7.3.06

'Em defesa da língua portuguesa'

Luís Queiró no DN: "(...) o facto de em Portugal - e no mundo onde se fala português - ser praticamente impossível ver o Euronews em língua portuguesa é surpreendente e lamentável, sobretudo sabendo que há uma versão portuguesa desse canal, transmitida 24 horas sobre 24. O Euronews, o canal televisivo de notícias da Europa, dispõe de um financiamento comunitário para programas sobre assuntos relativos à União Europeia. Este canal é participado por diversas entidades, entre elas a RTP, titular de 1,4% do seu capital social, o que traduz, por parte dos poderes públicos, o reconhecimento da relevância que a Europa tem para Portugal. A este facto acresce que há 16 jornalistas portugueses a trabalhar na produção do Euronews em língua portuguesa que, não tendo qualquer vínculo laboral com a nossa empresa pública de televisão, representam um esforço financeiro para a RTP superior a dois milhões de euros por ano, segundo dados da própria.

"Acontece que aquilo que parece ser uma actuação concertada e reveladora de uma orientação de serviço público acaba por ter um resultado quase nulo. Senão, vejamos:

(...) Em termos práticos, a verdade é que há 16 jornalistas portugueses a trabalhar no Euronews, há um custo directamente suportado pela televisão pública de dois milhões de euros ao ano, há programação em língua portuguesa produzida 24 sobre 24 horas e, no entanto, ela é difundida ou fora de horas ou então em língua inglesa. Salvo melhor opinião, estamos no domínio do absurdo.

"Se a Europa é um desígnio e a língua uma ferramenta, convinha que os poderes públicos em Portugal agissem em conformidade. (...)".
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