28.2.07

RTP, 50 anos: balanço geral negativo

(Depoimento a Francisca Cunha Rêgo, Jornal de Letras, 28/2)

Qual o balanço que faz dos 50 anos da RTP?

O balanço geral é negativo. Isto porque a pergunta que eu me faço é a de saber se – e como – a RTP contribuiu para o engrandecimento do país, se, ao longo dos seus 50 anos, ajudou à formação de uma opinião pública esclarecida, participativa, emancipada, se, de um modo geral, teve (tem) uma visão desassombrada e distanciada da política e dos políticos que a têm (e nos têm) governado, se soube integrar a identidade cultural portuguesa, a experiência social, a virtude civil, etc. E a resposta é, claramente, não. Pior que isso, aparenta não estar interessada nisso. Este, genericamente, é o aspecto mais negativo da história da RTP.

Momentos fortemente positivos ao longo dos 50 anos da RTP, isto é, aqueles em que se cruzou com o sentido da História e soube agarrar a oportunidade, por assim dizer, não são muitos. Aquele que me parece o mais emblemático desse feliz encontro é precisamente o Zip-Zip, de Solnado, Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Thilo Krassman, em 1969. Nunca como então a virtude cívica, o desassombro cultural e o risco político terão ido tão longe na RTP, apesar da ditadura. Desse tempo temos que ressalvar ainda nomes como Nemésio, António Pedro, David Mourão-Ferreira, que afrontaram o pequeno écrã, com a força da inteligência, que agora, inversamente, dramaticamente, se pratica.

Histórica, ainda, foi a era documental, de autêntico “newsreal” do pós-25 de Abril, com o empenho das cooperativas de cinema e de quase todos os cineastas portugueses. E o mítico Informação/2, da RTP2 de Fernando Lopes, depois silenciado por Proença de Carvalho.

Como vê hoje a RTP?

Continuo a sentir uma grande tristeza por ver que o serviço público de televisão não sabe, ou não quer, contribuir para reflectir o país no pequeno ecrã, quer no que temos de grandioso (a começar pela História e a continuar nos actores de modernidade), quer no que temos de crítico (a começar pelo sistema de ensino e pela iliteracia). Hoje, como afinal no passado, acho que a RTP, começando naturalmente pela RTP1, não respeita nem legitima, com a sua programação e a sua informação, o financiamento público que os governos (ou melhor, os portugueses) todos os anos lhe concedem.

Quais os desafios do serviço público de televisão?

O maior desafio para a RTP é, fundamentalmente, emendar os erros do passado (e do presente). É reencontrar-se com o que no passado fez de melhor. No fundo, reencontrar o desassombro e a inteligência de fazer televisão.

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Telejornal-depressão

“Em Portugal praticamente não se consegue ver um telejornal que não seja uma espécie de conjunto de sketches de filmes policiais, de catástrofes e de acidentes. Por que é que os “media” se concentram tão obcecantemente nessa triste faceta, de que é importante estar consciente, mas que obscurece tanto do conjunto do país e do que nele de bom se produz e faz? Não há alegria e felicidade em Portugal? Não há ninguém que estude este fenómeno, que parece representar grave “depressão colectiva” (...) Vítor Oliveira Jorge, poeta, professor, arqueólogo, no seu blogue Trans-Ferir (via http://mediascopio.wordpress.com/)

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Mais Estatuto (act.)

27.2.07

Lembrar Mário Castrim nos 50 anos da RTP

Nos 50 anos da RTP, mesmo em contexto de branqueamento, era bonito ver a RTP homenagear postumamente o português que mais tempo da sua vida dedicou à televisão pública e que porventura mais 'amava' a televisão. Chamava-se Mário Castrim, escreveu sobretudo no Diário de Lisboa, e foi o maior nome da crítica televisiva em Portugal. Se há alguém que merece uma estátua à entrada da Gomes da Costa, é ele, Mário Castrim. E merecia mais, a começar por uma edição antológica dos seus textos no DL.

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O 'grande branqueamento' da RTP

O 'grande branqueamento' da RTP e dos seus 50 anos de história parece estar devidamente montado. O marketing já começou, falta o resto. A esperança chama-se António Barreto, que se diz que prepara dois programas sobre a RTP e a sociedade portuguesa. Vamos ver se o algodão não engana...

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"Prós e Contras: RTP e Governo em estilo Chávez"

José António Lima (Sol online, 27/2/07): Prós e Contras: RTP e Governo em estilo Chávez: “Eram 02h25 da madrugada desta terça-feira e ainda o irrecuperável ministro Correia de Campos perorava ininterruptamente no programa Prós e Contras da RTP. Já poucos portugueses estariam acordados a tal hora. E menos ainda com paciência para se cansarem a ouvir as atabalhoadas explicações do ministro da Saúde. Mas Correia de Campos, no seu afã de corrigir os disparates que vem dizendo um dia após outro, não se comoveu com esses pormenores de horas tardias ou audiências mínimas.

“Fazendo lembrar os intermináveis programas televisivos que Hugo Chávez impõe aos venezuelanos, Correia de Campos aterrou no Prós e Contras, obrigou a que, pela primeira vez, o formato do programa acolhesse um ministro que não era pró nem contra, instalou-se a meio do palco…. e não se calou. Falou, falou, até não dizer já coisa com coisa, citar Jorge Luís Borges a despropósito e erradamente e garantir que ninguém o tira do lugar que ocupa.


“(…) Não se estranham estes actos voluntaristas e em desespero de ministros em apuros. Nem a governamentalização da informação por parte de um Governo que não esconde a sua propensão controleira e manipuladora da comunicação social.

“O que surpreende é ver a RTP sujeitar-se a esta vertigem latino-americana do Governo de Sócrates. E dar-lhe acolhimento. Como se a direcção de informação da RTP se tivesse mudado para S. Bento.”

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Olhe-se para a BBC1 e compare-se com a RTP1...

Veja-se a grelha da BBC1 desta semana e compare-se com a da RTP1, onde a maioria dos programas estão alinhados horizontalmente na grelha, qual TV sul-americana. Na BBC1, para além do telejornal ter 25 minutos, mais 10 de London News, não há (excepção para as notícias), em prime time, um único programa que se repita à semana horizontalmente, nem sequer a novela EastEnders, que pára à quarta-feira. Depois, o que é mais elucidativo, comparem-se os conteúdos da BBC1 com os da RTP1. E tirem-se conclusões. E, depois, tirem-se consequências.

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Os atentados ao Serviço Público continuam

Ontem, a sequência de mais um atentado ao serviço público: vem o Telejornal de uma hora mais o comentador bloquista (Vitorino, bloco central). Vem o Malato mais o seu concurso "Como se chama o filho da Princesa Carolina - Jaquinzinho, Mariazinho ou Francisquinho?". Vem a novela que nem os brasileiros querem ver.

