26.2.09

Timor brasileiro

Globo fecha pacote com TV do Timor Leste (Supernotícia, 25/2): «A Rede Globo ampliou os seus horizontes e chegou com suas produções ao Timor Leste. O país, a partir deste mês, pode acompanhar programas da emissora como novelas, documentários e séries produzidas aqui no Brasil.

«A parceira feita entre a Globo e a RTTL (Radio e Televisão do Timor Leste) é de 3 mil horas de programação diversificada e vai até 2014. A primeira novela exibida no canal será "Sinhá Moça" e ainda estão agendados para 2009 "A Diarista", "A Grande Família", "Malhação" e "Sítio do Pica-Pau Amarelo", entre outras produções globais. (...)»

Esta notícia é interessante se pensarmos que há uns anos (2003-4), quando estávamos representados no PIDC/Unesco, Portugal não queria ouvir falar em apoios aos media de Timor...

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21.2.09

Má propaganda

Santos Silva considera «inaceitável» que RTP promova sua entrevista com as palavras «malhar na direita» (Sol online, 20/2): «O ministro dos Assuntos Parlamentares considerou quinta-feira «inaceitável» que a promoção feita pela RTP1 à sua entrevista com Judite de Sousa tivesse em som as suas palavras «malhar na direita» e disse esperar um pedido de desculpas daquela televisão

«Augusto Santos Silva, que tutela a Comunicação Social, manifestava o seu incómodo a Judite de Sousa, no início do programa Grande Entrevista da RTP 1 conduzido por aquela jornalista. «Com toda a franqueza, acho excessivo a forma como a RTP fez a promoção desta entrevista fazendo uma coisa que é inaceitável: pôr o som de uma intervenção minha numa reunião partidária e a imagem de eu a falar no Parlamento».

«Judite de Sousa tentou salvar a situação, garantindo ao ministro que a montagem não foi «intencional» mas Santos Silva lembrou que os telespectadores foram «induzidos» em erro, pois esse seu discurso foi feito no calor de uma reunião partidária e não no Parlamento.»

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18.2.09

S.O.S. RTP Açores

«(...)o serviço público de rádio e televisão nos Açores está pior. Consta que a direcção de informação da rádio está demissionária; na Terceira só existe um funcionário do quadro da rádio; a junção das redacções não manteve intocável a independência editorial; as instalações físicas da RTP Açores são más, péssimas (Angra e Horta); os equipamentos obsoletos; os profissionais estão desmotivados; a cobertura informativa do Parlamento continua “deficiente” tal qual o Director da RTP Açores assumiu há um ano; algumas ilhas sem delegação continuam sem correspondente; muitos profissionais continuam com vínculos precários à empresa…» ("S.O.S. RTP Açores", Artur Lima, União online, 18/2).

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CR da Lusa critica Direcção

Jornalistas da Lusa criticam cobertura do Caso Freeport (Sol online, 18/1): « (...)O Conselho de Redacção da Lusa não poupa críticas à Direcção de Informação da agência. Em comunicado, a que o SOL teve acesso, os jornalistas daquele órgão mostram-se preocupados com a «degradação da qualidade do serviço» da agência noticiosa e criticam a cobertura dada ao Caso Freeport.»

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Ameaças à liberdade de imprensa

Mário B. Resendes, "Uma flor frágil" (DN, 14/2): « (...) Toda esta dissertação enquadra uma declaração pública recente do director do semanário Sol, um homem sério e um jornalista credível. Saraiva revelou que tinha recebido um telefonema de "alguém muito próximo do primeiro-ministro, embora não membro do Governo", a sugerir que os problemas económicos da empresa seriam rapidamente resolvidos se o jornal recuasse na divulgação de factos relacionados com o chamado caso Freeport. A gravidade da proposta, em termos de ameaça à liberdade de imprensa, é tão evidente que dispensa considerações suplementares, e só é pena que Saraiva não tenha sido mais explícito, como também não se percebe que a matéria pareça ter caído no esquecimento.»

