Futebol que arrasta multidões, multidões que arrastam redacções, redacções que se arrastam em futebolações...
Futebol em folhetim (João Lopes, DN, 7.1.07): "É chocante observar como o futebol televisivo (ou, se preferirem, a televisão futebolista) contribui todos os dias para a miséria cultural do nosso país. E não apenas como resultado da sua evidente sobreocupação do espaço mediático. Não se trata da questão reformista de saber a que outros "conteúdos" o futebol rouba espaço e tempo. Trata-se, isso sim, de avaliar como a presença folhetinesca do futebol favorece uma determinada visão do mundo."
É um facto que o futebol arrasta as multidões, mas também arrasta as televisões atrás das multidões e arrasta - ou, melhor, faz rastejar - as próprias redacções dos telejornais das televisões...
Façam-se (por exemplo ao Provedor da RTP) duas perguntas extremamente simples e perceba-se talvez muito do essencial do nosso assim chamado "serviço público de televisão":
- Quantos editores, jornalistas e comentadores da editoria de Desporto existem na redacção da RTP neste mês de Janeiro do ano da graça de 2007?
- Quantos editores, jornalistas e comentadores da editoria de Educação existem na redacção da RTP neste mês de Janeiro do ano da graça de 2007?
- E para trás? Por exemplo, a partir de 1974... Será que desde 1974 para cá alguma vez existiu uma editoria de Educação na redacção da RTP? Pois...
Etiquetas: Controlo dos Media, RTP1 Informação
1 Comments:
Acho fantástico que se tratem assim os jornalistas que trabalham em desporto. Por acaso o crítico João Lopes e o autor deste post acham que são melhores jornalistas do que eu? Mais inteligentes, mais cultos, mais bonitos, mais elegantes, mais interessantes? O que estamos a medir? Já pensaram que, por exemplo, alguns jornalistas agora no desporto amanhã trabalharão em outras áreas? João Marcelino é um bom exemplo. Espero que João Lopes tenha oportunidade de lhe dizer o quepensa quando se cruzar com ele.
Luís Sobral, editor desporto TVI
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