Já chegadinhos às 23 horas (!), lá vem o único programa de debate público da RTP1. O tema era o fecho das urgências. Presentes: autarcas de norte a sul do país, peritos, médicos. E o ministro, que entra a horas quase clandestinas, soavam as badaladas da meia-noite. Um programa de inquestionável interesse nacional, só que começou às 22h51 e acabou pelas duas da manhã!

Será que o respeito pelos portugueses e pelos 150 milhões de Euros que lá pomos têm como contrapartida este descaramento institucionalizado, que perdura há anos, com a cumplicidade da administração da RTP e do ministro Santos Silva?

Não haverá um pouco de bom senso, para considerar, no mínimo, que o Prós e Contras deve arrancar mais cedo na grelha? Não haverá um pouco de bom senso para considerar que o Prós e Contras tem mais legitimidade para mexer na grelha do que o Parma-Braga, ou outro qualquer jogo de futebol?

Não haverá um pouco de bom senso para intervir junto da direcção de programas e da administração para travar este despudor?

Não sei se o ministro pediu para ir à RTP à meia-noite debater esta questão (...) mas que o debate ficou numa espécie de clandestinidade, ficou. Até pelas audiências: 3,2% de audiência média, isto é, 300 mil telespectadores.

Por outro tanto, Morais Sarmento mandou Carlos Pinto Coelho e o Acontece para casa. Dizia Sarmento que a cultura não podia ser só para 200 mil portugueses... Chama-se então à pedra o actual tutela. Para que veja que a saúde não pode ser só para 300 mil portugueses... Agora a sério: para que veja que o serviço público, quando o há, não pode estar na clandestinidade e brincar despudoradamente com os portugueses.


PSD acusa Governo de "apertar controlo" sobre a RTP (Público online, 27.2.07)Face a este quadro, o PSD veio dizer que o que era importante era, ao bater das badaladas, ter entrado em estúdio com o ministro para exercer o contraditório e ficar ali a perorar até às duas da manhã... Pois, pois...

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26.2.07

Porque não um projecto do tipo EastEnders na RTP1?

"Paixões" não convence espectadores portugueses (JN, 26.2.07). Concordo com Rangel, genericamente. A RTP1, a fazer novela, ou é ficção de época a rigor, ou deveria ser qualquer coisa do tipo EastEnders (BBC1), com os actores a viverem/debaterem desassombradamente o país e a protagonizarem a experiência da cidadania, que é uma coisa que não existe na TV portuguesa, nem na programação, nem sequer na informação. É alto risco, tem que ter grande qualidade, mas arrasa com o resto, estou convicto. E seria serviço público.

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Foi você que pediu esta notícia no Telejornal?

Cenário de miséria em escola da Pontinha - relato do Público, de 25.02.2007: "Ratos, paredes com fendas, telhas de amianto a cair, buracos no chão, portas partidas, chuva nas salas de aula. Este é o cenário com que se deparam diariamente as cerca de 700 crianças que frequentam a Escola Básica 2+3 Gonçalves Crespo, na Pontinha, Odivelas."

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25.2.07

Rui Rio e os... me(r)dia

Reveja-se (e repense-se) parte da entrevista de Rui Rio a Paulo Moura (Pública, 18/2):

"A atitude normal de um tipo que está num cargo político é olhar para a Comunicação Social e pensar: 'Eles têm uma força tremenda, porque só chega à população aquilo que eles querem. Não só podem censurar aquilo que eu digo, como até podem deturpar aquilo que eu digo. Têm-me na mão, estou indefeso. Não posso fazer nada, eles têm mais força do que eu. Por isso, é melhor convidar os jornalistas para almoçar, ser simpático, a ver se não me tratam mal'. Têm medo. É intolerável. Ora eu, que vim para isto em 72 ou 73, para lutar pela democracia, pela liberdade de expressão, vejo-me confrontado com isto trinta e tal anos depois do 25 de Abril?Abro os jornais e a manipulação da informação é a mesma que havia antes do 25 de Abril. As meias verdades, a arrogância. Mas que é isto?' Rui Rio admite que seja saudável uma tensão natural entre o poder e a Comunicação Social. Mas não aceita que esta seja anti-poder. Nem tampouco que haja promiscuidade entre uns e outros. 'Comigo não há de certeza. Não lido muito com jornalistas. Nunca telefono a dizer: Olhe, você dá-me isto e eu dou-lhe aquilo. Meta-me lá esta notícia, que é um bocado forçada, que me dá jeito. E amanhã, quando quiser saber qualquer coisa, telefone, que mesmo que eu não saiba, arranjo maneira de saber'. Isto está errado e a culpa é mútua. Os políticos têm medo e pensam: 'Dou-lhe isto a ver se ele se cala'. Que é o conselho que muita gente me dá".

Entretanto, depois desta entrevista, Rio tenta impedir publicação das suas declarações (JN, 20.2.07). Fica só por saber que parte da entrevista é que...
[o Irreal agradece a Clara Ferreira Alves o neologismo me(r)dia, criado com toda a propriedade e riqueza, embora não exactamente neste contexto].

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Se bem me lembro...

"Entre 1969 e 1975, a RTP apresentou um programa semanal, que em 1974 passou a quinzenal, com o título 'Se bem me lembro'. Durante cerca de meia hora, em horário nobre, os portugueses, encantados, deixavam o prof. Vitorino Nemésio abrir-lhes as fronteiras da cultura e do conhecimento"... Mas isso era dantes... Ora essa! Está à vista que os portugueses não querem que a RTP lhes abra as fronteiras da cultura e do conhecimento. Agora o que nós queremos é só Mendes, Malato, Bandeirantes & etc.

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24.2.07

Jornalismo televisivo? A que horas passa?

Se virem bem, os telejornais - a começar pelo da RTP1 - não dizem nada de novo a quem já leu os jornais do dia e já ouviu as notícias da Rádio. É quase tudo 'picanço' - e do pior. Pura burocracia, corta e cola, e puro protocolo que nos vendem como jornalismo. Esse é de facto o retrato triste da informação televisiva.

Hoje, no DN, João Miguel Tavares pega o tema de caras e titula este regabofe apropriadamente com "os parasitas dos jornais":

"Em Portugal, nada faz tão mal à imprensa quanto a televisão. Não se trata de desviar a esmagadora maioria do investimento publicitário ou de afastar a atenção dos leitores do papel. Trata-se de parasitismo, tout court. As televisões vampirizam os jornais, com a sua própria complacência. Vivem do sangue noticioso que corre em veias alheias. Fascinados pelo poder das imagens, os jornalistas deixam-se hipnotizar pela serpente que os estrangula: gostam que as suas notícias cheguem ao pequeno ecrã, vibram quando o título que escreveram na véspera é incluído no alinhamento da SIC Notícias, sentem que essa é uma forma de reconhecimento e valorização do seu trabalho. Nada de mais errado. Com telejornais de mais de uma hora e dois canais por cabo de noticiários ininterruptos (e redacções com meios muito limitados à sua disposição), as televisões vegetam em torno do papel impresso. Setenta e cinco por cento dos telejornais (não estou a exagerar) são cópias das notícias da imprensa escrita da manhã, na maior parte das vezes sem citação da fonte, numa pilhagem inadmissível de propriedade alheia. Cada vez mais, ser jornalista de televisão consiste em ilustrar com imagens as notícias dos outros. Para além de eticamente duvidosa, esta atitude é dramática para os jornais, que vêem muitas das suas melhores histórias serem queimadas pela televisão logo pela manhã. Não há nada de bom nisso. É apenas mais uma punhalada profunda numa imprensa já de si exangue."

