrastam em futebolações...

“Quando a violência vai à escola” respeita deontologia

Tapar o sol com a peneira... ou calar o Serviço Público de Televisão quando ele quer sair da toca

A T(G)V que Portugal precisa

A televisão como novo membro de família

Televisão não rima com Educação

Das estratégias do torpor

"Chove no telejornal"

Mantorras no Telejornal das Maravilhas

Prós e Contras/Ensino Superior - sindicatos excluídos & etc.

O Parlamento estará satisfeito com esta RTP1?

Onde se exige 'ética de antena' à RTP1

O serviço público visto por Augusto Santos Silva

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A voz do (jovem) cidadão

Mais um programa do Provedor da RTP a demonstrar o muito que falta fazer para se chegar ao Serviço Público de Televisão. Neste caso, o tema foi o défice total de programas para crianças e jovens, que se verifica mais em particular à semana, na RTP1.

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13.1.07

RTP1: 'tempo de antena' certo em euros

Na questão do 'desvio' dos tempos de antena para as 19h, que é também um 'desvio' da ética, da política e da própria prestação do serviço público, o que espanta é que a indignação apareça, agora, como se a grelha de programação da RTP1 não fosse ela própria a naturalização do conceito que subjaz a esta antecipação 'comercial' dos tempos de antena.

Se o conceito de cidadania, de serviço público e de 'televisão de acesso' fizesse um pouco de sentido na história e na cultura da RTP, os tempos de antena teriam há muito um enquadramento de produção e de edição - como por exemplo tem o programa do Provedor - o que seria um verdadeiro 'serviço público' prestado à cidadania neste país e faria dos 'tempos de antena' qualquer coisa mais adaptada à linguagem televisiva e mais ajustada aos destinatários dessas mensagens.

Governo concorda com decisão da RTP de mudar horário dos tempos de antena (Lusa/Público online 12.01.2007)

PSD entrega projecto-lei para colar tempos antena ao Telejornal (Diário Digital / Lusa 12-01-2007)

ERC quer resolver diferendo sobre tempos de antena da RTP (DD, 12-01-2007)

RTP: Alteração de tempos de antena «cria igualdade» (DD, 09-01-2007)

Alteração tempos antena: BE quer ouvir director programas RTP (DD, 08-01-2007)

RTP reduz visibilidade dos partidos (CJ/Expresso 6.01.07)

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11.1.07

Violence? Connais pas...

Lembrando o recente cadafalso de Saddam, se é suposto que a 'morte em directo' ou as imagens da morte são habitualmente consensualizadas pela auto-regulação como implicando tratamento editorial de rigorosa contenção, porque serão depois, ao contrário, passadas e repassadas até à exaustão? Registe-se o que dizia o Jornal da Tarde de 10.1.2007: em diferentes partes do mundo já morreram 7 crianças por imitação da morte de Saddam...

Violence dans les journaux télévisés : réponse du CSA (9.1.2007): "Le Conseil a répondu à un téléspectateur, qui avait appelé son attention sur la violence de certaines images diffusées lors des journaux télévisés, que la diffusion des images considérées relevait de la liberté éditoriale des chaînes et du droit légitime à l'information. En effet, les journaux télévisés ont vocation à refléter la réalité de l'actualité et donc, notamment, à rendre compte des événements, fussent-ils violents, survenus dans le monde. Même si, à la demande du CSA, les présentateurs s'efforcent d'avertir les téléspectateurs avant la diffusion d'images susceptibles de heurter particulièrement leur sensibilité, les journaux télévisés ne peuvent être considérés, a priori, comme des programmes systématiquement accessibles au jeune public. Le Conseil demeure cependant vigilant pour que soient strictement respectées les obligations auxquelles sont soumises les chaînes de télévision et ne manque pas d'intervenir en cas de manquement."

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10.1.07

Demissões na demissão da LUSA

Par(a)lamentar o Conselho de Opinião da RTP (act.)

