ERC, um ano depois
Pela negativa, dois casos entre muitos possíveis:
- O não ter retirado até agora nenhuma consequência do que enunciou há oito meses atrás nessa mesma deliberação da renovação das licenças: veja-se a programação “telenovelizada” das privadas e percebam-se os abusos que estão em causa; veja-se, também, por exemplo, a campanha do Referendo em que SIC e TVI, para além dos tempos de antena obrigatórios e dos telejornais, não tiveram uma intervenção democrática no plano de debate público, com programas não-diários, debates, grandes entrevistas sobre o tema da IGV.
- O tremendo erro no enviezamento da questão das relações entre o governo e a RTP, no caso do jornal Público/Cintra Torres. A posição digna de uma entidade independente não seria certamente pedir a cabeça do crítico ou a do director do Público, mas colocar-se no plano de um regulador atento aos excessos oficiosos e protocolares da informação da TV pública e, em consequência, crítico do défice de informação independente, do défice de experiência social e de cidadania, da quase censura de matérias de educação e cultura, etc., etc. Ou seja, o Regulador deveria ter tido um pouco mais de dignidade e de independência quando tem pela frente um Serviço Público de Televisão, que, historicamente, sempre serviu os poderes instalados e sempre foi um obediente cumpridor do que emana do controle político a que está sujeito. De facto e de jure.
Revisão da matéria:
ERC: das dependências às incompetências (serviço clipping 2006)
ERC: regulação, “contra-regulação” ou governamentalização?
Etiquetas: ERC
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