30.4.08

Diz que é uma espécie de "afunilamento do espectro de assuntos"

Na entrevista a Rosa Pedroso Lima (Expresso, Sábado 26/5/08), José Alberto Carvalho, director de Informação do canal estatal diz que "Há tentativas frequentes de condicionar a RTP" e ainda: "Acho que o país vive com demasiada política e que isso provoca um afunilamento do espectro de assuntos que são cobertos pelos jornalistas. E não é muito saudável." Se é isso que a Direcção de Informação da RTP vê, selecciona, edita... estamos conversados.

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Serviço Público de Televisão, Pluralismo, Independência, TDT, 5º Canal…

Pluralismo: Convirá entender esta questão sob dois pontos de vista que são fulcrais: sob o ponto de vista do pluralismo da informação e da independência da RTP; e sob o ponto de vista da oferta diversificada de conteúdos de qualidade que promovam prioritariamente a identidade cultural portuguesa. Em ambos os pontos os resultados são claramente insatisfatórios, pelo que a RTP não justifica (e não o justifica historicamente – o problema não é só de agora), do meu ponto de vista, o elevado financiamento público global, entre taxas e dotações directas, de cerca de 300 milhões de euros/ano. Para um resultado final como o que está patente, como português e como pai, preferiria sempre que esse dinheiro fosse aplicado na Escola pública e na melhoria das condições globais de ensino para os nossos filhos.

Independência: No plano da independência e do pluralismo, mais do que submeter a sua lógica informativa ao plano institucional habitual, onde predomina uma classe política com fragilidades preocupantes, a RTP terá que ir naturalmente ao encontro das vozes seniores do País, deve ter regularmente nos seus espaços informativos as vozes dos notáveis deste país, académicos, professores, intelectuais, políticos de elevado mérito público fora do activo, etc. E deve auscultar de forma desassombrada, verdadeiramente "o que está a acontecer" e não os mimetismos de outras agendas e o jornalismo “institucional” e burocratizado, ou seja, deve ir ao encontro da experiência social, da virtude e da sociedade civil, dos desígnios da cidadania, contribuindo assim para cumprir o seu "objecto" constitucional, que é, no fundo, o de formar uma opinião pública forte, "descolonizada" (com defendia recentemente Ramalho Eanes) e emancipada.

Qualidade: Os desafios das privadas colocavam a RTP, por lei, na posição alternativa de oferecer aos portugueses aquilo que os privados não podem oferecer. Se isso pode ser evidente, em termos de serviço público, na RTP2, na RTP1 só muito pontualmente aparecem produções que respeitam essa incumbência legal. A questão não é tanto a de perder qualidade, é talvez antes de não a ter ganho tal como a Lei de Televisão e o Contrato de Concessão a obriga.

TDT: A digitalização de uma rede de comunicações é sempre um ganho, desde que seja auto-sustentável ou que eventualmente tenha um contributo público justificado em termos de prestação de um "serviço universal", como poderá ser, no limite, o caso. Mas trata-se de um projecto que só deveria ser lançado caso fosse mesmo necessário, isto é, se houvesse estudos técnicos e económicos comparados entre plataformas IP e digitais terrestres, de forma a perceber-se se a IPTV não é hoje já uma alternativa viável à TDT. O que eu sei é que Bill Gates já disse que sim. E disse-o ao próprio regulador norte-americano. Mas tal como cá, parece que disso (como de muitas outras coisas) os políticos não querem saber.

5º Canal: Aqui coincido com os actuais operadores privados, que temem a entrada no nosso diminuto mercado de um novo canal privado. Creio que as suas implicações negativas se vão registar no plano da qualidade da oferta televisiva em geral, que já é crítica hoje em dia, mas também nas condições económicas e financeiras de outros sectores como a Rádio e a Imprensa, agravando-se uma situação que é extremamente difícil desde o ano 2000, dado que o mercado publicitário está praticamente estagnado em Portugal desde essa altura. Seria preferível que, a aparecerem novos canais, que então fossem canais com dimensão regional, afectos a mercados publicitários de grande potencial não directamente concorrenciais com os disputados pelos actuais operadores.

RTP sem Pub: No novo contexto de rápido crescimento dos ambientes digitais, o serviço público de televisão e rádio, ao contrário do que se diz por aí, terá tendência a desaparecer e não a reforçar investimentos em múltiplas plataformas. Tal como está, a sua esperança de vida é de mais 10-20 anos. Eventualmente poderão permanecer, posteriormente a isso, formas de financiamento público no sector com objectivos internacionais e de promoção global da identidade cultural portuguesa e do nosso património ancestral, também com objectivos de marketing turístico, por exemplo (uma RTPi convertida em WebTV fará eventualmente sentido). O que significa que em Portugal, o serviço público de televisão deve ser reorientado, nos próximos 10-20 anos, estrategicamente nesse sentido e não no sentido da eterna "guerra de audiências" e múltiplos mimetismos com os privados. Foi chão que deu uvas, já não devíamos estar aí. Nesse processo progressivo de reconversão do sector público, faz sentido uma reconversão das próprias estratégias de captação de publicidade que deveriam ir desaparecendo do meio clássico televisão para começarem a emergir em ambiente Web.

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28.4.08

Onde pára o "órgão" (consultivo) da RTP2?

Temos uma Lei de Televisão, temos sim senhor. É a Lei n.º 27/2007, de 30 de Julho. Que no seu artigo 54º diz que "Junto do segundo serviço de programas funciona um órgão consultivo representativo dos parceiros da Administração Pública e da sociedade civil que com ele se relacionem". Mas... cadê o órgão? E será que o dito órgão só faz falta à RTP2 e não faz falta à RTP1? Bonito serviço (público)...