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Eventos.gov

O site da RTP noticiava há dias o seguinte: Estradas: BE questiona Governo sobre alegada exigência de meio milhão de euros a concessionários (Lisboa, 04 Fev, Lusa). O conteúdo da notícia é, digamos assim, inacreditável:

«Segundo a edição de terça-feira (10/2) do Jornal de Negócios, a Estradas de Portugal está a obrigar as concessionárias de auto-estradas a pagar meio milhão de euros por cada um dos eventos que acompanham a assinatura de contratos de adjudicação das novas concessões rodoviárias.

«O Jornal de Negócios refere ainda que o valor exigido se destina a pagar aos fornecedores da Estradas de Portugal o aluguer e montagem da tenda da cerimónia de assinatura dos contratos, o 'catering' para os convidados, a campanha de publicidade nos media, o site da concessão e um vídeo, com entrevistas realizadas em cada uma das regiões onde se integra a concessão, bem como a utilização de um carro de exteriores utilizado em cada cerimónia. (...)».

É público e notório que a redacção da RTP teve acesso a esta informação, mas até à data não se verificou investigação jornalística, muito menos aprofundada, quer no serviço público de televisão, quer nos media em geral, deste caso absolutamente inacreditável de propaganda governamental em cerimónias de assinaturas de contratos. Ao pé disto, as famosas inaugurações do cavaquismo nos anos 90, ou a central de informação de Santana Lopes vetada por Sampaio, não passavam de inocentes acções de graças de meninos de coro...

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17.2.09

Novelas brasileiras têm impacto nos comportamentos sociais

Estudos do BID mostram que as novelas ajudaram a moldar as idéias das mulheres sobre casamento e família (BID, 29/1): «Famosas há muito por mostrar praias maravilhosas, personagens carismáticos e representações realistas da vida e das aspirações da classe média, as novelas brasileiras ajudaram a moldar as idéias das mulheres sobre divórcio e filhos de maneira crítica, segundo dois estudos recentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).»

«Ambos os estudos analisam o papel da televisão e das novelas em influenciar mudanças significativas nas taxas de fertilidade e divórcio no Brasil nas três últimas décadas. As taxas de fertilidade no país caíram mais de 60% desde a década de 1970 e os divórcios aumentaram mais de cinco vezes desde a década de 1980. Durante o mesmo período, a presença de aparelhos de televisão teve uma elevação de mais de dez vezes, estando hoje em mais de 80% das residências.

«As descobertas dos dois estudos, Novelas e Fertilidade: Evidências do Brasil, e Televisão e Divórcio - Evidências de Novelas Brasileiras, podem ter implicações importantes para os governos de países em desenvolvimento. As autoridades desses países com freqüência têm dificuldade para educar a população em questões sociais e de saúde pública fundamentais devido à alta taxa de analfabetismo e aos níveis limitados de circulação de jornais e de acesso à internet.

«“A televisão desempenha um papel crucial na circulação de idéias, em particular em nações em desenvolvimento com uma forte tradição oral, como o Brasil,” disse o economista do BID Alberto Chong, um dos autores dos estudos. “Os artigos sugerem que alguns programas de televisão podem ser uma ferramenta para transmitir mensagens sociais muito importantes que ajudem, por exemplo, a lutar contra a disseminação da epidemia de Aids e promover a proteção dos direitos de minorias.”»

Novelas e Fertilidade: Evidência do Brasil (em inglês)

Televisão e Divórcio: Evidência das Novelas Brasileiras (em inglês)

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16.2.09

António Lobo Antunes e a TV

«Porque é que as televisões estão infestadas de novelas que são perfeitamente miseráveis? É o que as pessoas vêem! Na literatura sempre houve best-sellers e não acho mal que sejam publicados, dá alegria à pessoa que o escreve, dá alegria a uma série de leitores. O que não podem depois é dizer "pus os portugueses a ler". No outro dia vi uma apresentadora de TV a mostrar o seu novo livro e não tenho dúvida de que vai vender, mas daqui a 20 anos ninguém saberá quem foi essa senhora.» ("Tenho sempre medo de secar a fonte", DN, 16/2).