O Público de hoje (10.1.07) na secção "O Público errou", corrige a informação de 4.1.07: "Nos textos referentes às novas leis para o sector da comunicação social, editados a 4 de Janeiro passado, na descrição das propostas apresentadas pelo Governo cometiam-se dois lapsos. Primeiro, que os representantes da sociedade civil desapareciam do Conselho de Opinião da RTP, quando a verdade é que dos seus 29 membros 14 seriam indicados por associações ou entidades representativas da opinião pública, sendo dois cooptados por esses, mais pelos 13 designados por organismos do Estado. Anteriormente o Conselho de Opinião tinha 18 representantes da sociedade civil e 13 nomeados directa ou indirectamente pelo Estado, mais cinco cooptados. Na verdade, não desaparecendo, os representantes da sociedade civil perdem peso."

Do Público (4.1.07) Fusão RDP-RTP vista como ingerência governamental : "(...)o que está em causa nesta lei: o frágil equilíbrio de poderes entre os vários órgãos que presidem à nova (e única) empresa de Rádio e Televisão de Portugal. De acordo com a proposta do Governo, o conselho de administração (CA) da RTP é nomeado pelo Executivo, sem necessidade de qualquer parecer de outro órgão - nomeadamente o Conselho de Opinião, como acontecia no passado. Depois, o CA nomeia os directores de programas e de informação ouvindo a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) e os provedores do telespectador e do ouvinte, sujeitos estes a parecer do Conselho de Opinião."

“Se esta proposta de lei for aprovada, o Governo parlamentariza o CO e subverte o seu modelo, que deixa de ser verdadeiramente representativo da sociedade civil, com cerca de metade dos seus membros designados pelo poder político. E significa um retrocesso no caminho para a despartidarização do serviço público de rádio e TV, ao não transferir para a sociedade civil o poder de assegurar a sua independência e de velar pela qualidade da programação e informação.” (ler o texto de Feliciano David “RTP: Governo quer parlamentarizar o Conselho de Opinião”, Público, 3 de Janeiro de 2007) .

A votação final teve lugar quinta-feira (4.1.07). A proposta foi votada na especialidade na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias com o voto favorável do PS. A composição do conselho de opinião foi uma das questões mais criticadas do debate de ontem. Segundo o Jornal de Notícias de hoje, (
SJ e Conselho de Opinião ouvidos na AR): "Mais entidades não governamentais na composição do órgão consultivo e a nomeação da administração da estação pública pela Assembleia da República (AR) foram as propostas ontem apresentadas pelo Conselho de Opinião (CO) da RTP e pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), respectivamente. Os representantes dos organismos foram ouvidos pela Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias sobre a proposta de lei para a restruturação da RTP, que hoje é votada na especialidade.

"Manuel Coelho da Silva, presidente do CO, defendeu a presença de entidades ligadas ao ensino, as ciências, o ambiente e ao conhecimento sobre as faixas mais envelhecidas da sociedade no órgão, e ainda que este deveria passar a emitir parecer prévio sobre o plano de actividades, relatório de contas e orçamento do operador público.

"Alfredo Maia, presidente do SJ, sublinhou que a nomeação da administração deveria ser aprovada por dois terços dos deputados e com parecer prévio do CO. O SJ discorda com a realização de audições regulares na AR com os directores de conteúdos, designadamente com os responsáveis pela informação."


Segundo a Lusa (03 Jan), o Sindicato dos Jornalistas defendeu na AR que a Administração da RTP deve ser nomeada pelo Parlamento por maioria de dois terços, e com parecer prévio do Conselho de Opinião (CO) do operador.

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9.1.07

Camilo na RTP1, via Bandeirantes

Sobre a adaptação da novela da Bandeirantes/RTP1, Paixões Proibidas, segundo obras de Camilo, é fundamental vir a ter a opinião dos próprios estudiosos de Camilo, a começar pelos investigadores do Centro de Estudos Camilianos, de S. Miguel de Seide (Famalicão), do seu director Aníbal Pinto de Castro, e outros, como Maria Alzira Seixo (Univ. Lisboa), Abel Barros Baptista (FCSH-UNL), Sérgio Guimarães de Sousa (Univ. Minho), etc. Ver Regresso da novela ao horário nobre da RTP gera controvérsia (Jornal de Notícias, 9.1.07); 'Paixões' de Camilo estreiam-se hoje na RTP e RTP não resiste e entra na luta (DN, 9.1.07).

