O Papel das Rádios de Proximidade no Desenvolvimento Regional e do País (ou a crítica da estratégia da avestruz) *
[Parêntesis para o tema dos media regionais]
«A imprensa regional informa melhor do que a nacional».
[Francisco Pinto Balsemão, nos 48 anos do Jornal do Algarve].
Esta comunicação centra-se em torno de uma antinomia, da dualidade sobre a qual não é conveniente hesitar (refiro-me sobretudo a operadores, jornalistas e público):
· Nela se defende uma informação de proximidade, pela cidadania e a virtude civil – por um jornalismo autêntico, de suporte ao progresso, para o desenvolvimento e crescimento de Portugal. E por uma cultura mediática de excelência.
· Por outro lado, alerta-se para a decadência dos mimetismos e do parasitismo de todos os sensacionalismos, da pequena política à actualidade trágica e ao fait-divers.
Em Portugal, de há cerca de 20 anos para cá que se pode falar em Rádio de proximidade. Na década de 80, o sector cresce no sentido das rádios livres, coexistindo nessa altura estações licenciadas e estações “piratas” que aguardavam a sua legalização.
Em meados da década de 80 era evidente para o legislador que tinha de se intervir naquele quadro de desregulação. Prepara-se então o reordenamento do espaço radiofónico, e a Lei da Rádio surge em 1987, muito embora só com a aprovação da Lei n.º 87/88, de 30 de Julho, tenha sido, de facto, possível o licenciamento das rádios locais. (Diploma revogado pela Lei n.º 4/2001, de 23 de Fevereiro, por sua vez alterada pela Lei n.º 33, de 22 de Agosto de 2003).
Só em 1989, é que o Governo abre concurso para a atribuição de alvarás às rádios locais. Desse concurso vai resultar, a nível nacional, o aparecimento de 314 estações, número sensivelmente idêntico ao actualmente existente. Refira-se que enquanto o concurso decorria, em 1989, as chamadas estações “piratas” foram obrigadas a cessar as suas emissões.
Se fizermos um pequeno exercício reflexivo e nos perguntarmos qual o papel das Rádios Locais e Regionais no desenvolvimento regional e do País, desde essa altura – ao longo, portanto dos últimos 15 anos, somos levados a concluir que se o sector não tivesse sido aberto à Rádio Local e Regional, hoje, o País teria muito mais probabilidades de falar só o dialecto do eixo Terreiro do Paço - São Bento, seria doutorado em actualidade trágica e em fait-divers, traduziria directamente do ‘futebolês’ para o português e vice-versa, pouco ou nada saberia do que verdadeiramente interessa, pouco ou nada saberia do que se passa na sua terra, a não ser pela folha ou jornal local.
E não sabendo da sua terra, não saberia do seu País.
É, no fundo, o que nos acontece a nós, lisboetas, rodeados de burocracia mediática e de ‘mediacracia’, como uma espécie de repartição pública, embora sem livro de reclamações.
No fundo, pouco sabemos da nossa terra, pouco sabemos do nosso país… a não ser que nos satisfaça a agenda e protocolo de Estado, o depoimento ministerial, ou as pequenas e grandes tragédias mais ou menos caseiras.
E pouco mais que isso. O que é, manifestamente, quase nada.
O facto é que os media nacionais têm uma tendência para o esquecimento, para o não-dito – que eu diria suicidária, e que nos atinge a todos,– para não falar no que está a acontecer, para não falar daquilo que importa, que nos importa a todos. Das nossas vidas, da nossa formação e educação - e a dos nossos filhos, da nossa cultura, das nossas necessidades imperiosas de progresso e desenvolvimento.
Disso, os media não falam minimamente.
A estratégia mimética e burocrática de agenda dos grandes media prende-se, portanto, com a pequena política, o futebol, a catástrofe, a actualidade trágica e o fait-divers.
Um menu deplorável, que é em grande parte o menu do estado a que chegou o País.
É também o menu da culpa dos media.
Não sendo ouvinte regular das Rádios Locais, mas sabendo que por vezes as rádios de proximidade são levadas a mimar, a copiar, a agenda informativa dos media nacionais, ou mesmo a ‘fazer cadeia’ com as rádios nacionais, tenho para mim que esse é o seu calcanhar de Aquiles.
Não porque copiar em si mesmo seja sempre negativo, mas antes porque reproduzir os vícios do sensacionalismo e da pequena política pode, momentaneamente, dar audiência e trazer investimento publicitário, mas hipoteca o País e o futuro de Portugal e não garante uma vida risonha para os nossos filhos – é a estratégia da avestruz, do meter a cabeça na areia e não querer ver aquilo que está bem à frente dos nossos olhos.
Como dizer então «Não» à decadência e aos mimetismos e ao parasitismo dos sensacionalismos, da actualidade trágica e do fait-divers?
Como lutar pela informação de proximidade, da cidadania e da virtude civil – por um jornalismo cívico, mobilizador da experiência social, de suporte ao progresso, para o desenvolvimento e crescimento de Portugal?
