Quinta-feira, 3 de Abril, às 11 horasFCSH, Lisboa, Av. de Berna, 26-C, Auditório 1
Organização: Departamento de Ciências da Comunicação (FCSH-UNL)
Com uma longa carreira militar dos anos 50 aos anos 70 (que o próprio General Ramalho Eanes teria desejado antes na área da Medicina), é fundamentalmente na área política – e sobretudo enquanto mais alto magistrado da Nação ao longo de uma década, aliás num período de grande complexidade na vida nacional (1976-1986) –, que Ramalho Eanes, ascendeu a um lugar de enorme relevância na História recente da jovem democracia portuguesa, no pós-25 de Abril de 1974. Precisamente como primeiro Presidente da República, naquela a que se chama também a II República Portuguesa.
Mas, curiosamente, o General Ramalho Eanes é um protagonista muito particular da história recente, pois teve um conhecimento e uma experiência pessoal também nas áreas da comunicação social – e daí o seu percurso militar e político ter tido também esta outra dimensão no entrecruzamento com o mundo dos média. De facto, enquanto militar, durante a sua comissão na Guiné, chegou a desempenhar funções de oficial de informações encarregado da montagem do serviço de Radiodifusão e Imprensa. E, já no pós-25 de Abril, integrou a Comissão ad-hoc para os Meios de Comunicação Social (30.4.1974). Teve depois uma passagem pela Direcção de Programas da RTP, ao que se sucedeu o cargo de Presidente da RTP (Radiotelevisão Portuguesa), de Outubro de 1974 a 11 de Março de1975.
No ano seguinte, seria eleito por ampla margem e com grande participação cívica e eleitoral dos portugueses, primeiro Presidente da República da emergente democracia portuguesa, a 27 de Junho de 1976, com 61,5% dos votos. Foi presidente ao longo de dois mandatos, de 14.7.1976 a 9.3.1986.
Actualmente é, por inerência, conselheiro de Estado vitalício.
A ideia para este
Ciclo de Conferências surgiu há pouco mais de um ano atrás, no contexto da comemoração dos 50 anos da televisão em Portugal, numa altura em que praticamente também se iniciava a renovação das licenças das televisões privadas em Portugal.
Nesse contexto, o desafio a que nos propusemos era, no fundo, procurar enquadrar o debate que foi sendo feito na altura com uma nova proposta, ou seja, ouvir os mais altos magistrados da Nação das últimas três décadas, sobre a sua percepção da relação entre a televisão e a sociedade portuguesa na emergência da nossa jovem democracia.
Sendo certo que, dada a sua particular especificidade, a televisão tem ainda hoje uma enorme influência na sociedade portuguesa, devido, entre outros factores, à débil expressão de leitura de imprensa, à quase inexistente educação para os média, e aos índices ainda elevados de analfabetismo e iliteracia, este era, sem dúvida, para nós, um debate adequado à importância e sobretudo à grande influência da televisão junto dos portugueses.
Daí esta proposta de ouvir a opinião dos ex-Presidentes da República sobre diferentes aspectos dessa interacção entre o fenómeno televisivo e a sociedade portuguesa, com base na sua própria experiência e na sua observação privilegiada.
Etiquetas: História, Televisão
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