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Herman sob pressão (act.)

O Hora H tem tido novos 'bonecos' bem conseguidos, mas transversalmente assentes numa espécie de monofobia, que é social, mas que se calhar é mais do programa. Preferiria que os textos do Herman se reencontrassem com as matérias que sempre fizeram o grande humor: a política, a gestão da coisa pública, a religião, a justiça, a corrupção, o futebol (volta Estebes, estás perdoado), etc., etc. Àquela família muito unida, a continuar assim, não prevejo grande coisa... E pode ser um fastio. O que é pena. Entretanto... Pinto Balsemão quer mudança no Hora H (CM, 22.2.07). E já agora, Programa de Herman visto como pouco inovador (JN, 20.2.07). Veja-se também o texto arrasador de Eduardo Cintra Torres, sobre o (bem observado) 'virtuosismo estéril' dos bonecos do Hora H: "É mau demais", Público, 24/2.

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23.2.07

O 'embuste' do Serviço Público continua

O ministro Santos Silva (ver peça no DN de hoje) acha que a RTP2 é para "públicos minoritários" (o que será isso? intelectuais, homossexuais, negros, etc...?) e que a sua programação deve privilegiar temas como a "educação, formação, cultura e ciência". Mas esta não será matéria específica de deliberação das direcções de programas? E não será a classe C e D a que mais necessita de aceder aos temas da educação, da cultura e da ciência? E subtraiem-se assim esses temas, na própria Lei da Televisão, à RTP1, onde estão presentes maioritariamente as classes C e D? Assim continua o embuste a que se convencionou chamar "serviço público de televisão"...

Quando os temas que fazem a distinção crucial entre a oferta do serviço público e a dos privados são assim relegados para o 'caixote do lixo' cultural do serviço público, quando é o próprio governo que não vem exigir claramente que os temas da educação, da história, da cultura portuguesa, da ciência, etc., sejam temas centrais da prestação do serviço público, tanto na RTP1 como na RTP2, mantém-se de facto o embuste, e assim o melhor é mesmo rifar a RTP e gastar os 150 milhões de Euros/ano em qualquer coisa mais higiénica. Mas esta é já a nossa 'cruz' certa, em euros...

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22.2.07

Demência absoluta na RTP1

É a demência absoluta. Liga-se o canal 1 do serviço público e somos convidados e votar num "salvador" ou "ditador", com Salazar a encher o écran. Um pouco mais de dignidade e alguma ética à frente do Serviço Público de Televisão é o mínimo que se pode pedir. E, por favor, tirem-me a taxa do audiovisual da factura da electricidade que para este peditório já dei!

Para além disso, é patente que o futebol manda no Serviço Público. Venha o Porto-Chelsea às 19h45 ou venha o Braga-Parma às mesmas 19h45, o senhor director de programas mexe logo no Preço Certo e mais no Telejornal e os horários mudam todos, seja o que for, o Malato e mais o Fernando Mendes e mais a novela brasileira anda tudo numa fona para que o santo futebol entre às horas que quiser. E pasmem que neste louco frenesim até o Telejornal encolhe (afinal o único acto respeitável no meio disto tudo)

Se não fôr futebol, o mesmo já não acontece, seja um debate crucial no âmbito do recente Referendo sobre a IVG, ou sobre a Educação em Portugal, lançados em regra ao degredo das quase 23 horas, tal como os tempos de antena do mesmo Referendo remetidos para o horário quase infanto-juvenil do fim de tarde...

Uma coisa é certa: estas práticas deslegitimam não só qualquer financiamento do Estado à RTP, como deslegitima a obrigatoriedade de pagamento da taxa do audiovisual que cada cidadão cliente da EDP respeita religiosamente todos os santos meses. Mas... quem nos defende?

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Proposta de Lei de TV baixa à AR

O Conselho de Ministros aprovou hoje a Proposta de Lei da Televisão, que regula o acesso à actividade de televisão e o seu exercício: "Esta Proposta de Lei, a submeter à Assembleia da República, hoje aprovada na sua versão final após consulta pública, prevê um regime de acesso mais exigente para a atribuição e a renovação das licenças e autorizações e um reforço das obrigações dos principais intervenientes na actividade televisiva, nomeadamente dos operadores de televisão e dos operadores de distribuição." Concurso para TV Digital Terrestre até ao fim do ano; Governo prepara lei contra a concentração de meios de comunicação social


Antes da consulta pública analisámos aqui alguns dos aspectos da lei da TV:

A RTP2 ou a 2: como álibi (para se perceber as práticas da RTP1)

Nova Lei de TV: a institucionalização do “apartheid” cultural na RTP

Proposta de Lei da TV: entre o défice e o excesso de zelo

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PT: "uma privatização mal feita", segundo Mira Amaral

As redes de cobre e cabo e a OPA sobre a PT (Luis Mira Amaral, DE, 22.2.07): "A PT, para defender o negócio emergente do cabo, atrasou a entrada do “ADSL” sobre a rede telefónica de cobre em Portugal, o qual tinha sido na Europa a maneira mais rápida de massificar a Internet de banda larga (...). A culpa não foi da gestão ou dos accionistas da PT, foi apenas o resultado de uma privatização mal feita em termos económicos. (...) Esta OPA da Sonaecom sobre a PT, qualquer que seja o resultado, já tem pois o mérito de ter forçado à separação das duas redes, corrigindo o erro económico da privatização. Assim, o Grupo SONAE (...) acabou por prestar um grande serviço ao País..."

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19.2.07

ERC, um ano depois

O momento mais importante, pela positiva, foi, após um ano de absurdas trapalhadas na matéria, a deliberação sobre a renovação das licenças da SIC e da TVI, onde a ERC considerava que se havia verificado incumprimento de obrigações assumidas pelas TV’s privadas, em especial nas áreas da programação infantil, cultural e informativa. A ERC decidia-se pela renovação das licenças, na condição do cumprimento de certas obrigações por parte da SIC e da TVI, e dizia que a SIC e TVI deveriam, doravante e, nomeadamente, emitir uma programação que contribuísse para a formação e informação do público e para a promoção da língua e cultura portuguesas; emitir programas de informação de debate e entrevista, autónomos em relação aos blocos noticiosos diários; emitir programas dirigidos ao público infantil/juvenil e diversificar os géneros da programação emitida no horário-nobre.