É simples: temos que ir ao encontro do melhor de nós próprios e dos melhores de nós próprios.
Temos de ir ao encontro de uma cultura mediática de exigência, o que implica também criar uma opinião pública cada vez mais exigente e esclarecida.
Temos que ir ao encontro do mundo da vida, dos que constroem o progresso, como exemplo a seguir.
Temos que fazer uma discriminação positiva da notícia e do acontecimento e não o contrário.
Temos que ter como prioridade máxima, na nossa agenda informativa, o progresso, o crescimento, o desenvolvimento deste País.
Temos que ter como prioridade máxima, na nossa agenda informativa, os valores da Educação, do empenho, do profissionalismo, da competitividade, da dignidade e da Cidadania.
Temos que ir ao encontro dos melhores de nós, na Indústria, na Ciência, nas Artes, no Conhecimento, na Inovação. Temos que ir ao encontro de Portugal.
Por um Portugal melhor.
Tudo o resto é em grande parte lixo suicidário, serve a decadência de uma Nação e não dignifica o nome dos que deram a Portugal o melhor de si próprios.
Temos por isso que erradicar a peste branca, que é a peste que se instala no sistema dos média com diversas faces - o sensacionalismo e o jornalismo tablóide e as histórias vendidas de acontecimentos irrelevantes.
O fait-divers, o protagonismo da delinquência, os maus exemplos, o homem que mordeu o cão, emoções, excitações e paixões individuais têm o seu local próprio – a folha linguaruda, o pasquim tablóide, mas isso não é comunicação e muito menos social. Será hipertelia do social, será cancerigenação do sistema… mas não é comunicação social.
O papel das Rádios Locais neste processo de ruptura discursiva com os aspectos negativos do actual statu quo – e da actual cultura mediática - é essencial.
Basta que apenas mais algumas das cerca de 300 Rádios consigam fugir à lógica da agenda burocrático-mediática dos media nacionais, e descubram nas suas localidades as forças vivas da região, aqueles que constroem o futuro, os fazedores de progresso, enfim, o Mundo da Vida que nos – e vos - rodeia, para que este desafio da APR, que nos reuniu nesta sala, tenha valido a pena.
Em síntese, e em função das intervenções já escutadas, penso que há uma forte consciencialização para o novo papel das Rádios Locais no actual contexto mediático, onde a concorrência vem também através de outros media.
Mas há que respeitar em primeiro lugar uma ética de antena e uma cultura empresarial de excelência, tanto no plano dos conteúdos como no da gestão. E procurar soluções inovadoras de forma a, também, aí se encontrarem novas fontes geradoras de negócio com as forças vivas e os empreendedores da região.
Finalmente, não abdicar da função social, cívica e comunitária, mantendo laços abertos – ou mesmo o acesso a determinados segmentos horários da emissão – aos cidadãos, às suas associações e organizações locais.
* Comunicação apresentada ao X Congresso das Rádios, organização da APR – Associação Portuguesa de Radiodifusão, Tagus Park, Oeiras, 30 de Abril de 2005.
Nome: GLOBO; Idade: 40
Valério Cruz Brittos: «Globo 40, comemoração e frustração»: «Os 40 anos da Globo ficaram muito aquém daquilo que a principal rede de televisão do país poderia ter legado aos seus milhões de telespectadores. De um lado, foi só auto-louvação, sem nenhum espaço para debate, reflexão e crítica sobre o papel deste grupo de comunicação na vida dos brasileiros. Nem uma matéria no Jornal da Globo propondo um mínimo de questionamento ou controvérsia, muito menos um Globo Repórter para discutir a sua influência política, econômica e social. De outro lado, a festa das quatro décadas da Globo foi frustrante: embora tivesse conhecimento acumulado e elenco milionário para produzir um show televisivo sem precedentes, legou um conjunto de momentos mal colados, protagonizados por apresentadores pouco à vontade com o ao vivo (onde o papel principal ficou com o teleprompter) e coadjuvados por uma platéia fria e constrangida».
(…)
«Hoje os problemas enfrentados pela Globo são muitos, ligados a elementos que podem ser resumidos no esgotamento de seu padrão de qualidade, principalmente porque seu diferencial (recursos humanos, tecnologia e capital) tem sido em parte assimilado pelas demais redes, ao mesmo tempo em que o telespectador da televisão aberta demonstra interesses por outros padrões de fazer audiovisual (crescendo a preferência pelos produtos popularizados, já que tendencialmente os segmentos sócio-econômicos mais altos da população vão migrando para a TV por assinatura). Na transformação do mercado televisivo no Brasil, aparecem novos atores e fortalecem-se outros, permitindo o crescimento das demais redes já existentes e desafiando-se a líder, a Globo, que hoje mantém a primeira colocação na área de TV aberta enfrentando muita contestação dos opositores, em vários horários.»