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Espectadores queixam-se que a informação da RTP não é objectiva nem imparcial

Espectadores queixam-se que a informação da RTP não é objectiva nem imparcial e que há demasiado futebol (Público 16/2): «Provedor diz que ainda há críticas sobre desconfianças de interferência do Governo, pede maior cuidado com a língua portuguesa e mais diversidade no comentário

«Os telespectadores da RTP queixam--se que o operador público é pouco objectivo e imparcial na informação. Esta crítica não se resume aos telejornais da estação, mas abrange também os restantes programas de informação, como o Prós e Contras (por causa da constituição dos painéis), afirma o provedor no seu relatório anual, a que o PÚBLICO teve acesso.

«O gabinete do provedor recebeu durante o ano passado 8274 mensagens (sem contar com aquelas que reencaminhavam notícias e links de blogues), metade delas relacionadas directamente com a RTP1.

«Além das críticas de que a informação da televisão pública é parcial e subjectiva, os espectadores consideram que há uma "prevalência quase em exclusividade do futebol nos noticiários" em detrimento de outros desportos. E acrescentam a "falta de pluralismo desportivo" nos comentários e transmissão de jogos. Apontam ainda o dedo ao facto de os filmes exibidos pela RTP1 serem "antigos e com horário tardio", terem longos intervalos e as fichas técnicas passarem a correr. Já as séries da RTP2 recebem aplausos. Mantêm-se os reparos sobre erros nas legendas e rodapés. Os espectadores elogiam bastante o programa Cuidado Com a Língua, mas acusam a RTP de não o cumprir - o provedor reconhece que o cenário melhorou, "mas ainda persistem erros". E também consideram excessivas algumas situações e a linguagem brejeira dos programas de humor.

«Nas suas considerações acerca da informação da televisão pública, Paquete de Oliveira realça que ainda subsistem algumas críticas dos espectadores com "desconfianças" sobre as interferências e influência do Governo nos critérios de informação e no alinhamento das notícias. "Cabe à RTP anular este 'estigma de ser uma estação de opinião comprometida com o dono'", acrescentando que "não basta à RTP ser séria: é preciso parecer".

«Para o provedor, "continua por equilibrar o leque diversificado dos comentadores políticos", "o destaque desmesurado concedido ao futebol em relação a outros desportos carece de ser corrigido". Diz também que faz "falta a existência de um aguardado e prometido Livro de Estilo". (...).»

Entretanto, na Lusa Brasil (é o que está disponível no site da Lusa) a notícia aparece assim: Telespectador da RTP critica falta de 'pluralismo' esportivo...

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TV’s Hesitant March to the Net

I Want My Free TV (John Schwartz, NYT, 14/2): «(...) And this might be how we greet the digital television future: without television.»

What Convergence? TV’s Hesitant March to the Net (NYT, 15/2): «Personal Web Systems is preparing a $150 adapter to give televisions Web access. (...) Consumers will eventually buy set-top boxes that get the Internet, forcing TV makers to embed chips themselves or lose the business.»

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Os media não falam do que está a acontecer

Uma questão interessante que os jornalistas se deveriam colocar é por exemplo esta: porque é que um telejornal abre preferencialmente com um "bom" acidente de auto-estrada (salvo seja), com mortos e feridos, e não, por exemplo, com uma peça do género "Ártico desaparece dentro de duas décadas". A resposta a esta questão explicará, em parte, a miséria do jornalismo.

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Corrupção e Ética em Democracia: O Caso de Portugal