Pela negativa, dois casos entre muitos possíveis:

- O não ter retirado até agora nenhuma consequência do que enunciou há oito meses atrás nessa mesma deliberação da renovação das licenças: veja-se a programação “telenovelizada” das privadas e percebam-se os abusos que estão em causa; veja-se, também, por exemplo, a campanha do Referendo em que SIC e TVI, para além dos tempos de antena obrigatórios e dos telejornais, não tiveram uma intervenção democrática no plano de debate público, com programas não-diários, debates, grandes entrevistas sobre o tema da IGV.

- O tremendo erro no enviezamento da questão das relações entre o governo e a RTP, no caso do jornal Público/Cintra Torres. A posição digna de uma entidade independente não seria certamente pedir a cabeça do crítico ou a do director do Público, mas colocar-se no plano de um regulador atento aos excessos oficiosos e protocolares da informação da TV pública e, em consequência, crítico do défice de informação independente, do défice de experiência social e de cidadania, da quase censura de matérias de educação e cultura, etc., etc. Ou seja, o Regulador deveria ter tido um pouco mais de dignidade e de independência quando tem pela frente um Serviço Público de Televisão, que, historicamente, sempre serviu os poderes instalados e sempre foi um obediente cumpridor do que emana do controle político a que está sujeito. De facto e de jure.

Revisão da matéria:

ERC: das dependências às incompetências (serviço clipping 2006)

ERC: regulação, “contra-regulação” ou governamentalização?

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"Vote Salazar!" num canal público perto de si (e pago por si)

A não perder a crónica de Eduardo Cintra Torres "Vote Salazar! (€0,60 mais IVA)", no Público/Media (acesso só a assinantes) de Sábado passado: "Quem havia de dizer que, no seu cinquentenário, a RTP voltaria ao seu primeiro amor: Salazar!"...

Revisão da matéria:

"Só há lugar para um" outro Serviço Público

SMS anónimo apela ao voto em Salazar (DN, 30.1.07)

Miguel Sousa Tavares e o concurso 'idiota'

Mário Soares: "Um concurso impossível, sem critérios e pouco inteligente, mas fez-se"

A RTP, a "ressalarização" e o 'espectáculo abominável'

Fantasmas de Salazar, madrugada dentro, na RTP1 (ou as novas formas de censura)

"Censurar" Salazar, ou promover o Ditador a "Grande Português"?

A Televisão e a Ditadura (1957-1974)

Salazar, o regime e a televisão

A Comunicação Social em Portugal no Século XX - Fragmentos para a História de um Servidor de dois Amos

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16.2.07

Conhecimento, Arte, Cultura: do público ao interesse público





















Em 2006, as audiências mostraram claramente ao que vêm: novelas, telejornais, divertimento, publicidade... No fundo, elas até nem têm culpa... É o que os directores de programas lhes impingem no prime time. Olhe-se agora para a reduzida oferta nas áreas do Conhecimento, Arte e Cultura. A procura, em tempo, é inferior à oferta. Pudera... Encontrar disso no horário nobre é quase procurar a agulha no palheiro. Este quadro é, no fundo, um belo retrato do estado da arte de ser telespectador em Portugal. No fundo, à sociedade do conhecimento a televisão responde com a sociedade do entretenimento e com os seus anestésicos pós-laborais. Só falta mesmo o cartão de boas festas da ERC.

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PT apresenta IPTV

A PT apresentou o seu projecto de IPTV (TV sobre IP) assumindo-se como operador triple play, com voz, internet e televisão via linha telefónica.

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15.2.07

Media e democracia (novos docs do Conselho da Europa)

Alerting member States to the risk of misuse of the power of the media in a situation of strong media concentration and its potential consequences for political pluralism and for democratic processes, on 31 January 2007 the Committee of Ministers of the Council of Europe adopted a Declaration on protecting the role of the media in democracy in the context of media concentration. Two Committee of Ministers' Recommendations were also adopted on the same occasion. The first addresses media pluralism and diversity of media content, particularly in the light of digitisation and other technological developments. The second Recommendation, on the remit of public service media in the information society, calls upon member states to guarantee the fundamental role of the public service media in the new digital environment, enabling them to promote broader democratic, social and cultural participation and offers guiding principles on how the public service remit should be developed and adapted by member states to suit the new digital environment.

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14.2.07

Tempos equitativos para o Não e o Sim

RTP e SIC deram mais tempo ao «Não» do que ao «Sim» (Diário Digital/Lusa, 14.2.07) : "Os defensores do Não no referendo sobre a despenalização do aborto tiveram um espaço maior na RTP e na SIC do que os favoráveis ao Sim, divulgou hoje a empresa de análise dos meios Memorandum. A diferença foi ligeira, tendo 51% do tempo ocupado na RTP e na SIC pelo tema (entre notícias, debates, entrevistas e comentários) durante o período de 1 de Janeiro e 9 de Fevereiro sido dedicado ao Não, enquanto que na TVI a divisão foi equitativa, defende a análise da Memorandum. De acordo com a mesma fonte, os que defenderam o Não à despenalização da interrupção voluntária da gravidez foram alvo de 371 notícias, sendo que os apoiantes do Sim fizeram parte de 361. Ao todo, o tema ocupou 31 horas e 14 minutos entre notícias, debates, entrevistas e comentários (não inclui tempo de antena) da emissão dos canais de televisão generalista, ou seja, na RTP, na SIC e na TVI."

"Dos movimentos cívicos envolvidos, a «Plataforma Não Obrigada» foi a que registou maior presença na informação dos 3 canais com 75 notícias, seguido de longe pelo «Médicos pela Escolha» com 35 e do «Cidadania e Responsabilidade pelo Sim», com 22. Os movimentos cívicos estiveram presentes em quase um terço da informação sobre as campanhas, mas essa presença foi ultrapassada pela dos partidos políticos."

Revisão da matéria:

SIM

Sim, a Mulher é a Mulher e as suas circunstâncias (act.)

Tempos de antena da RTP e Referendo (act.)

SmarTV, ainda sem pub

TV digital da Sonae garante já estar a conquistar clientes à TV Cabo (Jornal de Negócios, 14.2.07): "Um ano e meio depois do anúncio da sua criação e após dois adiamentos, a Sonaecom começou a comercializar o Clix SmarTV, serviço que integra TV, Internet e telefone num único fio. Apesar de não fazer publicidade ao produto, a empresa liderada por Paulo Azevedo garante já estar a conquistar clientes à TV Cabo." Sonaecom quer ser "concorrente sério" no mercado de TV paga em Portugal (DE/Lusa, 14.2.07): "A Sonaecom quer ser um 'concorrente sério' dentro do mercado português de televisão paga, afirmou hoje a administradora do Clix Inês Valadas, admitindo a ambição de ultrapassar os 10 por cento de quota deste mercado. Em entrevista à agência Lusa, Inês Valadas afirmou que o Clix quer 'estar de uma forma séria na televisão paga e estamos aqui como fortes concorrentes para conquistar uma posição interessante no mercado português".

