27.2.07

Os atentados ao Serviço Público continuam

Ontem, a sequência de mais um atentado ao serviço público: vem o Telejornal de uma hora mais o comentador bloquista (Vitorino, bloco central). Vem o Malato mais o seu concurso "Como se chama o filho da Princesa Carolina - Jaquinzinho, Mariazinho ou Francisquinho?". Vem a novela que nem os brasileiros querem ver.

Já chegadinhos às 23 horas (!), lá vem o único programa de debate público da RTP1. O tema era o fecho das urgências. Presentes: autarcas de norte a sul do país, peritos, médicos. E o ministro, que entra a horas quase clandestinas, soavam as badaladas da meia-noite. Um programa de inquestionável interesse nacional, só que começou às 22h51 e acabou pelas duas da manhã!

Será que o respeito pelos portugueses e pelos 150 milhões de Euros que lá pomos têm como contrapartida este descaramento institucionalizado, que perdura há anos, com a cumplicidade da administração da RTP e do ministro Santos Silva?

Não haverá um pouco de bom senso, para considerar, no mínimo, que o Prós e Contras deve arrancar mais cedo na grelha? Não haverá um pouco de bom senso para considerar que o Prós e Contras tem mais legitimidade para mexer na grelha do que o Parma-Braga, ou outro qualquer jogo de futebol?

Não haverá um pouco de bom senso para intervir junto da direcção de programas e da administração para travar este despudor?

Não sei se o ministro pediu para ir à RTP à meia-noite debater esta questão (...) mas que o debate ficou numa espécie de clandestinidade, ficou. Até pelas audiências: 3,2% de audiência média, isto é, 300 mil telespectadores.

Por outro tanto, Morais Sarmento mandou Carlos Pinto Coelho e o Acontece para casa. Dizia Sarmento que a cultura não podia ser só para 200 mil portugueses... Chama-se então à pedra o actual tutela. Para que veja que a saúde não pode ser só para 300 mil portugueses... Agora a sério: para que veja que o serviço público, quando o há, não pode estar na clandestinidade e brincar despudoradamente com os portugueses.


PSD acusa Governo de "apertar controlo" sobre a RTP (Público online, 27.2.07)Face a este quadro, o PSD veio dizer que o que era importante era, ao bater das badaladas, ter entrado em estúdio com o ministro para exercer o contraditório e ficar ali a perorar até às duas da manhã... Pois, pois...

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