10.10.08

Da necessidade imperiosa de absoluta e inequívoca independência das entidades reguladoras (na economia, como nos media)

O crash financeiro e económico a que o mundo está a assistir está claramente associado a uma regulação laxista e comprometida com aquilo a que se pode chamar a opacidade da gestão do compromisso e do consentimento, onde as “estratégias de comunicação” e de propaganda claramente se inserem. Mas também o escrutínio dos media sobre todos esses sistemas opacos. E a falha dos media neste processo recondu-los também ao perverso sistema do consentimento. Sem apelo nem agravo. Doravante tudo será como dantes? Não creio.

Carlos Tavares, regulador português dos mercados, pôs o dedo na ferida: «Não se podem pôr todos os reguladores no mesmo saco», disse o ex-ministro da Economia do Governo de Durão Barroso e actual presidente da Comissão dos Mercados de Valores Mobiliários (CMVM), hoje, na conferência «Concorrência e Regulação»: «(…) O modelo de regulação dos EUA era considerado altamente avançado ‘falhou’ e o mesmo aconteceu com o modelo inglês. (…) Temos de saber onde houve falhas. (…) Antes de se apontar o dedo aos órgãos reguladores tem de ser ver que a auto-regulação não funcionou nem as agências de rating». O responsável (pelo regulador nacional) exigiu mais e melhor regulação, assim como, maior independência dos órgãos reguladores»… É isso. Não resolve tudo, mas que ajuda, lá isso ajuda…

Também o director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, considerou ontem que «a crise financeira resulta de uma "falha da regulação", apelando mais uma vez para a mudança das regras do jogo. "Esta crise é uma falha da supervisão, uma falha da regulação, uma falha da crença que o mercado se pode regular autonomamente", afirmou durante uma entrevista ao canal televisivo francês France 2 citada pela Agência Lusa.» (FMI volta a apontar o dedo às falhas de regulação", Público, 11.10.2008)

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