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A RTP1 igualzinha-igualzinha à Lei

Já agora vejam como a RTP1 está igualzinha-igualzinha à Lei (Artigo 51º): Obrigações específicas da concessionária do serviço público de televisão

1 - A concessionária do serviço público de televisão deve, de acordo com os princípios enunciados no artigo anterior, apresentar uma programação que promova a formação cultural e cívica dos telespectadores, garantindo o acesso de todos à informação, à educação e ao entretenimento de qualidade.
2 - À concessionária incumbe, designadamente:
a) Fornecer uma programação variada e abrangente, que promova a diversidade cultural e tenha em conta os interesses das minorias;
b) Promover o acesso do público às manifestações culturais portuguesas e garantir a sua cobertura informativa adequada;
c) Proporcionar uma informação isenta, rigorosa, plural e contextualizada, que garanta a cobertura noticiosa dos principais acontecimentos nacionais e internacionais;
d) Garantir a produção e transmissão de programas educativos e de entretenimento destinados ao público jovem e infantil, contribuindo para a sua formação;
e) Garantir a transmissão de programas de carácter cultural, educativo e informativo para públicos específicos, incluindo os que compõem as diversas comunidades imigrantes em Portugal;
f) Participar em actividades de educação para os meios de comunicação social, garantindo, nomeadamente, a transmissão de programas orientados para esse objectivo;
g) Promover a emissão de programas em língua portuguesa, de géneros diversificados, e reservar à produção europeia parte considerável do seu tempo de emissão, devendo dedicar-lhes percentagens superiores às exigidas na presente lei a todos os operadores de televisão, atenta a missão de cada um dos seus serviços de programas;
h) Apoiar a produção nacional de obras cinematográficas e áudio-visuais, no respeito pelos compromissos internacionais que vinculam o Estado Português, e a co-produção com outros países, em especial europeus e da comunidade de língua portuguesa;
(...)

[Devo ter qualquer problema na minha televisão, não consigo ver nenhuma alínea daquelas quando ligo a RTP1...]

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“Os portugueses nem deviam pagar taxa”, defende o provedor da Rádio pública

[Na Rádio, como na TV...] “Os portugueses nem deviam pagar taxa” (CM, 28 Abril 2008): «José Nuno Martins, provedor do ouvinte da RDP, entrega hoje na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) um relatório polémico de 536 páginas em que questiona o serviço público de rádio. Ao mesmo tempo, anuncia que cessa funções amanhã – dia em que completa 60 anos – não assegurando assim o cargo que assumiu em Maio de 2006 até ser escolhido sucessor.

«"A continuar o estado em que as coisas estão, os portugueses nem deviam pagar taxa. Não se justifica esse pagamento", disse ao CM José Nuno Martins. "O Presidente da República, Cavaco Silva, no seu discurso do dia 25 de Abril, destacou a falta de interesse dos jovens pela política. Ora, eu entendo que a estação jovem de serviço público, a Antena 3, deveria contribuir para minorar esse défice. Essa estação está a ser feita para jovens adultos, que é um público bem diferente. A Antena 3 ou recentra a sua acção na direcção específica dos adolescentes e jovens, ou perde a sua razão de ser. E a razão de ser da rádio é levar as pessoas a pensar, a aprender alguma filosofia, não é só música", critica. José Nuno Martins destaca ainda que o seu relatório "é muito pesado. São 536 páginas, como se fosse uma tese em defesa do serviço público de rádio, que neste momento não está a ser cumprido. Serve interesses do Estado e de empresas".»

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Nada em audiência

"Nada" (Jorge Mourinha, no Público): "(...) Repare-se nos dez programas mais vistos de sábado: futebol (com um share extraordinário de 52% - metade de todos os espectadores a ver televisão estavam a ver o Benfica-Belenenses), futebol, novela, novela, humor, humor, novela, concurso, novela, noticiário. E começo a perguntar: as audiências são assim porque não há mais nada, ou como não há mais nada as audiências são assim?"

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27.4.08

Défices do serviço público de televisão

Bollywood ataca Cabul

La televisión afgana desafía a los talibán y mantiene la emisión de culebrones índios (El Mundo, 27/4): “La mayor televisión privada de Kabul ha desafiado la orden tajante del Gobierno que le instaba a sacar fuera de antena la emisión de culebrones indios, insistiendo en que se trataba de un claro deseo de las autoridades religiosas conservadoras del país que intentan 're-talibanizar' Afganistán, según ha informado el periódico 'The Times'.

“Los dramas producidos en Bombay cuentan cada vez con más y más seguidores. Historias de familia con argumentos sencillos, una actuación algo acartonada y una producción pobre, pero que han captado al público afgano.

“Los culebrones han provocado un intenso debate. La batalla dialéctica entre liberales y conservadores, ha concluido con la orden del presidente Hamid Karzai de sacarlos de la parrilla y estableciendo como fecha tope el pasado 22 de Abril (…)”.

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Hillary/Obama na ABC, ou as 20 mil queixas televisivas

La compleja influencia del cuarto poder (El Mundo, 27/4): “Los moderadores desempeñan un papel decisivo en los debates televisivos; Tras el último debate, la web de la ABC recibió más de 20.000 quejas. Con casi 11 millones de telespectadores, el último cara a cara entre Hillary Clinton y Barack Obama en Filadelfia ha sido el más visto de los celebrados hasta ahora. Sin embargo, curiosamente, tras el debate, si una cosa quedó clara es que los principales protagonistas no fueron los dos políticos demócratas, sino los periodistas que les entrevistaron: Charlie Gibson, y George Stephanopoulos.”