Corrupção e Ética em Democracia: O Caso de Portugal [Luís de Sousa e João Triães, (POCI/CPO/60031/2004]. (...) Notas Finais: «Tal como pudemos constatar, os portugueses apoiam-se fortemente nos media para a construção dos seus julgamentos sobre o fenómeno da corrupção. A morosidade e dificuldade da justiça em mostrar resultados e a opacidade dos próprios actos corruptos, acabam por conferir uma importância acrescida ao papel dos media nesta matéria, não só pelos escândalos que pontualmente revelam, mas também pela manutenção do tema na agenda pública. A condenação social abstracta da corrupção, expressa em inquéritos nacionais e internacionais, é também ela em parte consequência da tematização da corrupção na agenda pública e, posteriormente, na agenda política. Todavia, não devemos pensar que os media produzem uma homogeneização total dos julgamentos, dado que a instrução, a idade, a classe social e o próprio contexto profissional influenciam a descodificação dos seus conteúdos e, como tal, podem alargar ou restringir o que os indivíduos entendem por corrupção. O que é certo é que a centralidade conferida aos media deveria ser acompanhada por um aumento na qualidade do seu trabalho nesta matéria, nomeadamente através da aposta de um jornalismo de investigação em detrimento do recurso continuado a cabeçalhos sensacionalistas.»

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13.2.09

Da censura do "fast forward" ao elogio do "rewind"

Síntese do parecer do CD sobre diferendo na RTP-Açores (SJ online, 2009/FEV/09): «Posição do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas sobre o parecer solicitado pela jornalista Berta Tavares, da RTP-Açores, relativamente a uma reportagem da sua autoria, a qual foi objecto, a posteriori, de intervenção do director do centro regional da televisão pública.

«A jornalista fez a cobertura noticiosa da recepção de Ano Novo oferecida pelo presidente do Governo regional dos Açores, no Palácio de Santana. A peça por si produzida foi emitida no Jornal da Tarde e Telejornal da RTP-Açores, no dia 7 de Janeiro de 2009, e colocada no sítio institucional da Internet.

«O director do centro regional da RTP-Açores, Pedro Bicudo, considerou «eticamente condenável» a utilização na peça da técnica de fast forward e que essa opção da jornalista «desacreditava a seriedade de toda a equipa de informação». Exigiu que a peça fosse reeditada, retirada a reportagem original da Internet e enviado um pedido de desculpas ao presidente do Governo regional.

«O Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas apreciou a reportagem da jornalista e tomou conhecimento da situação que se vive actualmente na RTP-Açores pelos meios de comunicação social dos Açores e nacionais.

«Considera que nada há na reportagem e no comportamento da jornalista Berta Tavares que mereça reparo do ponto vista ético ou deontológico. O Conselho Deontológico considera, por outro lado, que a atitude do director da RTP-Açores merece reparo e questiona a legitimidade da sua intervenção. A posição tomada por Pedro Bicudo indicia uma intervenção abusiva na esfera de competência editorial.

«O Conselho Deontológico considera reprovável a desautorização da jornalista e da hierarquia editorial, e excessiva a exigência de pedido de desculpas ao presidente do Governo regional. Eventuais ameaças ou represálias que incidam sobre a jornalista não só são ilegítimas como intentam instilar o isolamento de profissionais e lesar a ética e deontologia do jornalismo. [Relator Orlando César, Lisboa, 9 de Fevereiro de 2009]».

Entretanto... Presidente do Governo reúne-se com presidente da RTP (Azores.gov.pt, 13/2): «O presidente do Governo reúne-se terça-feira, em Ponta Delgada, com o presidente do Conselho de Administração da RTP-SA, num encontro destinado a abordar questões relacionadas com o funcionamento da rádio e televisão públicas nos Açores.»...

Ainda: Director da televisão e rádio pública reclama mais meios (jornaldiario, 11/2): «O responsável pela RTP e RDP Açores, no Arquipélago, diz que é difícil fazer melhor com os actuais meios técnicos e humanos. O director da televisão e rádio pública foi ouvido, ontem, em sede da Comissão de Assuntos Parlamentares para falar sobre o actual momento da estação.

«Na ocasião, Pedro Bicudo fez referência às dificuldades que a estação atravessa, muito por culpa da falta de meios técnicos e humanos. “Com a actual estrutura é difícil apresentar um produto com melhor qualidade”, disse o responsável máximo pelo canal.

«Pedro Bicudo referiu-se ainda às alegadas pressões exercidas pelo poder político, junto dos profissionais da estação, dizendo que “não tem sentido que tal exista”, numa posição contrária à da subcomissão de trabalhadores que, ainda recentemente, fez referência à existência de alguma pressão.»

