29.1.05

Onde se exige 'ética de antena' à RTP1

Se há que reconhecer a excelente decisão de lançar a série «PORTUGAL EM DEBATE» na RTP1, com a «Senhora Serviço Público» - Fátima Campos Ferreira como pivot, há que reconhecer também que a colocação horária do programa é um disparate.
Um disparate que se explica porque a grelha de programação da RTP1, no horário nobre, segue o princípio básico das estratégias das TV’s comerciais: fidelizar públicos, dando-lhes a mesma receita diária de segunda a sexta, a começar n’ O Preço Certo, a Continuar nos Telejornais com duração superior a uma hora e a acabar no Um Contra Todos.
O efeito perverso deste estratégia é só um: por exemplo, o «PORTUGAL EM DEBATE» sobre a EDUCAÇÃO começou às 22h16 (terminou às 00h20!), porque teve que estar à espera que uma coisa chamada Um Contra Todos terminasse... (o concurso tinha começado às 21h28 e teve 48 minutos de duração).
Este atentado à prestação inequívoca de um Serviço Público pode ver-se ainda melhor pelos índices de audiência: enquanto o concurso teve, em média, quase 1 MILHÃO de telespectadores a segui-lo, o PORTUGAL EM DEBATE – EDUCAÇÃO não passou de uma audiência média de 312 mil telespectadores, menos de um terço do que havia conseguido o Um Contra Todos.
Com um pouco mais de dedicação à causa e ao interesse público por parte dos responsáveis da RTP e o PORTUGAL EM DEBATE facilmente chegava ao milhão de telespectadores e não ao terço disso (bastava uma boa promoção e colocá-lo a seguir a um Telejornal com meia hora de duração).
É claro que se tratasse da transmissão de um JOGO DE FUTEBOL, teria havido instruções para antecipar o Telejornal para as 19h00, mas como era PORTUGAL EM DEBATE – EDUCAÇÃO, nada como deixar correr a coisa madrugada dentro...

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