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24.4.08

Patinha Antão, primeiro-ministro

No Prós e Contras da passada segunda-feira, o candidato à liderança do PSD, Patinha Antão, afirmava (às 00h18) pensar que tinha cerca de 1,5 a 2 milhões de telespectadores a segui-lo. Erro mortal. A audiência média do programa (rating) foi de 3,3% (para o share médio de 12,2%), o que significa que àquela hora em que Patinha Antão delirou com os números apenas cerca de 10% dos espectadores que ele imaginava, estavam verdadeiramente a segui-lo. Com enganos destes, um dia Patinha Antão seria primeiro-ministro e daria por ano à RTP mais 1000% do que ela verdadeiramente mereceria… Mas… não será o que fazem já hoje?...

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23.4.08

Tony Carreira contra Mário Soares (i.e. o que eles chamam serviço público de televisão)

São 23h57 (!) e estou a ver na RTP1 Mário Soares a explicar a Clara Ferreira Alves como foi a sua passagem pelo Aljube - os curros, as humilhações em celas com presos de delito comum, os seus três anos nas prisões de Salazar, o seu regresso a Portugal no 25 de Abril... Uma grande lição de história. Mas... o Serviço Público de Televisão olha para esta lição de história e decide primeiro por Tony Carreira... E depois, ainda por Tony Carreira. Depois ainda por essa praga chamada Quem quer ser milionário. Finalmente, O Caminho Faz-se Caminhando, com Mário Soares (é a isto que se chama usar os dinheiros públicos, brincar com todos nós e fazer 'anti-serviço público'):

21:00 EM REPORTAGEM "TUDO POR TONY", (Reportagem sobre Tony Carreira)
21:25 ENCONTRO DE SONHO - TONY CARREIRA
22:00 QUEM QUER SER MILIONÁRIO
23:00 O CAMINHO FAZ-SE CAMINHANDO (Soares , o Aljube, o 25 de Abril...)

O resultado de uma programação destas é evidente: no horário seleccionado para Tony Carreira, a audiência andará pelo milhão e pouco de telespectadores, enquanto que no horário atribuído a Mário Soares andaremos à volta de cerca de 10 por cento disso. Provavelmente, os responsáveis pelos serviço público rejubilam por Tony Carreira ter dado um dos programas mais vistos do dia... Mas não é isso que se pretende de uma televisão pública. A importância e a dignidade histórica de O Caminho Faz-se Caminhando, numa TV de serviço público, só podia ter um horário - aquele que foi atribuído a Tony Carreira. Assim continua a não ser possível cumprir a missão de serviço público na RTP1.

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22.4.08

Jeff Jarvis: No jornalismo, as boas ideias são do público

Ler a entrevista de Jeff Jarvis a Pedro Ribeiro e João Pedro Pereira, no Público de 21.4.08: "No jornalismo, as boas ideias são do público". Começa assim:

P: Acha que os jornais e a imprensa radiofónica e televisiva vão acabar, ou é própria profissão de jornalista que está em risco?

JJ: Na verdade, sinto-me muito optimista sobre o jornalismo. Acho que há grandes oportunidades de crescimento, se redefinirmos as notícias e o jornalismo em termos latos. As estruturas anteriores do jornalismo dependiam dos meios de produção – a imprensa, a torre de emissões. Isso ditava os meios de distribuição e tudo o resto, mas não era isso que definia o jornalismo. O jornalismo é pessoas à procura de coisas que precisam de saber. Acredito que há oportunidades para o jornalismo colaborativo, com mais pessoas envolvidas.

P: Está a falar dos cidadãos-jornalistas?

JJ: Sim. Aí chega-se à pergunta: o que é o jornalismo, quem é um jornalista? Acho que é um erro definir o jornalismo com base em quem o pratica. Há pessoas que podem fazer um acto de jornalismo uma única vez na vida. Por exemplo, alguém que no tsunami [no Sudeste asiático] tirou uma foto do que se estava a passar, isso foi um acto de jornalismo. O papel do jornalista muda. Temos mais gente a fazer jornalismo, isso pode ser confuso; há um papel para os jornalistas, que é editar, gerir [“curate”], talvez até ser educadores, ajudar as pessoas a fazer jornalismo melhor. A ideia de que as instituições são donas do jornalismo, isso vai acabar. Mas não quer dizer que vá acabar o jornalismo.

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21.4.08

O(s) Tempo(s) dos Media

Este número 7 da revista do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20), dedicado ao tema "O(s) Tempo(s) dos Media", está dividido em três secções temáticas: Tempos e Transformações, História e Memória, e Cultura e Media. Dos media do tempo ao discurso do poder do tempo, este número integra abordagens e reflexões sobre os media que passam a constituir referência obrigatória.

Da introdução da coordenadora deste volume, Isabel Vargues: «O século XX foi, entre muitos outros aspectos identitários, um tempo dos media. E é a este tema que o número 7 da Revista Estudos do Século XX se dedica como objecto de reflexão na medida em que, muito justamente, se reconhece que os meios de comunicação tiveram uma evolução exponencial que permitiu grandes mudanças no seu papel e no seu contributo como instrumentos privilegiados da liberdade de expressão.

«É um dado adquirido que os media contribuem para a construção da realidade social, política e cultural, mais acentuadamente desde os finais do século XIX. Eles não só informam ou noticiam, opinam e investigam, mas, em particular, estimulam poderosamente a formação dos indivíduos e consolidam a democratização dos cidadãos, como aliás, a educação. E a liberdade de expressão torna-se uma das pedras angulares das sociedades democráticas contemporâneas na sua luta constante pelo desenvolvimento e pela paz. (…)».

