A “pós-televisão” na era digital, a Internet e as redes sociais de “produsers” estão a criar novos ambientes virtuais e novas comunidades que se interligam numa encruzilhada complexa, cuja avaliação é enormemente dificultada pela multiplicidade de padrões de consumo e de interacção e pela constante mutação e mobilidade de suportes, interfaces, plataformas de gestão de conteúdos, etc. Quer no âmbito jurídico-político, quer no âmbito estritamente tecnológico, quer ainda no plano da produção de conteúdos e da sua recepção, no contexto da migração para um sistema matricial e interactivo, é sobre essa complexidade que se propõe neste seminário fazer uma reflexão de modo a melhor podermos pensar e compreender esta transição de paradigma nas suas diferentes dimensões.
São temáticas fundamentais neste seminário designadamente as seguintes: Políticas públicas, Regulação e Cidadania; Dispositivos clássicos e “pós-televisivos”; Contextos de transição e genealogias; Identidade, Pluralismo e Concentração; Serviço Público de Televisão: diversidade e qualidade rumo ao Digital; A Emergência dos Ambientes Digitais; A Televisão Digital e as Políticas do Audiovisual no Contexto da Sociedade de Informação; Televisão, Interactividade e Redes: Da TDT à iTV; Media participativos, novos dispositivos e ambientes digitais.
Programa: (15 de Outubro de 2008 a 6 de Fevereiro de 2009)
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1. Apresentação do Programa da cadeira
1.1 Caracterização dos conteúdos programáticos.
1.2 Sistema de avaliação.
1.3 Metodologias e Fontes.
1.4 Regulamento do Mestrado
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2. Dispositivos da comunicação
2.1 Questões sobre o dispositivo televisivo e pós-televisivo
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3. Contextos: da paleo-televisão ao digital
3.1 Paleo, neo-televisão e pós-televisão
3.2 Fragmentação do modelo, multiplicidade da oferta e 'egocasting'
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4. Políticas públicas, Regulação e Cidadania
4.1 Regulação: media, comunicações e concorrência
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5. Lições das políticas audiovisuais europeias
5.1 Contexto e consolidação de uma coabitação crítica no audiovisual europeu
5.2 Avaliação das Directivas do Audiovisual.
5.3 A Segunda Revisão da Directiva TSF no contexto da Migração para o Digital
5.4 A Televisão Digital e as Políticas do Audiovisual no Contexto do Digital
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6. Identidade/diversidade e espaço europeu de comunicação
6.1 A TV pan-europeia e o espaço europeu de comunicação
6.2 Da protecção cultural à cultura política na União Europeia
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7. Pluralismo, concentração e novos media
7.1 Media, comunicações e concentração
7.2 Regulação e limites da concentração
7.3 Ética e responsabilidade social nos media e novos media
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8. Serviço Público de Televisão no contexto do digital
8.1 Paradoxos em torno do conceito e práticas do Serviço Público de Televisão
8.2 Diversidade e qualidade face ao Digital
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9 Figuras do(s) público(s)
91 Na pista da «qualimetria»
9.2 Qualidade, diversidade de conteúdos e concentração
9.3 Audiências dos novos media
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10. A Emergência dos Ambientes Digitais
10.1 Convergência soft, realidade hard
10.2 Miragens Digitais
10.3 Da regulação da Rede às redes de desregulação
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11. Redes, direitos, liberdades
11.1 Safer Internet
11.2 Direitos humanos e o Estado de direito na sociedade de informação
11.3 Sobre a liberdade de comunicação na Internet
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12. Televisão, Interactividade e redes
12.1 Televisão Digital na Europa – Qual a Importância da Interactividade?
12.2 Da Televisão Interactiva à Televisão em Rede.
12.3 Da TDT à iTV.
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13. Narrativas interactivas
13.1 O utilizador e a narrativa interactiva
13.2 Televisão Digital e Interactiva: o desafio de adequar a oferta às necessidades e preferências dos utilizadores.
13.3 A publicidade face ao digital
13.4 TV Interactiva: ao encontro de um novo utilizador
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14. Media participativos
14.1 Dispositivos dos novos media
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15. Apresentação/discussão de trabalhos
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