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11.2.09

"Do jornalismo como heterotopia"

Manuel António Pina: Do jornalismo como heterotopia (Jnotícias, 10/2). Concordo plenamente com o essencial da posição de Manuel António Pina, embora tenha pessoalmente dificuldade em entender as verdadeiras razões do cartão partidário no jornalismo. Neste caso concreto, penso que antes a transparência do que a suspeita...

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Um Balsemão "soft" para um Serviço Público "hard"

Francisco Pinto Balsemão (Público, 5 de FEV, via CJ): «Adaptar as televisões públicas ao novo século dos media»: "(...) É por isso que o EPC vê com agrado uma comunicação clara da Comissão Europeia sobre a aplicação das regras relativas aos apoios estatais. Só desta forma poderemos procurar estabelecer normas de concorrência equitativas e assegurar que o serviço público de radiodifusão seja, de facto, limitado à definição consensual sobre o que um serviço público deverá fornecer, ao contrário de um “vale tudo” financiado pelo Estado e pelos consumidores europeus, em detrimento de todos os outros intervenientes no mercado. A Comissão está a propor uma definição mais precisa do serviço público de radiodifusão com um claro enfoque nas suas actividades e na sua programação, de forma a assegurar que o financiamento seja, exclusivamente, para actividades não comerciais que se encaixem nessa nova fórmula.»

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Salazar num bordel de Vigo

É o que Felícia Cabrita pensa da série ‘A Vida Privada de Salazar’, recentemente exibida na SIC e produzida pela VC Filmes (CM, 11/2) “É impensável aquele Salazar".

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10.2.09

Brasil vê menos TV (graças a Deus...)

Nova era: TV está perdendo a soberania no Brasil (vermelho.org 9/2): «A fartura de audiência deixou há tempos de ser rotina na televisão brasileira. Havia épocas em que grande parte do país se reunia em frente à TV de forma fiel e garantia a felicidade das emissoras, que esbanjavam pontos no Ibope. Mas isso foi moda idos da década de 80, um tempo em que o consumo de mídia era basicamente restrito à TV, rádio e impressos.

«Certa vez, por exemplo, a líder TV Globo conseguiu o feito de marcar 90% de audiência do país, sendo que todos esses televisores estavam "presos" no último capítulo de uma mesma novela: Roque Santeiro. Porém, a evolução foi implacável e a chegada da internet com seus aparatos tecnológicos, aliada a opções como a TV paga, tratou de minimizar a soberania deste meio tradicional e começar a repartir o bolo da audiência. É chegada, portanto, uma nova era de consumo de mídia.

«Uma das provas mais recentes deste novo cenário foi confirmada por dados do Ibope. O índice de TVs desligadas bateu recorde na Grande São Paulo no fim do mês de janeiro. No horário considerado nobre (das 18 às 24 horas), apenas 48% dos aparelhos permaneceram ligados, de acordo com dados referentes ao último sábado (31/01). Na semana anterior a esta data, o índice era de 54%.

«Em meio às mudanças, nem mesmo novela das oito se safou. O mesmo produto que fisgava o país em frente à telinha despencou com o passar dos anos e atingiu o patamar dos 20 pontos no Ibope. Caminho das Índias, a atual trama da emissora global, chegou a marcar 27 pontos recentemente e não representa uma exceção à regra. Apenas segue o curso constante de queda das novelas, num processo que alerta para o desgaste de um modelo que sofre concorrência.

«“Graças a Deus os tempos são outros e acabou a época em que 80 milhões de pessoas assistiam à mesma coisa. Isso é esquizofrenia aguda”, diz Nelson Hoineff, jornalista e diretor do Instituto de Estudos de Televisão, em menção ao antigo sucesso das novelas da Globo. Para ele, é uma “aberração” imaginar que grande parte de um país tão plural consuma exatamente a mesma dose de conteúdo cultural. Baseado neste contexto, ele decreta: “A TV está perdendo cada vez mais a soberania no Brasil. E isso é ótimo para o país”.»