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13.2.07

Local and public digital television services (Ofcom)

Ofcom has today published research into the technical options for terrestrial digital local television services. The report builds upon Ofcom's earlier work on Digital Local- Options for the future of local video content and interactive services and makes a detailed assessment of the alternative technical approaches to providing local digital television services on the terrestrial platform. Technical options for terrestrial digital local television services
Separately, Ofcom is also making available predictions of the coverage expected to be achieved by the public service broadcasting and commercial multiplexes post switchover. In December 2006, Ofcom made a statement on the coverage that must be achieved by these digital television services post switchover. In this statement Ofcom confirmed that it would include conditions in the licences of the Public Service Broadcasters to ensure that their terrestrial digital services substantially match the coverage achieved by analogue television services. In the same statement, Ofcom also confirmed that the post-switchover coverage of the three commercial multiplexes should at least match that which they currently achieve. Predicted coverage of public service broadcasting and commercial digital television multiplexes following switchover.

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Television goes mobile!

Watch it anywhere! Television goes mobile!: "Mobile TV is the topic of this European Commission High-level Conference at CeBIT 2007. Together with Viviane Reding, Commissioner for Information Society and Media, key industry stakeholders and regulators will outline possible options for the development of mobile TV in Europe, addressing issues such as spectrum availability, interoperable technologies and a favourable regulatory environment. More information on the European commission activities at CeBIT 2007 can be found on the website."

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Safer Internet

Making the internet safer for children: Europe calls for determined action on "Safer Internet Day" 2007: "On 6 February, 100 organisations in over 40 countries worldwide celebrate Safer Internet Day. In the EU, across all 27 Member States conferences and campaigns showcase already existing safer internet activities of the private and the public sector, from filtering technologies to media literacy programmes. The purpose is to raise awareness - in particular at schools, among parents and teachers - about the best ways for protecting minors in an online environment of growing importance for our daily lives. Safer Internet Day is organised under the patronage of the Information Society and Media Commissioner Viviane Reding.Safer Internet Day 2007: Frequently Asked Questions

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Better regulation of new media

Commission study points the way forward for better regulation of new media and the digital economy: "In a rapidly evolving digital world, self- and co-regulatory models can be attractive alternatives to traditional regulations, according to a study for the European Commission presented on Europe's "Safer Internet Day". The full study on "Study on co-regulation measures in the media sector".

11.2.07

SIM

No momento em que o SIM ganha, registo para o incumprimento "telenovelizado" da SIC e da TVI do desígnio de interesse público em matéria de debate no prime time, nomeadamente ao longo da campanha sobre a IVG e o Referendo.

Revisão da matéria:

Sim, a Mulher é a Mulher e as suas circunstâncias (act.)

Tempos de antena da RTP e Referendo (act.)

Fluxos do poder, poder dos fluxos...

"Só há lugar para um" outro Serviço Público















João Lopes (DN, 6ª, 9.2.07): "Afinal, é mesmo uma concursite aguda. (...) Estamos em pleno combate de feras, típico do mais pueril concurso televisivo. O que conta, o que realmente decide tudo, é a possibilidade de esmagar os adversários. Num arremedo de obscena competitividade, é o slogan da RTP o diz: "Só há lugar para um". (...) Qual a diferença entre isto e os telefonemas para manter o Zé Maria no Big Brother? (...) Para os que, como eu, viveram a adolescência em pleno salazarismo, esta é mais uma penosa derrota. Como se não bastassem os limites, as amarguras e os erros da nossa geração, agora torna-se ainda mais difícil transmitir aos mais novos seja o que for sobre a complexidade dos tempos que vivemos. Temos, por isso, que reconhecer a terrível evidência: não é possível contrariar o simplismo imposto pela televisão pública. Seja qual for a votação, perdemos."

Revisão da matéria:

"(...) mais uma insuportável campanha de psicanálise colectiva de pacotilha" Eduardo Cintra Torres, Olho Vivo, Público, 4.2.07)

SMS anónimo apela ao voto em Salazar (DN, 30.1.07)

Miguel Sousa Tavares e o concurso 'idiota'

Mário Soares: "Um concurso impossível, sem critérios e pouco inteligente, mas fez-se"

A RTP, a "ressalarização" e o 'espectáculo abominável'

Fantasmas de Salazar, madrugada dentro, na RTP1 (ou as novas formas de censura)

"Censurar" Salazar, ou promover o Ditador a "Grande Português"?

A Televisão e a Ditadura (1957-1974)

Salazar, o regime e a televisão

A Comunicação Social em Portugal no Século XX - Fragmentos para a História de um Servidor de dois Amos

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9.2.07

Os elevados riscos da TV via Net, ou a segunda vida da infraestrutura de Cabo

Google alerta sobre riscos de televisão na Internet (estadão.com.br, 8.2.07): Segundo Vincent Dureau, vice-presidente de tecnologia de TV do Google, os novos serviços de TV via internet, como o Joost eo YouTube, podem sobrecarregar a rede mundial de computadores ao ponto de fazer perigar a rede, isto porque a infra-estrutura da web não foi projetada para TV. Daí o Google estar já a realizar investimentos pesados para manter os dados a circular na web: "A infra-estrutura da web e até mesmo a (infra-estrutura) do Google não podem ser ampliadas com facilidade, e não vão oferecer a qualidade de serviços que os clientes desejam", disse durante o Cable Europe Congress. O Google ofereceu-se como parceiro às operadoras de TV Cabo, a fim de combinar sua tecnologia de busca de programas de TV e filmes e seus serviços de publicidade dirigida à capacidade das redes de cabo para distribuir programas de alta qualidade... Veja-se que o volume de dados envolvidos numa transmissão de vídeo de uma hora pode equivaler a um ano de e-mails.. Duco Sickinghe, presidente-executivo da operadora belga de cabos Telenet, disse que era "a melhor notícia do dia" saber que o Google não seria capaz de ampliar sua infra-estrutura o bastante para distribuir vídeos...

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Brasil: Fórum das TV’s Públicas em Abril

O Fórum Nacional de TV’s Públicas e as quatro entidades representativas do campo público de televisão (Abepec, Abtu, ABCCom e Astral) anunciaram que o evento será realizado entre os dias 11 e 14 de Abril, em Brasília. "O objetivo geral do Fórum é construir um processo de pactuação do governo, dos canais públicos e da sociedade de maneira geral, que permita vislumbrarmos o encaminhamento de um plano de ação, que permita o pleno desenvolvimento do ponto público de televisão, dentro do novo cenário da comunicação social brasileira."

"O presidente da Associação Brasileira de Televisões Universitária (ABTU), Gabriel Priolli, disse que o objetivo do 1° Fórum Nacional de TV Pública 'é estabelecer um plano de desenvolvimento para a TV pública, que permita que em poucos ela possa ter um peso significativo na sociedade, tanto quanto a TV comercial'.

"Priolli negou que as entidades estejam pensando na criação de um canal público único. 'É uma idéia um pouco ingênua a respeito de fortalecimento do campo público, a idéia de que se possa somar todos os canais que existem e que isso vai produzir um grande contraponto à TV comercial'. "Segundo ele, a riqueza da TV pública é a sua heterogeneidade. 'É importante é haver um conjunto de redes, formas de articulação, em vez de constituir uma única rede que juntaria um grande número de canais para passar um grande número de conteúdos", explicou."