Entretanto, na passagem do 40º aniversário da Globo, Valério Cruz Brittos e César Bolaño editaram o livro “Rede Globo: 40 anos de poder e hegemonia” (editora Paulus): «O livro que reúne 17 artigos de pesquisadores de televisão é dividido em três partes: Plano Geral, Audiovisual e Outros Mercados. Na primeira parte, a obra faz uma panorâmica nas estruturas econômicas, políticas e regulatórias do sistema brasileiro de televisão, numa perspectiva histórica, chegando até a expansão internacional da emissora. Em Audiovisual, os artigos analisam a atuação da Globo na América Latina e em Portugal. Entram nessa perspectiva de análise os produtos mais bem sucedidos da emissora como as telenovelas e o telejornalismo, um modelo bem acabado do Padrão Globo de Qualidade. Na última parte do livro, os artigos abordam os outros “produtos” que compõem as Organizações como a atuação e investimentos na mídia impressa, o sistema Globo de Rádio, a indústria fonográfica, a TV paga e o cinema.
João Marques, ao 4º dia sem TV
O GAIA - Grupo de Acção e Intervenção Ambiental, junta-se à Turnoff TV e dinamiza em Portugal a «semana sem TV».
João Marques, 28 de Abril de 2005, ao quarto dia sem TV: «Ao quarto dia sem TV, tenho de confessar, estou a sentir-me um bocadinho desesperado. Estou um pouco vazio do que costumo receber, mesmo que o que recebo habitualmente seja lixo. Isto porque tento fazer coisas diferentes, estar com pessoas, sentir por mim e não por aquilo que me querem impingir, mas não consigo! Bloqueio! Parece que me habituei a que me ditassem a minha própria conduta... E, entretanto, ponho-me a pensar: sou um viciado, a minha droga é como as outras (…)
Pornografiazinha
Escreve Mário Guerreiro no DN de hoje: «Crianças em comédia são nova tendência televisiva - Especialistas alertam para perigo de crianças imitarem comportamentos»
Sobre o novo ‘ciclo’ de exploração da lógica do audímetro e simultaneamente de trabalho infantil - Zero em Comportamento e Mini Malucos do Riso (SIC) e Batanetes e Batanitos (TVI), alguns depoimentos recolhidos da peça:
Cristina Ponte considera-os "conteúdos discutíveis" e critica a apresentação de comportamentos desadequados a "um espaço com regras, como deve ser a sala de aula" e manifesta-se a favor de uma legislação laboral que integre a nova realidade das crianças.
Para a pedopsiquiatra Ana Vasconcelos, estes programas apresentam um "tipo de diálogo fácil, que não ajuda, nem explica". O chamado pensamento virtual, "onde não se dá um processo de contextualização", é um dos efeitos registados nas crianças espectadores. A especialista relaciona este efeito com o insucesso escolar.
Numa altura "em que conversamos cada vez menos uns com os outros", estes programas também mostram às crianças "um nível muito grosseiro de comunicar". "Por vezes até com um componente mais pornográfico", completa.
A pedopsiquiatra mostra-se também crítica ao efeito mimético que as imagens suscitam nas crianças "Como vêem que os adultos acham piada, copiam esses comportamentos". As consequências são várias, "as crianças não pensam, são quase papagaiozinhos" e assumem "posições socialmente desajustadas".
Para o sociólogo Elísio Estanque há que compreender o possível "mimetismo" das crianças. O docente universitário realça que "o poder da televisão é esmagador" e em famílias onde progressivamente os pais têm menos tempo para estar com os filhos, o poder da caixa mágica pode até ser "agravado". A "culpabilização" dos pais, devido à escassa disponibilidade para os filhos, pode levar à criação de situações onde estes ficam livres junto à televisão, sem discernir os comportamentos considerados errados.Sobre o mesmo tema ver também a revista do CM de hoje.
Audiência de programas de Informação cresce 45% em 2004
No Diário Económico Catarina Frazão analisa estudo da Eurodata TV em 73 países e conclui que «os programas de informação que passaram nas várias televisões mundiais, em 2004, registaram um aumento de 45% de audiência face ao ano anterior»
«Este crescimento deveu-se sobretudo aos grandes acontecimentos internacionais, como a guerra no Iraque, as eleições presidenciais nos Estados Unidos da América, e o alargamento europeu. O desporto foi, no entanto, o género mais visto.
«A informação atingiu o topo do ‘ranking’ em 11 países representando 18% do ‘top’ dos programas mais vistos a nível nacional. As notícias diárias ocuparam 55% deste género, os ‘magazines’ 23%, os documentários 12% e os programas políticos 10%.
«Os importantes acontecimentos desportivos, como os Jogos Olímpicos de Atenas, o Campeonato Europeu de Futebol ou os jogos de qualificação para o Mundial de 2006 atraíram mais de 50% das melhores audiências de programas desportivos colocando este género em primeiro lugar, em 19 países.»