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9.2.09

ERC diz que não investiga pressões (ou serão "démarches"?) sobre o semanário "Sol"

"Director do Sol diz-se alvo de pressões" (Diário de Notícias, 6/2): «Caso Freeport. Situação financeira do jornal seria resolvida ou não, dependendo das notícias. José António Saraiva, director do semanário Sol, afirmou à revista Sábado que foi alvo de pressões para não publicar notícias sobre o caso Freeport. Mas recusou-se a divulgar o nome do autor, adiantando apenas que “foi alguém muito próximo do primeiro-ministro, mas que não pertence ao Governo”.

«Ao DN, o Gabinete do primeiro-ministro recusou fazer qualquer comentário. Por seu turno, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social diz que não tenciona averiguar.

«Segundo a mesma publicação, a direcção do semanário terá recebido um telefonema de um alto responsável socialista no dia 15 de Janeiro, dois dias antes de publicar a segunda notícia sobre o caso. “A pessoa em causa estava até dentro da situação financeira debilitada do jornal e das negociações que estava a acontecer com os accionistas”, disse o director do Sol, adiantando que lhe foi dito que “tudo dependia do que viéssemos a publicar nessa edição”.

À Sábado (ver a peça "Presente inesperado", de 5/2, via SMMP), José António Saraiva já havia dito: «”Disse-me que tudo dependia do que viéssemos a publicar nessa edição”. E se não publicassem nada a situação financeira do jornal ficaria resolvida nesse fim-de-semana. A ameaça, garante, passaria por “estrangular financeiramente o jornal”.» Ver também: Pressões sobre o semanário Sol denunciadas na TVI (24/1)

Afinal para que servirá mesmo a ERC???... Não será para... "Assegurar a livre difusão de conteúdos pelas entidades que prosseguem actividades de comunicação social (...)" (Estatutos, artº 7º - Objectivos da regulação). Se assim é, como entender que a ERC não tencione "averiguar" um caso destes? Talvez porque para a ERC, segundo consta, não há "pressões" aqui no burgo. Aqui, só mesmo "démarches"...

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Mercado a negro

9 em cada 10 jornalistas prevê ano negro nos media (Iol, 5/2): "A 44ª edição da «Sonda Central de Informação/ Meios & Publicidade» centrou a sua atenção na precariedade laboral que paira sobre o sector da comunicação social portuguesa. No que respeita às perspectivas laborais para o ano de 2009 nos meios de comunicação social, a maioria dos inquiridos (98 por cento) antevê um cenário bastante pessimista.

"Destes, 37% vaticina um ano «pior do que 2008», enquanto os restantes 61% vão mais além e consideram que 2009 será «muito pior». Apenas 2% dos jornalistas augura melhorias laborais, considerando que o presente ano será «muito melhor» do que aquele que o antecedeu.

180 jornalistas das redacções do Porto no desemprego (Iol, 16/1)

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6.2.09

Propaganda, medo, "gosto de malhar"...

Henrique Neto diz que há medo no PS e critica "ministro da propaganda" Santos Silva (JN online, 6/2): «O socialista Henrique Neto considerou esta sexta-feira existir "de facto medo" no PS, fazendo duras críticas "à obsessão da fidelidade ao líder" de Augusto Santos Silva, a quem chama "ministro da propaganda".

"Há de facto medo no PS e na sociedade portuguesa, pelos mais variados motivos", diz o empresário Henrique Neto, numa carta aberta ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, e ao deputado socialista Manuel Alegre, enviada à Lusa.

"Têm medo os empresários de que não sejam permitidos os apoios, os funcionários públicos relativamente aos chefes de nomeação política ou os professores da avaliação", concretiza Henrique Neto. (...)

«Hoje, na carta aberta, Henrique Neto declara o seu "apoio e concordância" a Manuel Alegre, considerando que "as sucessivas intervenções do ministro da propaganda do PS, caracterizam-se pelo dogmatismo, pela política da verdade única e pela incapacidade de compreender que um partido politico moderno é mais de que a arregimentação de militantes passivos, que por seguidismo, necessidade, ou medo, deixaram de ter ideias e vontade próprias".