Ministério da Cultura defende projeto específico para TVs públicas

Sistemas público e comercial devem se completar, defende presidente da Radiobrás

Para emissoras universitárias, Fórum de TVs públicas deverá ser “divisor de águas”

Para atender sociedade, TV pública precisa ser independente, diz associação

Para Gil, TV pública deve estar mais próxima da escola, dos centros culturais, de pesquisa e comunitários

Reflexão sobre TV pública com base na cultura e no desenvolvimento é urgente, avalia Gil

Fórum é lançado oficialmente no Rio para discutir novo modelo para TVs públicas

Ver ainda: Brasil: I Fórum Nacional de TV's Públicas

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Tempos de antena da RTP e Referendo (act.)

Tempos de antena colam ao Telejornal (CM, 8.2.07), mas provavelmente não será já neste Referendo sobre a IGV, dado que a vontade da RTP em acompanhar a Lei agora votada na AR não parece ser muita: "Os tempos de antena vão passar a ser transmitidos imediatamente antes ou após o ‘Telejornal’, deliberou ontem a Assembleia da República. (...) "o processo transitará para o Presidente da República e depois de promulgado será publicado em Diário da República. Por outras palavras: dentro de 15 dias a lei deverá entrar em vigor." Acrescente-se que em boa verdade, tal como foi enunciado no debate perlamentar pelo deputado Arons de Carvalho a 25 de Janeiro, a RTP nada mudou nos tempos de antena eleitorais ou referendários, que desde há anos são emitidos às 19h, sem que ninguém tivesse protestado. A polémica surgiu apenas em torno dos tempos de antena não eleitorais. Neste caso, embora a Lei refira o espaço entre as 19h e as 22h, a RTP sempre os emitiu colados ao TJ, o que agora queria deixar de fazer.

Recorde-se a recomendação da ERC de 24 de Janeiro de 2007, no sentido de não ser menorizado um espaço por excelência da cidadania, pelo que os tempos de antena deveriam ser emitidos junto ao Telejornal. A recomendação da ERC dizia nomeadamente: “não pode o Conselho Regulador deixar de manifestar-se criticamente quanto à alteração de horário de emissão dos tempos de antena, determinada pela Direcção de Programas da RTP, uma vez que aquela empobrece a realização material e qualitativa do tempo de antena.”

No dia seguinte, na AR, o PSD fez aprovar na generalidade um projecto de lei que repôs a emissão dos tempos de antena da RTP junto ao Telejornal, aprovado com a abstenção do PS e os votos favoráveis das restantes bancadas.

A abstenção do PS impediu que projecto do PSD fosse votado na especialidade, defendendo os socialistas que “o Parlamento deve dar à RTP a oportunidade de ‘acatar’ a recomendação da Entidade Reguladora da Comunicação Social”, coisa que a RTP não fez, remetendo os tempos de antena do Referendo para as 19 horas.

Esta decisão da RTP para além do resto significa para os Tempos de Antena 5-8 pontos de audiência média, quando colados ao TJ poderiam chegar aos 15 pontos – é a diferença entre cerca de 500 mil e 1,5 milhões de telespectadores...


A RTP tem uma homepage do Referendo com alguma informação, mas nada diz, por exemplo, sobre movimentos, partidos, etc., que intervêm no espaço do Tempo de Antena, o que naturalmente se lamenta.

Revisão da matéria:

Aparecer ou não aparecer na TV, eis a questão (ainda os Tempos de Antena)

RTP1: 'tempo de antena' certo em euros (act.)

Entidade Reguladora vai mediar conversações entre RTP e partidos sobre tempos de antena Lusa/ Público online (15.01.07)

Governo concorda com decisão da RTP de mudar horário dos tempos de antena (Lusa/Público online 12.01.2007)

PSD entrega projecto-lei para colar tempos antena ao Telejornal (Diário Digital / Lusa 12-01-2007)

ERC quer resolver diferendo sobre tempos de antena da RTP (DD, 12-01-2007)

RTP: Alteração de tempos de antena «cria igualdade» (DD, 09-01-2007)

Alteração tempos antena: BE quer ouvir director programas RTP (DD, 08-01-2007)

RTP reduz visibilidade dos partidos (CJ/Expresso 6.01.07)

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8.2.07

Jornalismo e segredo de justiça: "crime", dizem eles

"A defesa dos jornalistas acusados de crimes de violação do segredo de justiça alegadamente cometidos no âmbito do processo Casa Pia solicitou hoje a junção aos autos de um despacho do tribunal de Oeiras relativo ao mesmo crime.
"O requerimento, apresentado e aceite pelo colectivo de juízes na segunda sessão do julgamento que decorre no Tribunal de S. João Novo, no Porto, refere-se a uma decisão do Tribunal Judicial da Comarca de Oeiras, que entendeu não existir violação do segredo de justiça pelos jornalistas (de órgãos de comunicação social sedeados naquela comarca) a quem foram imputados idênticos crimes no âmbito do mesmo processo.
"No Porto, onde o Jornal de Notícias e o Público estão sedeados, o entendimento foi diferente e o juiz de instrução decidiu pronunciar para julgamento 16 jornalistas destes dois órgãos de comunicação social." (
Defesa dos jornalistas realça posição do tribunal de Oeiras DD/Lusa, 8.2.07).

Jornalistas não falaram (CM, 7.2.07): Leite Pereira, director do JN, lamentou que “nos casos de quebra de sigilo judicial nunca se apanhe a origem, mas apenas o mensageiro”. "(...) Também esteve presente o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Alfredo Maia, para se solidarizar com os colegas e afirmar que 'é imperioso alterar o regime do segredo de justiça', defendendo que os jornalistas apenas devem ficar a ele vinculados 'em casos concretos e taxativos'."

Recorde-se o caso Sportugal - e tirem-se as devidas ilações - em que passados poucos dias, estava já identificado a origem da violação do segredo de justiça... Vejam-se a propósito as peças do CM sobre o tema: 1 Fevereiro 2007: Ex-advogado de Jacinto Paixão arguido ; 24 Janeiro 2007: Sportugal: PJ faz nova busca ; 23 Janeiro 2007: Sportugal intimado ; 21 Janeiro 2007: Despacho de Morgado na net .

7.2.07

"Dão-nos uma televisão pornográfica (...)"

"(...) Dão-nos uma televisão pornográfica com noticiário que nos escandaliza e filmes com meia hora de intervalos para anúncios e os portugueses comem e calam". A televisão regional, JAE, O Mirante, 7.2.07.

6.2.07

Brava TV

Pergunta Felisbela Lopes: "se a informação semanal rende audiências, porquê continuar a apostar em novelas de má qualidade? Se a informação semanal atrai interesse público e interesse do público, não é tempo de terminar com grelhas monotemáticas ao serão?" (a propósito da reportagem da SIC “Rosa Brava” ).

