25.2.07

Rui Rio e os... me(r)dia

Reveja-se (e repense-se) parte da entrevista de Rui Rio a Paulo Moura (Pública, 18/2):

"A atitude normal de um tipo que está num cargo político é olhar para a Comunicação Social e pensar: 'Eles têm uma força tremenda, porque só chega à população aquilo que eles querem. Não só podem censurar aquilo que eu digo, como até podem deturpar aquilo que eu digo. Têm-me na mão, estou indefeso. Não posso fazer nada, eles têm mais força do que eu. Por isso, é melhor convidar os jornalistas para almoçar, ser simpático, a ver se não me tratam mal'. Têm medo. É intolerável. Ora eu, que vim para isto em 72 ou 73, para lutar pela democracia, pela liberdade de expressão, vejo-me confrontado com isto trinta e tal anos depois do 25 de Abril?Abro os jornais e a manipulação da informação é a mesma que havia antes do 25 de Abril. As meias verdades, a arrogância. Mas que é isto?' Rui Rio admite que seja saudável uma tensão natural entre o poder e a Comunicação Social. Mas não aceita que esta seja anti-poder. Nem tampouco que haja promiscuidade entre uns e outros. 'Comigo não há de certeza. Não lido muito com jornalistas. Nunca telefono a dizer: Olhe, você dá-me isto e eu dou-lhe aquilo. Meta-me lá esta notícia, que é um bocado forçada, que me dá jeito. E amanhã, quando quiser saber qualquer coisa, telefone, que mesmo que eu não saiba, arranjo maneira de saber'. Isto está errado e a culpa é mútua. Os políticos têm medo e pensam: 'Dou-lhe isto a ver se ele se cala'. Que é o conselho que muita gente me dá".

Entretanto, depois desta entrevista, Rio tenta impedir publicação das suas declarações (JN, 20.2.07). Fica só por saber que parte da entrevista é que...
[o Irreal agradece a Clara Ferreira Alves o neologismo me(r)dia, criado com toda a propriedade e riqueza, embora não exactamente neste contexto].

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