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Tecnologia e Figurações do Humano

Saiu o nº 12 da Comunicação e Sociedade, do Centro de Estudos Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, que trata o tema Tecnologia e Figurações do Humano. Da nota introdutória do Coordenador, Moisés de Lemos Martins : "Toda a época tem um pensamento à sua altura, um pensamento que a diga em verdade. O “rei clandestino” (Simmel) da nossa época é o pensamento do mercado global e o pensamento da técnica. A nossa época resume-se, pois, a duas ideias: o mercado global, por um lado, e toda a espécie de tecnologias, por outro, sobretudo tecnologias da informação, que suportam o mercado, e biotecnologias, que reconvertem a vida humana num mundo ainda mais “admirável” do que a própria vida (Huxley). As tecnologias da informação, ao mobilizarem a época, aceleraram o tempo histórico e criaram o mercado global (Sloterdijk: 2000)1. Esta criação significa, todavia, a crise permanente do humano, a qual é alçada a categoria dominante da cultura contemporânea. As tecnologias ligam globalmente os indivíduos em tempo real, criando neles o cérebro de que elas precisam, o de indivíduos empregáveis, competitivos e performantes no mercado, mas desarticulam-nos ao mesmo tempo como cidadãos, impondo-lhes um destino de ora em diante fragmentário, caótico e nomádico. (...)" Ver índice.

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20.4.08

The free open-source video platform

Miro is our core project. It's a free open-source desktop video application that is designed to make mass media more open and accessible for everyone.

Television is the most popular medium in our culture. But broadcast and cable TV has always been controlled by a small number of big corporations. We believe that the internet provides an opportunity to open television in ways that have never been possible before.

Miro is designed to eliminate gatekeepers. Viewers can connect to any video provider that they want. This frees creators to use the video hosting setup that works best for them-- whether they choose to self-publish or use a service. It's the kind of openness that the internet allows and that we should all demand.

The free open-source video platform

Participatory Culture Foundation

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A Edição de Vídeo no Jornalismo Televisivo da RTP






















Uma excelente tese subordinada ao tema da edição de vídeo da informação televisiva, defendida dia 18 na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Mestrado em Comunicação e Jornalismo) sob orientação da Profª Isabel Ferin da Universidade de Coimbra e do Prof. Jacinto Godinho da Universidade Nova de Lisboa e Jornalista da RTP. O autor, Carlos Canelas é docente do Ensino Superior Politécnico, na Escola Superior de Educação da Guarda - Instituto Politécnico da Guarda. Destaque neste trabalho para a caracterização deste importante grupo profissional relativamente secundarizado nas práticas diárias. Da leitura da tese retira-se fundamentalmente a necessidade do aprofundamento do modelo de formação da RTP para editores de imagem e jornalistas-repórteses, bem como a importância da auto-avaliação das práticas específicas num contexto mais alargado das práticas redactoriais (da selecção de agenda à edição e alinhamento da notícia, passando pela reportagem, investigação, etc.)

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17.4.08

'Summer Institute' em Media Digital na FCSH


Programa UT Austin|Portugal (CoLab) lança primeiro Summer Institute em Media Digital do país:

Candidaturas aos workshops abertas até 5 de Maio

O Programa UT Austin|Portugal (CoLab) lançou ontem, dia 16 de Abril, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, o Primeiro Summer Institute em Média Digital, realizado em Portugal.

Este instituto de Verão terá lugar entre 26 de Maio e 28 de Junho e será composto por 6 workshops intensivos, com duração de uma a duas semanas, palestras públicas e um ciclo de cinema, elaborado em colaboração com a Cinemateca Portuguesa. Todas as actividades serão ministradas por professores conceituados da Universidade do Texas, em Austin. A sessão de abertura terá lugar no Auditório 1 da FCSH/UNL no dia 2 de Junho, pelas 18h00.

A participação nos workshops é feita através de candidatura para o email utaustinportugal@fct.mctes.pt. Os interessados deverão indicar no assunto qual o/s workshop/s em que pretendem participar, assim como o nome, profissão, um pequeno CV e uma descrição até 200 palavras da motivação para a sua participação. Os escolhidos para participar nos workshops receberão a confirmação até 15 de Maio. Mais informações, contactar: Sofia.Santos@fct.mctes.pt

www.utaustinportugal.org

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16.4.08

The future of public service broadcasting (UK)

Ofcom launched the first phase of its review of public service broadcasting (PSB). The review sets out alternative ways that PSB can be funded in the future to meet the demands of audiences, including content which is widely available, free at the point of use and which serves all communities within the UK. The review covers all public service broadcasters, both publicly-owned (the BBC, Channel 4 and S4C), and commercial (ITV1, five and Teletext).

The main highlights of the consultation are:

* Public service broadcasting is at a crossroads.

* Audiences value competition for the BBC, but the underlying economics of commercial public service broadcasting are increasingly difficult.

* Audiences place a high value on UK-made public service programming from a mix of providers, but there is risk that this will not be provided to the same degree in the future.

* Audiences are increasingly taking advantage of new digital media to access public service content.

* A new sustainable model for public service broadcasting is needed, with a range of options for funding and provision considered.

Next steps:

As part of its review, Ofcom will consult a wide range of stakeholders, from television viewers, politicians, broadcasters and content providers, and others in the industry. Ofcom’s consultation closes on 19 June. Following this, a second consultation in the autumn will examine the possible long term models and funding options in more detail and set out specific options on the shorter term issues including nations and regions programming, Channel 4, and children’s programming.

The full consultation can be found at: http://www.ofcom.org.uk/consult/condocs/psb2_1/.