«Tirando os programas desportivos e os de duração inferior a cinco minutos, a ficção foi o género mais popular, angariando uma quota de 46% no conjunto dos programas com mais audiência em 2004. Dentro da ficção, as séries prevalecem sobre o cinema, com 46% e 25% do total da audiência deste tipo de programação, com os títulos “Friends”, e “CSI” a dominarem.
«No geral, o consumo de televisão aumentou no ano passado face a 2003. A América do Norte registou o maior tempo médio de audiência diário, 4 horas e 28 minutos.»
Canal Rangel (II)
Entrevista de Emídio Rangel ao Jornal de Negócios de hoje:«A SIC tem hoje uma qualidade claramente mais baixa e fraca do que já teve. Posiciona-se para satisfazer classes de nível socio-economico mais baixo».«(...) Devia-se estudar o aparecimento de um novo canal de televisão generalista. (...) Em Portugal fazia muita falta esse novo canal, para que a oferta televisiva tivesse mais qualidade».
Desliguem a TV, Liguem a Vida
"Quando uma TV quer público, apela ao grotesco"
No DN leia-se a entrevista de Muniz Sodré, onde a certo momento este teórico brasileiro diz de "Fiel ou Infiel", de João Kléber: «É extremamente grotesco, porque rebaixa valores, trata emoções humanas de modo a fazer rir com o sofrimento do outro. Há uma clara violência. Um dos dois não sabe que está sendo filmado e mostra um sedutor. Isso é muito batido no Brasil.»
Censura(s) do dispositivo televisivo
Nos últimos dez anos, sensivelmente, tem-se procurado constituir em Portugal um saber reflexivo, crítico, sobre o dispositivo televisivo, em particular na área da informação.
De alguma maneira, a nossa tese sobre «O Sistema Político e o Telejornal ao Tempo de Salazar e Caetano», de 1993, abriu um conjunto de hostilidades necessárias neste campo.
Daí para cá, diversos trabalhos se têm vindo a inscrever efectivamente nos estudos sobre o dispositivo da informação televisiva, em particular no âmbito de outras dissertações académicas, quer de mestrado quer de doutoramento, o que constitui já um importante acervo reflexivo sobre uma das questões centrais em matéria de comunicação social e das relações do discurso da televisão face à experiência social.
A relação da TV com o mundo, nomeadamente do seu sistema de informação, é de uma enorme complexidade. Claramente, potencia a difusão de um saber que mais não é do que uma recomposição rotineira e burocrática dos acontecimentos, dada através de um ângulo muito particular, ‘instrumento de verdade’ que não pode iludir os seus dispositivos, os seus poderes e os seus rituais. Desta forma, o discurso televisivo conduz ao espectáculo de ritualização do acontecimento e à efabulação sempre violenta do real, na medida em que reconhece prioritariamente alguns dos seus estereótipos – a actualidade trágica, a catástrofe, o fait-divers, num contexto de pregnância sobretudo à figura do tradicional telespectador passivo e ao recorte limitado das suas expectativas.
Considerando novas especificidades desse sujeito-espectador, Jacinto Godinho acaba de defender a sua tese subordinada ao tema «Genealogias da Reportagem – do conceito de reportagem ao caso Grande Reportagem, programa da RTP (1981-1984)» onde discorre sobre a reportagem enquanto género televisivo que se propõe a uma ‘interactividade’ e não a uma ‘interpassividade’ telejornalística, procurando teorizar também enquanto observador participante, mas pensando também sobre ‘o dispositivo da notícia que vai devorando o quadro da vida pública portuguesa’, ou sobre a lógica-audímetro: «os telejornais hoje competem pela realidade que melhor agrada ao seu patrocinador, que é espectador», o ‘sujeito-espectador’, acrescenta.
O tema da reportagem, aliás, já havia sido tratado por José Rodrigues dos Santos, numa perspectiva histórica e discursiva, em tese de doutoramento também defendida na UNL, «O Correspondente de Guerra, o discurso jornalístico e a história – para um análise da reportagem de guerra em Portugal no Século XX».
Recentemente, na Universidade de Coimbra, Dinis Alves defendeu a sua tese de doutoramento em Ciências da Comunicação intitulada «Mimetismos e Determinação da Agenda Noticiosa Televisiva – A agenda-montra de outras agendas», procurando demonstrar que a narrativização do real através de práticas arreigadas nas redacções gera fundamentalmente acontecimentos em segunda e terceira mão, através da estratégia burocrática de produção de informação diária (de mimetismos de outras agendas e de rotinas diversas).
Refira-se também a tese de Mestrado de Nuno Goulart Brandão (em breve defenderá doutoramento), subordinada ao título A Televisão Generalista e a Abertura dos Telejornais. Dissertação de Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação, do Departamento de Sociologia do ISCTE, que comprovou também que há uma predisposição e uma regularidade na gestão dos alinhamentos dos telejornais para colocar a catástrofe com prioridade na agenda. Também em domínio afim, o crítico de televisão do Público, Eduardo Cintra Torres defendeu na sua tese de mestrado que, de certo modo, a "a tragédia se tornou um género televisivo".