Ainda o caso ECT/RTP

Parecer do Conselho Deontológico sobre crítica de Eduardo Cintra Torres à RTP: "O Conselho Deontológico (CD) do Sindicato dos Jornalistas emitiu um Parecer - a pedido do director de Informação da RTP, António Luís Marinho -, que a seguir se transcreve na íntegra, sobre o artigo publicado no jornal Público, a 20 de Agosto de 2006, intitulado 'Como se faz censura em Portugal', da autoria de Eduardo Cintra Torres."

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Manuel Alegre questiona critérios do Telejornal da RTP

Alegre questiona critérios da RTP na cobertura da campanha (DD/Lusa, 6.2.07): "O deputado socialista Manuel Alegre manifestou-se hoje 'indignado' com a forma como a televisão pública tem feito a cobertura da campanha do referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez. 'Fiquei indignado', frisou Alegre, durante uma conferência sobre o referendo promovida no Porto pelo grupo parlamentar socialista, especificando que, num recente telejornal, a RTP terá dado 14 minutos ao 'não' e apenas seis minutos ao 'sim'. "Que poderes misteriosos, ocultos, podem estar a deformar desta maneira as regras do pluralismo democrático num referendo desta importância?", questionou.

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5.2.07

Sim, a Mulher é a Mulher e as suas circunstâncias (act.)

Colocada assim a questão (Referendo de 11.2.07), cabe dizer que há múltiplas “razões” com que a razão se emociona. Mas é aí – e por aí – justamente, que se abre uma fractura gerada no próprio plano da (ir)racionalidade e do maniqueísmo. Sendo que as razões e emoções que mais directamente interpelam o mundo da vida, ou, também, o homem e as suas circunstâncias, se aproximam inequivocamente do “sim” no referendo.

Porquê? Primeiro pelo irrazoável do próprio Referendo no plano da virtude civil e no plano do inumano, isto é, do que começa por plebiscitar, esquecer a própria mulher. No fundo, será que a Mulher é referendável?

Existe uma Lei da IVG que autoriza o aborto terapêutico (realizado para interromper uma gravidez que resultou de uma violação), o aborto eugénico (praticado quando são detectadas malformações no feto), ou a interrupção em defesa da vida da mulher.

A mesma lei que aparenta desconhecer outros “princípios de violação” do quadro ético/normativo que podem originar uma gravidez, nomeadamente: desinformação e/ou imaturidade (sobretudo nas adolescentes mais jovens), abandono ou exclusão social e/ou desestruturação familiar, falência do dispositivo contraceptivo, efeito de drogas ou álcool. A actualização da Lei da IGV, neste sentido, teria resolvido a questão. E teria poupado a sociedade portuguesa a um debate estéril, demagógico e por vezes mesmo terrorista. Que pode até ficar sob o cutelo da justiça (a modos que divina) e da excomunhão do cónego Tarsício enunciada no seu texto “ordem para matar”.

No fundo, há vida para além do feto, ou melhor, há vida para além da fecundação – e essa é a da mulher. O que se passa é que há vida para além do Referendo – e, sem dúvida, ao instituí-lo começa por negar-se essa evidência.

Daí que haja uma certa hipocrisia política-partidária neste Referendo.

Tenho mesmo sérias dúvidas de que, colocado o excesso da questão referendária, o tradicional dispositivo comunicacional/propagandístico político-partidário se deva envolver, como está, numa questão que a política não quis ou não soube resolver no seu espaço de competência própria. E que, praticamente, não criou divulgação documental, análise “independente” e sistematização científica sobre o tema.

Ao devolverem a questão para a dimensão referendária da cidadania, as máquinas político-partidárias deveriam continuar a fazer valer a sua legitimidade numa expressa e continuada delegação à cidadania do debate público sobre o tema. Isto porque a natureza da lógica comunicacional/propagandística político-partidária – veja-se o caso dos tempos de antena televisivos – “inscrevem” excessivamente o logótipo partidário e sobretudo o dispositivo propagandístico “partidário” numa esfera que já não é definitivamente sua, mas antes da democracia participativa e da política aberta, da deliberação dos cidadãos de uma forma geral.

E quanto à questão científica, o problema não está em saber “quando começa a vida” ou qual é o “grau zero da vida” e fazer depender dessa definitiva imprecisão uma decisão. Do nosso ponto de vista, a ciência só poderá responder que não há, por assim dizer, um “grau zero da vida”. Uma gravidez é claramente um facto de civilização e é na complexidade humana do seu contexto que devem ser colocadas causas e consequências.

Veja-se que no plano estritamente médico, na óptica neurológica a vida começa às 26 semanas (funções cerebrais superiores); na biologia, às 12 semanas (formação do sistema nervoso) e na genética é na fecundação (genoma). O problema é que para as ciências sociais (e jurídicas) a “vida” começa um pouco antes, isto é, há disponibilidade científica para se ponderar as circunstâncias do próprio acto de fecundação. E no caso de violação, aceita-se a interrupção.

Dir-se-ia que o “acto de fundação” da vida deriva de um continuum e não propriamente de um momento zero. O cerne da questão residirá assim não nos mitos fundadores da “origem”, mas sim nas formas de variabilidade, na experiência da vida e do acto, que envolvem desde logo a mulher e as suas circunstâncias.

O que interessará, pois, nesta oposição entre a razão plena da ciência e o seu aproveitamento político, é a variação, humana, social, contínua, imanente e não a identificação do “momento zero”. Recorde-se, neste sentido, a crónica de Umberto Eco, recentemente citada por Mário Mesquita (A vida, os embriões e os seres humanos, Público, 4.2.07) intitulada "Sobre a alma dos embriões" onde Eco dissertava "sobre a pretensa defesa da vida, segundo a qual o embrião já é um ser humano na medida em que poderá vir a sê-lo no futuro" presunção que em si mesma faz implodir o próprio dogma da “fundação” jurídico-política da vida no que diz respeito ao tema da interrupção voluntária da gravidez.

Dada a complexidade – isto é, a dimensão humana do tema –, a ciência deveria responder de forma menos decisiva, mais distanciada, ou seja, recolocando a questão da gravidez na sua dimensão social e humana (mais do que na dimensão da “saúde” ou “jurídica”), isto é, pronunciando-se desde logo contra a sua classificação como “objecto de justiça”, recomendando a óbvia e natural despenalização e descriminalização.

A angústia maior conduz-nos ao “nefandum crimen!” de que fala parte da Igreja – e a saber se, de facto, esse “crime” está em linha com aquele a que Dan Brown se refere no Código da Vinci, quando expõe a censura intemporal à maternidade de Maria Madalena e à linhagem genealógica de Cristo.