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15.4.08

MAVISE – a new European TV database

O Observatório Europeu do Audiovisual lançou uma base de dados sobre televisão, denominada MAVISE, que inclui perfil e contactos dos operadores europeus de televisão. Ver: MAVISE database; Launch of MAVISE – a new European TV database

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13.4.08

Violação do dever de pluralismo da RTP (2002-2008)

Mais incisiva do que o estudo da ERC relativo a 2007 - Pluralismo Político-Partidário na RTP em 2007 - mantém-se ainda a Deliberação da AACS de 25.5.05, sobre queixa alegando violação do dever de pluralismo a propósito do programa de Marcelo Rebelo de Sousa na qual se expõe claramente o essencial, revendo-se ainda falsas promessas da RTP, com mais de dois anos, não cumpridas:

«Apreciada uma queixa de Gisela Rocha Martins contra a RTP, alegando violação do dever legal do pluralismo, por parte daquele operador de serviço público televisivo, a propósito do programa de comentário político “As escolhas de Marcelo”, queixa entrada neste órgão em 9.02.05, a Alta Autoridade para a Comunicação Social delibera:

«a) considerar que – independentemente do facto daquele comentador ter o pleno direito de exprimir a sua opinião política – ser ele, com a sua inserção e carreira partidárias, o único comentador com um programa exclusivo na RTP, constitui uma violação por parte desta dos seus deveres legais de pluralismo e de abertura às diversas correntes de opinião;

«b) chamar a atenção do operador de serviço público televisivo para a necessidade do cumprimento rigoroso do legalmente estabelecido neste domínio;

«c) instar a RTP no sentido do cumprimento do anunciado propósito do Director de Informação, contido no seu esclarecimento entrado neste órgão em 17.05.05, de utilizar sucessivos comentadores políticos, ao longo da semana;

«d) acentuar uma vez mais – na sequência de outras tomadas de posição deste órgão relativas a debates e comentários políticos – que o pluralismo muito obviamente envolve as diversas correntes de opinião que exprimem e constituem a sociedade democrática.

Deliberação foi aprovada por maioria com votos de Artur Portela (relator), Armando Torres Paulo, Sebastião Lima Rego, José Garibaldi, Manuela Matos, Maria de Lurdes Monteiro e José Manuel Mendes e contra de Carlos Veiga Pereira (com declaração de voto).

Ler também DELIBERAÇÃO SOBRE A CURIALIDADE ÉTICO/LEGAL DO COMENTÁRIO POLÍTICO RESIDENTE NA RTP1 (Aprovada em reunião plenária de 4DEZ02), aquando da "residência" de Pedro Santana Lopes e José Sócrates - ambos políticos em actividade e ambos altos dirigentes dos seus Partidos, sendo o primeiro Presidente da Câmara Minicipal de Lisboa e o segundo deputado.


Sobre o documento da ERC, algumas opiniões na imprensa portuguesa:


Joaquim Vieira, Pluralismo a Metro, Observatório de Imprensa, 12 de Maio de 2007

Nicolau Santos, A ERC e a RTP, Expresso online, 1 de Abril de 2008

F. Rui Cádima, O ‘cerco’ ao Pluralismo, Público, 1 de Abril de 2008

José Manuel Fernandes, Notícias a metro, jornalismo, pluralismo e a nossa eterna RTP, Público, 2 de Abril, de 2008

José Carlos de Vasconcelos, A ERC erra o alvo, Visão, 3 de Abril de 2008.

Pedro Lomba, Que pluralismo político quer a ERC?, DN, 3 de Abril de 2008

Eduardo Cintra Torres, Non cogito, ERC sum, Público, 5 de Abril de 2008

Manuel Maria Carrilho, Pluralismo 'à la carte' ?, DN, 12 de Abril de 2008.

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11.4.08

BBC to share license fees with commercial broadcasters

British regulator begins review of public broadcasting (Iht/Bloomberg April 11): “The British media regulator said Thursday that it would consider requiring the British Broadcasting Corp to share its annual license fees with commercial broadcasters that offer public service programs.”

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Por cá... 100 MEuros depois, entra a Liga dos Últimos

Só pode ser uma espécie de masoquismo decadente: dias depois do anúncio de mais 100 milhões de euros (!) para a RTP, os seus responsáveis justificam o acto com a chamada da Liga dos Últimos ao prime time da RTP1. Fica para os anais dos escândalos deste triste serviço público de televisão. Face a isto, só mesmo o que se prepara em terras de sua majestade - reconhecer que, de 'serviço público' deste, estão os privados cheios...

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Os excluídos da TDT

Uma grande maioria dos concelhos do interior "poderá ficar sem o serviço público de televisão quando, em 2012, for desligado o sinal analógico e introduzida a televisão digital terrestre" (Interior pode ficar sem televisão com a TDT, DN, 11/4)

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2009: Internet dominará Pub na GB

Internet pode tornar-se o suporte com mais anunciantes em 2009 (Reuters/Público online 8/4): A Internet poderá “roubar” o primeiro lugar à televisão como o suporte com mais anunciantes na Grã-Bretanha no final de 2009, segundo o Internet Advertising Bureau. No ano passado, a publicidade online cresceu 38 por cento e contribuiu para um crescimento generalizado da publicidade em 2007.

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"Dá-me o telemóvel já", ou quando o serviço público sai da toca

A DREN "não gostou que os órgãos de Comunicação Social tivessem mostrado o vídeo sobre a disputa de um telemóvel numa sala de aula da escola Carolina Michaelis". Vai daí... (ver A DREN afinal existe, Expresso online, 11/4).

Dados da Marktest: Manifestação de professores e agressão de aluna aumentam em 42 por cento notícias sobre educação na TV (11/4 Lusa/Público online).

Lembram-se? Ministério contra reportagem RTP (2006-06-03): 'Acusa televisão pública de «sonegação de imagens e de informação». Em causa, um trabalho sobre a violência nas escolas. Educação já pediu pareceres. Responsáveis da estação «de consciência tranquila». O Ministério da Educação (ME) pediu hoje pareceres às comissões nacionais de protecção de dados e de protecção de crianças e jovens por suspeita de irregularidades na reportagem sobre violência escolar transmitida terça-feira na RTP.'