«"No momento em que se prepara mais um congresso do Partido Socialista, a missão de Augusto Santos Silva é matar à nascença qualquer veleidade de debate livre e de novas ideias para o PS e para Portugal", critica, considerando que o ministro dos Assuntos Parlamentares se distingue "na obsessão da fidelidade ao líder".

"Augusto Santos Silva está apenas interessado em" malhar neles", começando logo por malhar nos militantes do PS", acrescenta ainda Henrique Neto, lamentando que o PS da liberdade e do debate político já não exista.»

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"Partidos exigem Imprensa livre "

Partidos exigem Imprensa livre (CM, 6/2): «Os partidos políticos da Oposição contestam Arons de Carvalho, que acusou o Correio da Manhã e a TVI de terem ultrapassado "os limites da decência" a propósito do caso Freeport.

«O antigo secretário de Estado da Comunicação Social disse no Rádio Clube que "não podem continuar a ser destruídas carreiras políticas sem consequências" e propôs a criação de um organismo de auto-regulação. A Oposição considera que está em causa a "liberdade de Imprensa e o jornalismo de investigação". (...)

«Campos Ferreira, deputado do PSD, acusa o Governo de querer "condicionar a liberdade de Imprensa" e elogia a atitude do CM. "A Imprensa em Portugal é livre. Isso implica responsabilidade, maturidade, e isso acontece. Ainda hoje [ontem] vem no CM uma nota da Direcção a pedir desculpa por uma ‘não verdade’ publicada. É assim que funciona a Imprensa em qualquer Estado de Direito." O deputado sublinha que "o Partido Socialista, e este Governo, não está habituado ao jornalismo de investigação, que é preciso preservar, acarinhar e não ameaçar e criticar". Para Campos Ferreira, "há uma claustrofobia democrática".»

Alegre diz que Santos Silva «não tem estatuto» para o fazer afastar do partido (Sol, 6/2): (...) «o histórico militante socialista Edmundo Pedro disse haver no PS quem não se pronuncie por medo, palavras que mereceram o elogio de Manuel Alegre.

«"Em primeiro lugar queria dizer que a atitude do meu camarada Edmundo Pedro, com os seus 90 anos, é um exemplo para aqueles que se calam por oportunismo, por conveniência, por medo. É uma grande lição", elogiou Alegre, sublinhando que a discussão da situação interna do partido "não são minudências".»

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5º Canal: "Em causa pode estar o pluralismo" (act.)

«Mais uma voz crítica em relação ao 5.º canal generalista (...). Luís Mergulhão, presidente da OmnicomMediaGroup Portugal, um dos maiores grupos de compra espaço publicitário nos media no nosso país e que produz dados que são referência para o mercado, defendeu ontem num encontro com jornalistas que um novo canal aéreo será "muito negativo", "um elemento disruptivo e desregulador do mercado", "um verdadeiro desastre no equilíbrio no que é a comunicação em Portugal", num ano de crise económica e financeira que afecta os grupos de media. (...) "Em causa pode estar o pluralismo", diz.» (DN, 5.º canal será "negativo", 5/2)

«Luís Mergulhão esclarece que o mercado que vai ser disputado pelas quatro televisões está longe do valor apregoado pelos "decisores políticos que se baseiam em valores de tabela". De acordo com as estimativas da Omnicom, o investimento absorvido pelas televisões a preços de tabela atingiu os três mil milhões de euros em 2008. Valor este muito acima do montante realmente investido: 379,7 milhões de euros, de acordo com a mesma fonte.» (Projecto da Telecinco faz mais danos ao mercado que o da Zon, negociosonline, 5/2)

Ainda: «(...) Apesar de se dizer que este sector representa investimentos de 4.500 milhões de euros em publicidade, esses valores são de tabela e na realidade não vão além dos 800 milhões de euros. “É um perigo enorme tomar decisões com base em preços de tabela”, alertou Luís Mergulhão. Além do mais, numa altura que se discutem temas como o 5º canal e a TDT, há que ficar claro, segundo este profissional, que por exemplo o meio televisão não representa 71% do mercado (sendo este o valor com investimentos de tabela), mas sim cerca de 50%, com valores de investimento reais.» (“Um quinto canal forte vai empobrecer os canais existentes”, Meios e Publicidade, 5/2)