Referência ainda para a tese de Gisela Machado, «O Primeiro Dia Europeu de Portugal: Cenas de uma União selada pela Televisão – Análise da Telecerimónia de Assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à CEE», uma investigação extremamente assertiva sobre uma celebração, dita, curiosamente, «coroação» de uma estratégia há muito ansiada por Portugal, constituindo-se em contratualização cerimonial e em reforço (audiovisual) de legitimação.
As narrativas do real televisivo geram, através das lógicas dos directos, sobretudo protocolares, telecerimónias, acontecimentos ritualizados que fundam ou corroboram novas e velhas legitimidades e representações, permitindo o estabelecimento de paralelismos paradoxais (celebração vs. desordem), dado que os ‘directos’ de maior duração, ou representam a Instituição, o Estado, uma grande cerimónia no plano Europeu (como é o caso desta tese que vai para o prelo), um casamento real, o funeral do Papa, por exemplo, ou então abrem-se à tragédia e à catástrofe.
Vários enfoques, diferentes pontos de vista, mas um elo comum que se poderá identificar como se tratando, no fundo, da emergência de uma lógica de exclusão ‘acontecimental’, para privilegiar o ‘maravilhoso’ infotainment, que as audiências devoram na sua ‘missa’ diária das 20 horas. Uma exclusão que passa por ser uma nova dimensão do esquecimento e das censuras que tipificam o próprio dispositivo televisivo, a par da dimensão instrumental e performativa, designadamente.
Violência e TV
Patrocinado pela Fundação Pró Dignitate, presidida por Maria Barroso, e desenvolvido pela Universidade de Aveiro, vai ser realizado um estudo em Portugal sobre a influência dos media e em particular da TV nos comportamentos violentos e também sobre a exposição de crianças e jovens às mensagens da TV. O estudo é integrado no quadro da rede SUDcom, que reúne académicos e investigadores de instituições de países do Mediterrâneo, do Sul da Europa e do Norte de África.
Refira-se que em Portugal já foram desenvolvidos alguns estudos nesta área, designadamente pela AACS: "Os Portugueses e a Violência na Comunicação Social", estudo de opinião (1993) e «Avaliação da Violência na Televisão Portuguesa», coordenado por Jorge Vala, (1999).
Quando as audiências deslegitimam greves
Diz um despacho da Lusa/Diário Digital que os «trabalhadores da RTP pedem a intervenção do Governo»: «Os trabalhadores da RTP vão enviar ao ministro que tutela a comunicação social um abaixo-assinado no qual pedem a intervenção urgente do Governo por considerarem que a estação não está a cumprir o serviço público.»
Para os funcionários e jornalistas em greve, «a programação e, sobretudo, a informação que está a ser transmitida pelos canais da RTP durante a greve - a decorrer desde segunda-feira e que irá durar até quarta- feira - é ‘de medíocre qualidade’ e não cumpre a função de serviço público. (…) Diz-se ainda, destacando uma lógica que faz opor audiências a grevistas: «A administração da estação pública mostrou-se, no entanto, satisfeita com as audiências conseguidas segunda-feira, primeiro dia de greve.»
Quando as audiências deslegitimam greves e os jornalistas confundem Governo e AACS, a televisão (serviço público) é que sofre.
"La Televisión que queremos... hacia una TV de calidad"
Afirma Balsemão
Pela maior proximidade das populações, «a imprensa regional informa melhor do que a nacional», afirmou F. Pinto Balsemão, em cerimónia recente relativa aos 48 anos do Jornal do Algarve. Embora paradoxal, como nós o percebemos, sobretudo quando olhamos para os conteúdos da (sua, também) comunicação social…
Photomaton da greve
Do DN: «O logotipo da Rádio e Televisão de Portugal (RTP) continua a girar no cimo do edifício da Marechal Gomes da Costa, mas ontem os repórteres não sairam à rua, os pivôs não foram maquilhados e as régie estavam vazias. Na redacção, só seguranças.»
Têvêmóvel
Segundo Andrew Robertson, presidente da BBDO, ganha cada vez mais consistência a possibilidade dos terminais móveis substituírem progressivamente a televisão como meio privilegiado para publicidade.
Sendo um facto que a TV está cada vez mais cercada por outros media e sistemas de informação, é óbvio que o futuro da publicidade está nas plataformas móveis. Robertson comprova a sua teoria com base num grande inquérito que refere que 45% dos inquiridos preferem o computador pessoal, 31% o telemóvel e só 12% a TV.