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10.4.08

Online TV vs. mobile video

«WorldTV, an online TV startup which lets users mix clips from video sharing sites and their webcam, is adding interoperability with mobile video broadcast service Qik. Qik users will be able to stream live video to WorldTV channels and WorldTV users can now broadcast live video from their mobile phones simultaneously on Qik and their WorldTV channel. A longer review is on TechCrunch UK. Suffice it to say live video is clearly a hot sector right now.» (TechCrunch, 10/4). WorldTV ‘s Flash-based interface allows users add clips from YouTube, Metacafe, Yahoo, Google Video, Blip.tv and others. It then puts these into a playlist which plays them automatically, effectively creating a full-screen TV channel.

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Yahoo/Google Advertising Deal?

9.4.08

2011: digital, pública e sem Pub

El CD del futuro

A injecção (in)certa em Euros

JNegócios online (9/4): Para cumprir o "calendário de dotações de capital estabelecido no acordo de reestruturação financeira da RTP", relativo ao contrato de concessão de 2003, o Estado vai injectar mais 103,1 milhões de euros na RTP. A operação é subscrita pelo accionista Estado, contemplando dotações de 50,7 milhões de euros em 2008 e 52,4 milhões em 2009. Imaginem agora que a qualidade e a independência do serviço público de televisão crescia à velocidade do financiamento governamental...

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8.4.08

Citizen Media

Jan Schaffer/J-Lab: Citizen Media: Fad or Future of News? (50p, PDF)

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The Mobile Generation

The Mobile Generation - Global Transformations at the Cellular Level (A Report of the Fifteenth Annual Aspen Institute, J. D. Lasica -Rapporteur), Washington DC, 2007.

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TV pública, TV dos cidadãos

Quelles exigences pour la télévision publique ? (Michel Boyon, président du CSA, Le Monde 13 mars 08) : «La télévision publique ne saurait être autre chose que la télévision des citoyens».

7.4.08

Que/como fazer na era na Net

Informação na Internet: leitores preferem conteúdos multimédia (Conclusões do 9º Simpósio de Jornalismo online em Austin), Público online/Lusa, 7.4.08. Mais info: International Symposium on Online Journalism.

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TV advertising on the Web

Hulu.com pushes to revive TV advertising on the Web (Randall Stross, iht.com, April, 6): "Long ago, in the heyday of broadcast television, when networks did pretty much as they pleased, rule No. 1 was this: Viewers shall sit still and watch commercials.

"Later, technology gave viewers the option of disregarding the network's commandments. The arrival of the remote control's mute button, and then TiVo, did their part to undermine commercials, and so has the more recent rise of YouTube. When viewers seek entertaining videos on the YouTube site, commercial breaks are not part of the picture.

"Now the television industry is moving online and mounting its most ambitious attempt to date to restore the mandatory viewing of commercials. Their instrument is Hulu, a company founded jointly in March 2007 by NBC Universal and News Corp. that provides free, advertising-supported television shows for viewing on the Web. It ended its test period last month and declared that Hulu.com was officially open for business - though the Web site's videos are only available to users in the United States." (...)

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4.4.08

Ramalho Eanes na FCSH: pela 'descolonização' da sociedade civil (act.)

Ramalho Eanes, ex-Presidente da República, também ex-Presidente da RTP, falou, na FCSH, sobre a sua experiência no entrecruzamento dessas diversas funções com o mundo dos média. Uma lição importante e muito actual, sobretudo porque deixou para reflexão algo que tem sido subestimado enquanto debate público - aquilo a que chamou a "colonização" da sociedade civil, quer por um sistema político-partidário fechado sobre si próprio (veja-se um resumo da sua tese de Doutoramento, sobre Sociedade Civil e Poder Político em Portugal), quer pelo sistema dos média, os seus mimetismos e redundâncias.

Fez um pouco de história também, focalizou os seus momentos críticos precisamente aquando da sua passagem na RTP, referiu questões de manipulação e de atropelo ao pluralismo, de controlo político-partidário, o contencioso com o então primeiro-ministro Vasco Gonçalves, etc.

Defendeu convictamente um modelo televisivo, público e privado, com maior elevação e uma exigente ética de antena, fortemente ancorado na identidade cultural portuguesa, com maior atenção à esfera da cidadania, maior diversidade e qualidade de programação, maior inovação e criatividade.

Em relação à televisão pública, mostrou-se favorável a uma RTP sem publicidade (esclarecendo que se trata de uma sua convicção antiga), favorável também a um maior investimento dos portugueses numa TV pública de elevada referência, inequivocamente plural, e sugeriu por fim um escrutíneo mais atento e eficaz da sua programação, preferencialmente desenvolvido numa primeira instância por um conjunto de notáveis da sociedade portuguesa (talvez um 'conselho consultivo', digo eu, que aliás na Lei da Televisão foi apenas concedido à RTP2 e não ao canal onde ele é claramente mais necessário - a RTP1).

As referências à conferência nos média assentaram sobretudo no tema "actual" da discussão, ou seja, em torno da questão da publicidade na RTP, surgida na sequência do anúncio pelo governo de um 3º canal privado, num mercado demasiado estreito para tanto. Destaque para a peça de Adelino Gomes, no Público de hoje: "As histórias do presidente da RTP, general Ramalho Eanes": "Despachava com o primeiro-ministro. Até ao dia em que Vasco Gonçalves colocou uma notícia no Telejornal. Episódios inéditos". (Público, 4.4.08)

Ciclo de conferências “Os Presidentes e a Televisão” - Ramalho Eanes defende fim da publicidade comercial na RTP (Público online, 3.4.08)

Ramalho Eanes defende RTP sem publicidade (Rádio Renascença online, 3.4.08)

Eanes defende fim da publicidade na RTP (Jornal de Notícias online, 4.4.08)

Eanes propõe fim de publicidade, (Correio da Manhã, 4.4.08)

"TV pública independente deve ser paga pelo cidadão" (DN, 4.4.08)

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3.4.08

JCV: "A ERC erra o alvo"

José Carlos de Vasconcelos, "A ERC erra o alvo", Visão, 3 de Abril de 2008 (a propósito do relatório da ERC sobre "pluralismo"):

(...)