Entretanto, na Bandeirantes, Camilo vai servindo para isto: O que você faria se fosse traído(a)? Dê sua opinão no mural!

8.1.07

O que gravita à volta do Serviço Público

O Jorge Rosa manda este link, notando tratar-se dos "3 minutos mais penosos (e mentecaptos) da história dos concursos televisivos": http://youtube.com/watch?v=DQRVFILbEi4

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7.1.07

Futebol que arrasta multidões, multidões que arrastam redacções, redacções que se arrastam em futebolações...

(CM, 6.1.07): "Programas mais vistos - Futebol vence 2006"

Futebol em folhetim (João Lopes, DN, 7.1.07): "É chocante observar como o futebol televisivo (ou, se preferirem, a televisão futebolista) contribui todos os dias para a miséria cultural do nosso país. E não apenas como resultado da sua evidente sobreocupação do espaço mediático. Não se trata da questão reformista de saber a que outros "conteúdos" o futebol rouba espaço e tempo. Trata-se, isso sim, de avaliar como a presença folhetinesca do futebol favorece uma determinada visão do mundo."

É um facto que o futebol arrasta as multidões, mas também arrasta as televisões atrás das multidões e arrasta - ou, melhor, faz rastejar - as próprias redacções dos telejornais das televisões...

Façam-se (por exemplo ao Provedor da RTP) duas perguntas extremamente simples e perceba-se talvez muito do essencial do nosso assim chamado "serviço público de televisão":

- Quantos editores, jornalistas e comentadores da editoria de Desporto existem na redacção da RTP neste mês de Janeiro do ano da graça de 2007?

- Quantos editores, jornalistas e comentadores da editoria de Educação existem na redacção da RTP neste mês de Janeiro do ano da graça de 2007?

- E para trás? Por exemplo, a partir de 1974... Será que desde 1974 para cá alguma vez existiu uma editoria de Educação na redacção da RTP? Pois...

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6.1.07

LUSA: de pública a impúdica

Mais três demissões na agência Lusa (DN, 6.1.07).

Diga-se que os anos passam e a visita ao site da Lusa - na área de Media - é sempre uma grande decepção, talvez porque se note sempre grande omissão. Será para uma espécie de 'silenciador' do campo dos media e dos interesses perversos instalados neste mercado (designadamente na Televisão generalista) que serve a Lusa?


E já agora também quando terá a Lusa um website digno de uma agência de informação pública, disponibilizando um arquivo digno do nome aos cidadãos?

Veja-se a primeira coisa que nos aparece quando entramos no "arquivo" de Televisão:

2000-05-16, LUSA. Créditos:1 ( 3KB ) Tema: Pessoas > QR "Capitão Roby" vai processar SIC com provas contidas na série televisiva (???)

Veja-se a primeira coisa que nos aparece quando entramos no "arquivo" de Serviço Público (esta até parece que mantém actualidade - e se calhar mantém):

2006-01-17, Lusa. Créditos:1 ( 1KB ) Tema: Média > Televisão > RTP RTP: Tribunal Contas dá 6 meses para serem adoptadas novas recomendações (???)

E será - a que se segue - uma visão aceitável do sistema de media por parte da Agência Lusa?

O que faz correr a Lusa? A censura? O mercado de acções? O quê exactamente?

Como a LUSA vê os Media em 2006... ou para que serve a LUSA?

Ainda:

SJ repudia ingerência da administração da Lusa no domínio editorial

Lusitanas pressões

Conselho Deontológico pronuncia-se sobre notícias da Lusa

PSD e BE acusam directora da Lusa de ser "comissária política"

Para que serve a Lusa? (via Contrafactos)

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