27.1.05

Qualidade, independência e rigor da informação da RTP

Pergunta: Onde estão os estudos que confirmam, ou infirmam, o rigor, a qualidade e a independência da informação televisiva da RTP, em cumprimento estrito daquilo a que está obrigada no Contrato de Concessão da RTP?

Uma das opções vitais para dignificar o audiovisual, em particular o do serviço público - ideia que inclusivamente está na origem da criação deste blog - é a necessidade de a RTP realizar regularmente estudos qualitativos que podem ser desenvolvidos, por exemplo, a partir de grelhas de análise de conteúdos, complementares dos estudos de audimetria (que são de matriz estritamente comercial).

Os estudos qualitativos são essenciais para que o Serviço Público possa conhecer, de forma mais aprofundada, a adequação da sua oferta televisiva em matéria de informação, não só à expectativa dos públicos, mas sobretudo ao interesse público, caracterizado no Contrato de Concessão da RTP em termos de «elevadas normas éticas e de qualidade» por forma a «proporcionar uma informação imparcial, rigorosa, independente, esclarecedora e pluralista, em oposição à informação-espectáculo ou sensacionalista».

É importante que na TV pública, trimestralmente, ou por quadrimestre, seja analisada uma semana-tipo, designadamente dos serviços noticiosos do horário nobre, por comparação também com os blocos dos principais operadores privados.


Estes estudos deverão cruzar os ratings obtidos pelos diferentes serviços noticiosos com o conteúdo específico de cada segmento (ao minuto), que por sua vez deverá ser ponderado face a uma grelha de análise específica da matriz de serviço público (que integre as diferentes categorias de conteúdo, a qualificação da notícia ou comentário, etc.), obtendo-se depois um índice final para cada bloco, o que permitirá uma apreciação de conjunto da qualidade da informação produzida pela RTP.

Há pois que iniciar esta monitorização, sob pena de nunca se ter um elemento de aferição sobre o desempenho da TV pública.
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