Simultaneamente surge Al Gore a falar do seu projecto de TV Interactiva na Net – a Current TV. A filosofia é de ‘videoblogue’, a velocidade é a do Cabo, e a ideia é de… loucos. De uma loucura sensata. As coisas vão mudando…
Greve na RTP
A consequência mais visível da paralisação laboral convocada para a Rádio e a Televisão públicas, pelo Sindicato dos Jornalistas, Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual e Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual até à próxima quarta-feira, é o cancelamento de «Bom dia Portugal» na RTP1.A administração da RTP acusou os sindicatos de «grave quebra da boa fé negocial» por decidirem manter a greve convocada. Esta greve é, no entanto, o culminar de um mal-estar nunca sanado entre administração e trabalhadores, desde praticamente o início desta gestão cuja eficiência económico-financeira não se aplicaria, naturalmente, sem algumas feridas em matéria laboral.
Rangel chama-lhe ‘O nojo na TV’
Emídio Rangel, ele mesmo, escreve no CM: «Fui surpreendido há dias por umas trocas de mimos muito pouco ortodoxas entre os directores da SIC e da TVI. Usam os dois os mesmos argumentos, sendo que a iniciativa partiu da SIC: cópias de programas, plágios, espionagem etc. Algum tempo depois fiquei a saber a razão da zanga.
«A TVI ia avançar com a transmissão do programa ‘Teste de Fidelidade’ da Rede TV, a última estação do ‘ranking’ de audiências no Brasil, e a SIC tinha e tem em preparação um ‘Teste de Fidelidade’, em versão ‘soft’, produzido em Portugal. Dois directores a discutirem a parte que lhes cabe no lixo da televisão que circula no terceiro mundo.
«Eu vi há poucas semanas o ‘Teste de Fidelidade’ no Brasil. É um programa que vem da mesma lixeira onde foi encontrado o ‘Ratinho’ e outros produtos nauseabundos. É um programa aviltante que reduz a condição humana à sua expressão mais grotesca.
(…)
«Eu achava que aquele programa nunca passaria numa estação europeia.
«Afinal passa, em Portugal, e é disputado por dois directores de TV.»
‘Jogo inqualificável’
No ‘Termómetro’ de Fernando Sobral: «(…) pessoas dispostas a ser filmadas e outras a ver essas imagens para entrarem numa espécie de jogo inqualificável a que se chama “teste de fidelidade”. É certo que cada vez mais pessoas vão à televisão contar tudo. Mas quando se dispõem a jogar com a sua vida íntima como se isso fosse a forma de saber quem vai à caixa dos rebuçados às escondidas é porque já entrámos na montanha russa: descemos a toda a velocidade para um mundo onde todos querem ser internados num jardim psiquiátrico.
«‘Fiel ou Infiel?’ não é um programa de TV: é um verdadeiro atentado. Não só à inteligência mas aos valores que ainda se julgava existir em TV.»
¿Su debilidad es la debilidad de la democracia?
Diz o «descodificador» do El Mundo, a propósito da censura televisiva e do controlo dos media no Zimbabwe: «En los años 60, con la televisión en pañales, alguien advirtió que el fortalecimiento de este medio de comunicación era el fortalecimiento de la democracia. Se puede estar de acuerdo o no con esa teoría, pero lo que sí parece seguro es que cuatro décadas después la televisión se ha convertido en un elemento de poder capaz de derrocar o sostener gobiernos. ¿Su debilidad es la debilidad de la democracia?»
'Mercado dos telespectadores'
Enquanto se aguarda a decisão da AC sobre a venda da Lusomundo, recupere-se no âmbito da operação de concentração do controlo exclusivo da SIC pela IMPRESA (Janeiro de 2005), o parecer da Autoridade da Concorrência (AC) que «decidiu não se opor à operação de concentração, pelo facto de a mesma não ser susceptível de criar ou reforçar uma posição dominante da qual possam resultar entraves significativos à concorrência efectiva nos mercados relevantes dos telespectadores e da publicidade televisiva, no território nacional».
Entendeu a AC que no «mercado dos telespectadores definido pela notificante, os radiodifusores concorrem entre si para obterem quotas de audiência, o que incluirá tanto a televisão comercial financiada através da publicidade como os radiodifusores públicos parcialmente financiados através deste meio, já que em ambos os casos são as quotas de audiência que funcionam como factor fundamental para a venda de espaços publicitários televisivos.»
Este, um dos perigos da concorrência invadir o espaço dos media: o operador público de televisão reduzido ao ‘factor’ audiência, em confronto directo com os privados.
AACS: regular a concorrência
A AACS acaba de aprovar a venda da Lusomundo à Controlinveste, tendo colocado entre as condições para esta alienação "que a adquirente respeite a liberdade de expressão e o confronto das diversas correntes de opinião, bem como a identidade e a linha editorial dos órgãos de comunicação social em presença" e que, com o objectivo de não criar situações de posição dominante em matéria de direitos desportivos, nem criar "condições objectivamente condicionantes do direito de informar sobre o fenómeno desportivo, designadamente através de limites ao livre acesso às fontes", vai propor a alienação do jornal O Jogo.
A AACS defende ainda um quadro legal que regule as questões da concorrência no sector dos media.
