Jornalistas portugueses com más experiências no pós-25 de Abril
Momento raro em Televisão na SIC Notícias, Jornal das 9. Mário Crespo entrevista Baptista-Bastos, que acaba de receber o prémio João Carreira Bom. Crespo, Bastos e Bom, três nomes que se cruzam com as censuras e as cesuras do pós-25 de Abril.
Recorde-se BB (A Imprensa como metáfora, Jornal de Negócios Online, 12.11.2004):
"(...) Será desonesto ocultar este facto: os jornais portugueses de hoje não são o reflexo de um estudo profissional rigoroso e alargado, e muito menos o resultado de uma decisão moral. Abandonaram o denominador comum da realidade social e, por ignorância, inépcia, incompetência ou esquecimento deliberado não colocam nas suas páginas os problemas gerais da sociedade portuguesa. Um jornalismo organizado a partir das agendas de cada um, dos telefonemas, das conivências políticas, e, também, das «sondagens», da entrevista encomendada, do favorecimento a um grupo."
Ainda BB, nestoutra (Tuta-e-meia sobre jornalismo, Jornal de Negócios Online, 17/2/2006)
"(...) Num recente debate foi levantada a questão fulcral: como se pode reproduzir o conteúdo social e inovar através da elaboração de uma estratégia informativa, se os grandes media estão na posse de poderosos grupos económicos? E como explicar a espantosa trajectória de jornalistas, trepados a directores, que, logo-assim deixam um emprego vão imediatamente para outro, sempre mais bem remunerado, ou para instituições ligadas ao Estado, ou associadas ao Governo; ou se tornam assessores de Presidentes, ou em lugares de decisão na agência oficial de notícias e, até, na Gulbenkian?
"A teia reticular de conivências, o manobrismo político, o pagamento de favores são evidências que a realidade comprova e que a generalidade das complacências admite sem recalcitrar.
"O jornalismo é a honestidade que se procura, a honra que nunca deve ser perdida, a moral activa e a filosofia de uma razão que só encontra sentido e destino na inteligência do leitor."
Perfil: Armando Baptista-Bastos.