«A ERC, de resto, fez uma interpretação defeituosa daquilo que lhe cabe avaliar. Na Constituição (CR), na Lei da Televisão, no Estatuto da ERC, fala-se em liberdade, independência, isenção, rigor, pluralismo. Pluralismo, nunca, sublinho, nunca aparecendo o redutor conceito de «pluralismo político-partidário». E é pacífico que as «correntes de opinião» a que se refere a CR não são só «de natureza política [e, acrescento, ainda menos partidária] mas também ideológica em geral, cultural», como acentuam G. Canotilho e V. Moreira. E à ERC incumbe promover e assegurar o pluralismo cultural e a diversidade de expressão das várias correntes de opinião», o que é totalmente diferente de estar a contar ao minuto quanto tempo aparecem os «protagonistas» partidários, com uns alegados pós qualitativos. (…)

«Estou à vontade, pois jamais alinhei nos violentos ataques feitos à ERC, pelo contrário. o que sublinhei, sim, é que a ERC tem o pecado original de emergir, na sua composição, apenas do Parlamento - e, portanto, de uma escolha «político-partidária». Mas nem por isso pode avaliar o pluralismo com essa base, ou só com essa base, impondo-se que cumpra as suas obrigações, neste e noutros campos, com melhor critério e mais ampla visão. Ainda uma última nota: o comentário aos «comentários» de Marcelo e Vitorino também erra no alvo. Porque a «solução» não é haver, aparecendo talvez com menos frequência, comentadores pertencentes a outros partidos, que não o PSD e o PS - a solução é, como em toda a parte, os comentadores serem independentes, de quadrantes com sensibilidades diversas!»

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2.4.08

What I like about April Fool’s Day...

Se o país é medíocre...

Pacheco Pereira leu o relatório do Provedor da RTP e cita uma passagem - a propósito do "Preço Certo em Euros" -, de facto bem interessante, que é todo um tratado, e que termina com uma frase dita por Almerindo Marques a Paquete de Oliveira: «Não se esqueça que temos um compromisso: fazer televisão adequada à população que temos». Esta não deixa de fazer lembrar uma outra, a de Proença de Carvalho, que enquanto também presidente da RTP, achava que "se o país era medíocre à televisão não de podia exigir muito mais"... É isso. Tudo na mesma (na RTP). Que o país é bem melhor. [ler Relatório do Provedor]

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Are you an 'Alpha Socialiser'' or an 'Attention Seeker'?

UK Digital TV

1.4.08

"The Moral Economy of Web 2.0"

The Moral Economy of Web 2.0 (Henry Jenkins)

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You Tube vence TV's

Arquivo da TVE na Net

'Internet newspaper'

The Huffington Post is being reborn as an 'Internet newspaper' (iht.com, 31.3) Arianna Huffington's site recently attracted more visitors than The Drudge Report.

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Ex-PR Ramalho Eanes fala sobre Televisão

Quinta-feira, 3 de Abril, às 11 horas
FCSH, Lisboa, Av. de Berna, 26-C, Auditório 1
Organização: Departamento de Ciências da Comunicação (FCSH-UNL)
Com uma longa carreira militar dos anos 50 aos anos 70 (que o próprio General Ramalho Eanes teria desejado antes na área da Medicina), é fundamentalmente na área política – e sobretudo enquanto mais alto magistrado da Nação ao longo de uma década, aliás num período de grande complexidade na vida nacional (1976-1986) –, que Ramalho Eanes, ascendeu a um lugar de enorme relevância na História recente da jovem democracia portuguesa, no pós-25 de Abril de 1974. Precisamente como primeiro Presidente da República, naquela a que se chama também a II República Portuguesa.

Mas, curiosamente, o General Ramalho Eanes é um protagonista muito particular da história recente, pois teve um conhecimento e uma experiência pessoal também nas áreas da comunicação social – e daí o seu percurso militar e político ter tido também esta outra dimensão no entrecruzamento com o mundo dos média. De facto, enquanto militar, durante a sua comissão na Guiné, chegou a desempenhar funções de oficial de informações encarregado da montagem do serviço de Radiodifusão e Imprensa. E, já no pós-25 de Abril, integrou a Comissão ad-hoc para os Meios de Comunicação Social (30.4.1974). Teve depois uma passagem pela Direcção de Programas da RTP, ao que se sucedeu o cargo de Presidente da RTP (Radiotelevisão Portuguesa), de Outubro de 1974 a 11 de Março de1975.

No ano seguinte, seria eleito por ampla margem e com grande participação cívica e eleitoral dos portugueses, primeiro Presidente da República da emergente democracia portuguesa, a 27 de Junho de 1976, com 61,5% dos votos. Foi presidente ao longo de dois mandatos, de 14.7.1976 a 9.3.1986.

Actualmente é, por inerência, conselheiro de Estado vitalício.

A ideia para este Ciclo de Conferências surgiu há pouco mais de um ano atrás, no contexto da comemoração dos 50 anos da televisão em Portugal, numa altura em que praticamente também se iniciava a renovação das licenças das televisões privadas em Portugal.
Nesse contexto, o desafio a que nos propusemos era, no fundo, procurar enquadrar o debate que foi sendo feito na altura com uma nova proposta, ou seja, ouvir os mais altos magistrados da Nação das últimas três décadas, sobre a sua percepção da relação entre a televisão e a sociedade portuguesa na emergência da nossa jovem democracia.
Sendo certo que, dada a sua particular especificidade, a televisão tem ainda hoje uma enorme influência na sociedade portuguesa, devido, entre outros factores, à débil expressão de leitura de imprensa, à quase inexistente educação para os média, e aos índices ainda elevados de analfabetismo e iliteracia, este era, sem dúvida, para nós, um debate adequado à importância e sobretudo à grande influência da televisão junto dos portugueses.
Daí esta proposta de ouvir a opinião dos ex-Presidentes da República sobre diferentes aspectos dessa interacção entre o fenómeno televisivo e a sociedade portuguesa, com base na sua própria experiência e na sua observação privilegiada.