O segundo fôlego da TDT *
Depois de várias falências e outros tantos flops (interrompidos antes de verdadeiramente o ser), eis que a Televisão Digital Terrestre (TDT) se reencontra agora numa espécie de segundo fôlego, que afinal poderá não ser ainda a última e derradeira tentativa – pelo menos para os mercados europeus de menores recursos.
Nesta abordagem da questão procurarei centrar sobretudo este reaparecimento em torno de dois mercados mais próximos do nosso, observando os desenvolvimentos mais recentes dos casos francês e espanhol.
Em França, o governo acaba de confirmar o calendário do Conseil Supérieur de l’Audiovisuel para o lançamento de canais gratuitos de Televisão Digital Terrestre (TDT), em Mpeg 2 e não em Mpeg 4, como acabou por fazer para a TDT paga. Desde Março de 2005 que os franceses dispõem de mais canais de TV gratuitos (para além dos tradicionais 5), sem necessidade de mudar de televisor, embora necessitando de um descodificador que deverá custar cerca de 50 Euros. Trata-se de uma importante conquista da sociedade francesa e de todos os telespectadores franceses, que assim não terão de se envolver de entrada na «pay TV» dado que têm uma oferta suficientemente alargada face ao que existe hoje na TV analógica. O princípio da TDT como «uma televisão digital para todos» parece assim salvaguardado, sendo certo que nesta matéria é fundamental respeitar o princípio da cidadania no contexto da Sociedade de Informação, privilegiando de alguma forma o espectro aberto.
Ao contrário do que defendeu para a TV aberta, o governo francês prefere o MPEG 4 para a TDT paga. Foi escolhida assim a norma MPEG 4 para as redes de TV paga da televisão digital terrestre a lançar em 2005-2006, o mesmo se aplicando à HDTV. Desta forma será necessária uma consulta tanto à Comissão Europeia como ao CSA de modo a alterar a lei de Dezembro de 2001.Contra a opinião já manifestada pelo CSA, que considera prematuro o MPEG 4, a adopção do MPEG 4 poderá, segundo o governo, libertar frequências para os multiplex e desta forma permitir o lançamento de TV local digital, HDTV e televisão sobre terminais móveis.
O arranque da TDT em França está assim previsto para o período de Março/Abril de 2005 no que diz respeito às redes gratuitas e de Setembro de 2005 a Março de 2006 para as redes pagas.
Em Espanha, responsáveis das TV’s privadas Antena 3 e Telecinco, perto do final do ano, voltaram a pressionar o governo de Zapatero exigindo uma alteração à lei da TDT de 1999 no sentido da permissão do arranque a curto prazo da TDT, com plenitude de uso do espectro e da totalidade dos canais dos multiplex.Ambos pretendem lançar canais temáticos o mais rapidamente possível, de forma a que em 2007 haja uma penetração da rede em cerca de 50% dos lares. Só assim consideravam possível fechar a rede analógica em 2012, tal como prevê a lei de 1999.
Entretanto, o governo espanhol deu uma resposta rápida aos pedidos dos operadores privados no sentido de ser retomada o projecto da TDT quanto antes.
De facto, no último dia de 2004, o ministro da Indústria anunciou, através da apresentação do «Anteproyecto de Ley de medidas urgentes para el impulso de la televisión digital terrestre, de la liberalización de la televisión por cable y fomento del pluralismo», uma nova data para o switch-over no país vizinho, antecipando de 2012 para 2010 o fim das emissões analógicas.
Segundo o ministro, a partir do último trimestre do ano de 2005 a TDT poderá avançar com cerca de 20 canais.Trata-se agora de levantar obstáculos e de superar receios de modo a todos os actores poderem avançar em conjunto.
A TVE, televisão pública espanhola, deverá ter na TDT não só os canais 1 e 2, como ainda os canais que distribui por satélite, a saber: Canal 24 Horas, Teledeporte, Canal Clásico, Canal Nostalgia, Canal Grandes Documentales devendo lançar um novo canal dedicado à infância e aos jovens.
Para pôr em prática o novo plano, o governo terá no entanto que modificar as diferentes leis sectoriais, o que não constituirá impedimento de monta dada a determinação em avançar rapidamente com o processo.
Face ao que está a suceder em Espanha e França, Portugal poderá beneficiar genericamente se se posicionar numa atitude de expectativa. A TDT tem de facto uma dimensão de grande complexidade na sua montagem financeira, nos custos e na rentabilidade e o facto de existir um player como a TV Cabo em Portugal, que já ocupou o mercado nesta área de negócio, deve fazer pensar maduramente todos os possíveis incautos.
