16.10.08

O pluralismo, segundo Ryszard Kapuściński

"Na relação entre jornalismo, empresa e esfera pública, joga-se, fundamentalmente, uma luta constante pela independência da função de mediação. Há países onde há liberdade de expressão, onde não existe uma censura oficial, mas a liberdade do jornalista é limitada pelos interesses do grupo para o qual trabalha. (…) Há centenas de formas de manipular notícias(…). O problema da rádio e da televisão é que não é necessário mentir: podem limitar-se a não reflectir a verdade. O sistema é muito simples: omitir o assunto. (…) Os assuntos principais que dão vida às ‘notícias do dia’ decidem o que pensamos do mundo e o modo como o pensamos. Sendo que neste sistema, os meios de comunicação não estão interessados em reflectir a realidade do mundo, mas sim em competir entre si”. Por isso, conclui sabiamente Kapuściński, “o nosso conhecimento da história não se refere à história real, antes à história criada pelos meios de comunicação”. [Ryszard Kapuściński, Os Cínicos Não Servem Para Este Ofício – Conversas Sobre o Bom Jornalismo, Relógio d'Água, Lisboa, 2008]

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