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O tal canal (act.)

Marcelo lança polémica sobre quinto canal de TV (DE, 1.4.08): «As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o momento escolhido pelo Governo para o lançamento do concurso do quinto canal de televisão está a causar polémica entre o PS e o PSD. No programa da RTP1, as “Escolhas de Marcelo”, o antigo líder do PSD disse que o prazo escolhido para o lançamento do concurso (Outubro deste ano) é “uma jogada de mestre do PS”. O professor disse ainda que aposta que “o canal vai parar ao [Joaquim] Oliveira e à Cofina”. Assim, considera que todos os grupos interessados estão “atrás do Governo e os que têm os canais privados [Impresa e Media Capital] estão dependentes da decisão. Ele baixa a publicidade na RTP ou não baixa? Em que condições dá o canal?”, acrescentou o Professor, que disse ainda que “não há o risco do canal estar a funcionar na altura das eleições e estão todos muito bem comportadinhos: uns porque querem o canal. Outros porque têm medo do canal. Isto é bem pensado. É bem esgalhado”, disse o comentador.»

E o PSD retoma: PSD acusa Governo de adiar concurso para novo canal de televisão com "objectivos políticos" (Público online, 1.4.08): «O PSD acusa o Governo de ter adiado o concurso para o quinto canal de televisão com "objectivos políticos", sublinhando que o Executivo pode aprovar um regulamento "à medida" de determinado grupo empresarial e, assim, condicionar os actuais operadores de televisão e os eventuais interessados no novo canal.

«É o Governo que vai aprovar o regulamento [do concurso] e pode fazer um fato à medida de um determinado grupo empresarial", afirmou Agostinho Branquinho. Branquinho, que falava numa conferência de imprensa no Porto, considerou que o Governo "adiou o calendário [do concurso] para o ciclo eleitoral com objectivos políticos". "O Governo está a dizer aos actuais operadores para se portarem bem, se não cria regras no concurso que podem prejudicar fortemente a sua actividade empresarial, e aos que pretendem concorrer diz que se portem bem, se não cria condições que não lhes permita aceder ao quinto canal", frisou o porta-voz social-democrata.»

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O “cerco” ao Pluralismo

Exige a Constituição da República que os media do Estado “devem salvaguardar a sua independência perante o Governo (…) bem como assegurar (…) o confronto das diversas correntes de opinião”. À luz deste princípio inalienável, a ERC, com a contribuição da RTP, dos Partidos e do Governo (???), produziu o documento agora em apreço.

Importa dizer que a avaliação do pluralismo na televisão pública, numa sociedade democrática, não pode ficar circunscrita ao plano político-partidário, sob pena de se perder a referência a uma dimensão mais alargada da Cidadania, integrada pelos grandes pensadores, académicos, actores sociais de referência, associações e organismos não-governamentais, etc., que são determinantes na nova esfera pública da democracia deliberativa e no reforço da opinião pública, mas que estão praticamente sem visibilidade na RTP1.

Veja-se – para se ter uma pequena ideia sobre essa outra dimensão – que “os partidos sem representação parlamentar representam 0,94%” do total, nos blocos informativos da RTP1 e RTP2 e que a presença de “políticos independentes”, no período em análise é residual, “tendo sido identificado apenas um único caso no Telejornal (representando 0,1%)”. Donde se infere que a hipotética ascensão à dignidade mediática (RTP) de outros protagonistas fora do sistema político-partidário, integra a dimensão do “não-dito”, espécie de nova censura do audiovisual. Sobre isso, que é porventura o mais importante, pouco ficámos a saber.

Uma outra grande limitação do estudo é a sua metodologia “institucionalista”, por vezes mesmo “justicialista” (a extra-política é “antipopular” e, portanto, não pode integrar o “sistema”) dado que só analisou 20% das peças emitidas, ou seja, “as peças com protagonistas ou representantes de instituições político-partidárias – Governo e partidos políticos”. Torna-se um pouco mais do que isso quando diz que “o pluralismo pressupõe, também, uma atitude reactiva do serviço público, no sentido de dar cobertura jornalística a eventos como congressos e convenções partidários, jornadas parlamentares, encontros de juventudes partidárias, conferências de imprensa, ‘rentrées partidárias’”, etc…

Tomemos então apenas essa parte do “pluralismo político” em Portugal. Segundo o estudo, o PSD aparece claramente sub-representado, designadamente em favor do PS e Governo. Repare-se ainda que 64,7% do total de peças analisadas emanam da agenda político-partidária, pelo que a ERC diz – e bem – que “a agenda jornalística do operador público segue de perto a agenda política e partidária do Governo e dos partidos com representação parlamentar”.

O documento assume assim algumas evidências gritantes. Como também, por exemplo, o facto de a RTP estar refém, há anos, de dois comentadores “oficiais” do rotativismo – Marcelo Rebelo de Sousa e António Vitorino, considerando – e bem, outra vez – que tal prática “não corresponde a uma representação plural do campo político-partidário”.

De fora ficou o mais importante – aquilo que se pode interpretar como um “cerco” ao pluralismo: o não-lugar das vozes independentes, o défice de virtude civil, a actualidade trágica e o “fait-divers” como legitimação, os mimetismos informativos, a orientação das agendas e alinhamentos, a falta do jornalismo de investigação, enfim, a institucionalização da informação, que é, no fundo, um incumprimento da Constituição.

(artigo de opinião, publicado no Público de 1.4.08)

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When to adopt self- or co-regulation

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