(Publicado na Media XXI nº 79, de Jan/Fev. de 2005)
beActive em Cannes
Diz a imprensa que a produtora de conteúdos beActive vai ser «a única representante portuguesa na prestigiada feira de programas de televisão e conteúdos de Cannes, a MIP TV». A beActive é uma empresa que se especializou no desenvolvimento e implementação de soluções de mobile marketing para jogos e serviços de entretenimento. Produz, entre outros, o Diário de Sofia, programa que vai para o ar diariamente em episódios de 5 minutos que narram o dia-a-dia da adolescente «mais popular de Portugal», segundo o site da RTP: «No final, o público é convidado a votar e a decidir o que a Sofia deverá fazer no próximo dia.» Ainda segundo a RTP, «devido à originalidade do formato e ao modelo de emissão, o Diário de Sofia será "case study" internacional no MIPTV, o maior mercado internacional de programas de TV, a realizar em Abril, em Cannes, tendo sido já alvo de artigos em prestigiadas revistas do sector, nomeadamente a influente Variety, e nomeado para os Mobile Entertainment Forum Awards em 2004, na categoria de Inovação.»
SIC sem emissão, mas com audiências
É o que conta uma peça do DN de hoje: «Emissão da SIC falhou 36 minutos mas 161 mil não mudaram de canal»: «A emissão da SIC sofreu uma avaria na quinta-feira ao final da tarde, entre as 1903 e as 19:40. Foram 36 minutos e 55 segundos com o ecrã a negro. No entanto, continuou a registar uma audiência de 1,7% durante este período, o que corresponde a um share de 6,5%, o que equivale a 161 mil pessoas com o televisor ligado neste canal.»
Acontecimento clássico, que nos dá uma das margens de erro da audimetria.
Responde Eco
Porque é que Berlusconi anunciou a retirada do contingente de tropas italianas do Iraque num programa de televisão e não no Parlamento? E porque é que Berlusconi afirmou depois que nunca tinha dito que iria retirar as tropas do Iraque?
Responde Umberto Eco, no DN, no artigo «Sob o regime do populismo mediático» : «Porque uma das virtudes dos meios de comunicação audiovisuais é que aqueles que os seguem (e não lêem a imprensa) já esqueceram no dia seguinte o que tinha sido dito no dia anterior e no máximo retêm a impressão de que Berlusconi teria dito algo de agradável.»
500 mil PSP’s
500 mil unidades em dois dias é obra. Foi o que a Sony vendeu nos Estados Unidos, de unidades da PlayStation Portable (PSP), também chamada de "walkman do século XXI". Cerca de metade do que se vendeu no Japão desde o lançamento. A Europa aguarda…
Encolheram a Televisão
Segundo o Finantial Times e de acordo com Andrew Robertson, presidente executivo da BBDO, os telemóveis serão o suporte publicitário por excelência, num futuro mais ou menos próximo.
Robertson sustém, com base num inquérito realizado pela BBDO a 3 mil consumidores, que os telemóveis e os computadores pessoais superarão a televisão como meio publicitário, uma vez que é cada vez menor o tempo dedicado a ver televisão face aos outros meios emergentes e que, segundo o inquérito, 45% dos inquiridos responderam preferir manter o computador pessoal como meio de comunicação privilegiado, 31% o telemóvel e apenas 12% a televisão.
Publicidade para crianças mais controlada em Espanha
Depois da entrada em vigor do código de co-regulação das televisões sobre conteúdos televisivos e infância, o Governo espanhol e a Asociación para la Autorregulación de la Comunicación (Autocontrol) acordaram, através de um documento interno, sobre um conjunto de critérios mais exigentes para garantir uma especial protecção das crianças enquanto destinatários da publicidade televisiva.
A Autocontrol é composta por anunciantes, agências, meios de comunicação, associações empresariais e empresas de serviços de comunicação comercial, que representam mais de 80% do investimento publicitário em Espanha.Etiquetas: TV e Criança
O Papa da Televisão
Karol Wojtyla é sobretudo o primeiro Papa da era da grande fragmentação do sistema televisivo a nível planetário. TV generalista, Cabo, Satélite, Internet, etc., facilitaram e divulgaram, como nunca antes tinha acontecido, a mensagem de João Paulo II. Acresce que a sua imagem carismática em muito contribuiu para a forte empatia que soube criar através dos media. Não admira, pois, que a este Vigário de Cristo, Sucessor de São Pedro, se esteja já a chamar «o Grande», ou o «segundo PAI». A memória (audiovisual) que dele vai ficar criará certamente, dele, uma imagem outra, que só será igualada se o seu sucessor souber passar a convicção e a fé, como ele a soube passar justamente através da Televisão (como se ela nunca estivesse presente…).
Lei Anti-Concentração e nova Autoridade Reguladora
O Governo pretende aprovar até ao Verão uma proposta para a criação da nova entidade reguladora da comunicação social. «A criação da nova entidade reguladora da comunicação social e a proposta contra a concentração da propriedade no sector são medidas que constam como prioritárias no programa do Governo», afirmou hoje o ministro Augusto Santos Silva. Um programa ambicioso, que provavelmente vai ter pela frente os próprios media e todos aqueles que pretendem que a regulação se faça pelo mercado.