Curiosamente, a APIT, consegue ver no 5º canal uma "tábua de salvação" para o marasmo em que o sector se encontra. É uma perspectiva, mas não se pense que é por aí... "Grelhas televisivas são cada vez mais iguais", acusa APIT (Público online, 5/2): «A Associação de Produtores Independentes de Televisão (APIT) (...) defendeu hoje que o lançamento do quinto canal de TV em sinal aberto é vital para o futuro desta indústria e acusou as três estações televisivas generalistas de terem uma grelha cada vez mais igual.

«O desinvestimento publicitário dos anunciantes no meio televisão deve-se em muito "à estratégia de programação desenvolvida pelos três operadores nacionais", acusou a APIT, em comunicado. Em causa está uma "total falta de diversidade de conteúdos, apresentando grelhas muito idênticas e sem grande margem de escolha para o espectador", acrescentou a mesma associação. (...) A secretária-geral da associação, Susana Gato Ribeiro, disse que em causa está a maior ênfase que é dada "à diversidade, à produção independente e à produção nacional de conteúdos".»

Ainda: Balsemão admite preferir que Zon ganhe quinto canal (Expresso online, 6/2): «"Estou muitas vezes de acordo com o dr.Luís Mergulhão e posso dizer que esta também é uma delas", afirmou Pinto Balsemão, comentando a posição defendida quarta-feira pelo presidente do grupo Omnicom Media. (...) Uma posição a que os responsáveis do Telecinco responderam, acusando Luís Mergulhão de querer que "fique tudo na mesma". As palavras "lamentáveis e rasteiras de Luís Mergulhão sobre o 'desastre do quinto canal' são um declaração assumida da defesa dos interesses instalados e evidenciam gato escondido com rabo de fora", refere o site da Telecinco num texto de "Última Hora" assinado pelo jornalista Vítor Fonseca.»

TDT... contra o pluralismo

TDT: Sócrates repete erro de Cavaco

TDT avança... por satélite

BE: 5º canal agrava crise dos media

Canal Telecinco mais caro que o rejeitado de Rangel (DN, 23/1)

Filha de Rangel candidata-se (CM 23/1)

A crise e o "peditório" para a TDT (act.)

Umas quantas maldições sobre a coitada da TDT

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3.2.09

TDT... contra o pluralismo

Nobre-Correia: "(...) Em nome da salvaguarda da imprensa e do reforço do seu pluralismo". Ver «Uns particularismos preocupantes», DN, 2/FEV (via CJ).

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PSD faz queixinhas

O PSD tem dias... Umas vezes queixa-se a sério e até fala em fechar a RTP (que, aqui entre nós, face à mediocridade vigente é o que aquilo merece, salvas as honrosas excepções). Outras vezes faz queixinhas. É o caso: ‘Prós e Contras’, na RTP 1: Intervalo de 16 minutos. PSD apresenta queixa na ERC (CM, 2 FEV).

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1.2.09

"Switch off" no pára-arranca (USA)

House Defeats Bill to Delay Digital TV Switch (nyt 28/1): «Two days after the Senate unanimously approved a four-month delay of the digital television transition, the House of Representatives did not pass the same proposal on Wednesday, “leaving the current Feb. 17 deadline intact for now,” the Associated Press reports.»

«“The 258-168 vote failed to clear the two-thirds threshold needed for passage in a victory for GOP members,” according to the A.P.

«The legislation’s failure means that the nation’s television stations will have to switch from analog to digital broadcasting by Feb. 17, unless Congress takes other steps to delay the transition.

«House Democrats may bring the bill up for a regular floor vote next week. That vote would only require majority support to pass. “Wednesday’s vote took place under a special procedure that required two-thirds support for passage,” the A.P. reported.»

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