Veja-se que quando se reconhece na Lei que em determinadas circunstâncias é aceitável socialmente a interrupção da gravidez, reconhece-se, de facto e de jure, que a razão ética, social e humana, deve prevalecer sobre, por exemplo, a ética religiosa ou sobre o próprio “mito” da origem da vida, não sendo por isso aceitável a alienação desse mesmo princípio. Não sendo de todo aceitável que face a essa legitimação, colocados perante a consciência da mulher e a invocação de um princípio de violação (visto de forma lata), alguém, por “decreto”, enuncie o “homicídio”.

O espírito do tempo – porventura o espírito dos tempos – aconselha a essa “descida” às evidências do mundo da vida, porque o homem, como a mulher, é o homem e as suas circunstâncias.

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4.2.07

Mário Mesquita deixa o Público

Muitas vezes citei aqui crónicas de Mário Mesquita que se cruzavam com o tema da televisão. Mesquita é, para mim, um dos poucos colunistas de referência da imprensa portuguesa. Infelizmente não o vamos voltar a ler nas páginas do Público. Imaginando que este caso não se enquadra na emergente vontade de 'esterilização' das vozes do desassombro, ponho-me a olhar à volta e vejo tudo um pouco mais pobre.

Quando o presidente da RTP analisava os alinhamentos para impedir notícias “a pedido” do Primeiro-Ministro

«P: O presidente da RTP via o alinhamento do telejornal? Hoje, isso é inconcebível!»

«R: Mas hoje também é perfeitamente inconcebível – se calhar não é... - que alguém encomende notícias ao telejornal. Um dia, havia uma notícia que me pareceu muito estranha. Perguntei como é que tinha aparecido e o jornalista disse: “Foi o primeiro-ministro que telefonou.” Eu não aceitei – e disse-lho – que ele enviasse directamente notícias para o telejornal, sabendo que havia um militar (que era eu) à frente da televisão. O Vasco Gonçalves aproveitou aquela assembleia para tentar a minha saída da RTP. Alguns até advogaram a minha prisão. Quando soube, no dia seguinte, achei que não tinha condições para continuar na televisão e pedi a demissão.»


Ramalho Eanes em entrevista a José Pedro Castanheira (Expresso – Única, 27.1.07)

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2.2.07

Socorro, quero ir à Televisão!

A modelo e empresária Rita Egídio, lançou um workshop intitulado «Socorro Quero Ser Famoso!». O curso, de meia dúzia de horas de duração, aborda temas como a fama, o reconhecimento, os media e a notoriedade, como criar uma carreira estável, positiva e douradora, muito embora sejam alertados desde logo os inscritos e potenciais candidatos para não acreditarem que “vão sair do mini curso famosos”. Como é dito no programa do curso, “isso depende das capacidades, do esforço, da sorte e do trabalho de cada um”…

A crer nas notícias (
Prova Oral, Antena 3, e Jornal da Noite da SIC, que passará uma reportagem sobre o tema), a maior parte dos inscritos têm a sua pequena-grande obsessão de serem famosos, começando logo por ambicionar “aparecer na TV”…

De facto, aparecer na TV tem por vezes o efeito de uma espécie de entronização social. É a ascensão à dignidade mediática-televisiva, o que, para pessoas com uma boa dose de imaginação pode levar a uma exaltação desproporcionada, fazendo-se crer que entraram para o Olimpo dos pequenos deuses televisivos.

No fundo, o aparecer na TV pode funcionar para o comum dos mortais como uma redenção, como a “salvação da alma”, expiando todos os pecados de uma vida não tanto pecaminosa, mas antes passada na mais entediante banalidade e no mais profundo apagamento pessoal e social.

Essa exposição social através da televisão acaba assim por ser a conquista de uma certa e relativa notoriedade pública, que se mais consequências não tiver – e normalmente não tem -, funciona para o próprio como símbolo de afirmação pessoal no espaço público. Donde, a conquista dos seus minutos de celebridade e de fama funcionar como uma espécie de catarse, de purificação do ego.

Evidentemente que se tudo corresse como nos contos de fadas, todos os frequentadores do curso se arriscariam a uma segunda inscrição, mas agora para frequentarem o módulo “Socorro, sou um homem de sucesso”… O problema é quando ao fim dessa meia dúzia de horas caírem na real e se aperceberem que não ficaram nem com a fama nem com o proveito...

1.2.07

Estatuto do Jornalista: que direitos, que independência, que credibilidade? (act.)

As três propostas de revisão do Estatuto do Jornalista seguem para a Comissão (SJ online): "A proposta do Governo e os projectos de Lei do PCP e do BE para a revisão do Estatuto do Jornalista foram aprovados na generalidade, hoje, 1 de Fevereiro, seguindo para discussão na especialidade. O Sindicato dos Jornalistas (SJ) apelou aos deputados, na semana passada, para votarem favoravelmente as três propostas, de modo a possibilitar um debate mais aprofundado sobre a revisão do estatuto profissional."

Projectos de alteração ao Estatuto do Jornalista aprovados no Parlamento (Público online, 1.2.07)

Parlamento vota Estatuto do Jornalista a 1 de Fevereiro (SJ)

SJ reforça apelo ao consenso devido a projecto do Bloco de Esquerda

SJ apela ao consenso na revisão do Estatuto do Jornalista

Discussão da proposta de lei do Estatuto do Jornalista: Direitos de autor e sigilo profissional dominaram debate (JN, 27.1.07). Intervenção do Ministro dos Assuntos Parlamentares no debate da Proposta de Lei que Altera o Estatuto do Jornalista, na Assembleia da República.

Revisão da matéria: Jornalismo e jornalistas em Portugal: que direitos, que independência, que credibilidade?

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Ofcom review of Public Service Broadcasting

Ofcom completed its first review of public service broadcasting (PSB) in February 2005. It showed that, despite continued public support for the current level of PSB, the existing terrestrial analogue model of commercially-funded PSB will not survive the transition to digital and may erode rapidly prior to 2012.
As part of its response, Ofcom suggested there could be a new Public Service Publisher (PSP), a commissioner of new media content focussed on meeting public purposes. It would use new distribution platforms such as broadband, mobile and digital broadcasting to deliver distinctive, high quality, UK-originated public service content. The PSP would be a networked, participative new media organisation in contrast to the traditional broadcasting focus of the existing PSB model.
During the summer of 2006, Ofcom commissioned a PSP Creative Forum to determine what kind of content the PSP might generate and what its public service values should be. A discussion document published today further develops Ofcom’s initial views on the PSP alongside the work of the Forum and invites responses to these views.
News Release:
http://www.ofcom.org.uk/media/news/2007/01/nr_20070124a
Discussion Document:
http://www.ofcom.org.uk/consult/condocs/pspnewapproach/

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Ofcom prepara o 'switchover'

Ofcom published a draft Code of Practice in preparation for the transitional work necessary for digital switchover. The draft Code sets out what steps broadcasters should take to ensure maximum protection to existing viewers of analogue and digital terrestrial television services whilst enabling them to implement digital switchover in a timely and cost-effective manner.

News Release:
http://www.ofcom.org.uk/media/news/2007/01/nr_20070130

Discussion Document:
http://www.ofcom.org.uk/consult/condocs/transition/

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