26.12.08

Mais subordinações perigosas da LUSA

Boa matéria para a ERC esclarecer os cidadãos - e esclarecer-se a si própria - se fosse capaz. Matéria de elevada gravidade não lhe falta: um PR que a agência do Estado parece querer subordinar ao primeiro-ministro (como no tempo do fascismo, quando o "Presidente do Conselho" é que tinha prioridade de agenda), um ministro que intervém directamente junto da administração da Lusa...

Segundo o SOL ("Cavaco queixou-se duas vezes da Lusa", 20/12), “Cavaco Silva queixou-se de forma dura ao director da Lusa sobre o tratamento, alegadamente insuficiente, que esta agência noticiosa tem feito da Presidência da República (PR) nos últimos dois anos e meio (sublinhado nosso). Esta queixa, soube o SOL, foi feita pelo Presidente antes da já conhecida queixa sobre o tratamento feito pela Lusa à entrevista que deu ao Público, em 12 de Setembro (em que o PR clarificava a sua posição sobre o estatuto dos Açores).

“O PR indica as trocas constantes dos jornalistas que acompanham Belém e a cobertura de viagens suas ao estrangeiro por jornalistas que não pertencem à secção de Política. Luís Miguel Viana, director da Lusa e destinatário da missiva, não deu dela conhecimento ao Conselho de Administração, nem à tutela. Foi numa reunião tensa com o ministro da tutela, Santos Silva, que o presidente do Conselho de Administração da Lusa, José Manuel Barroso, tomou conhecimento do incidente. Ao ministro, terá dito que também se sentia ultrapassado por Viana.

“Nessa carta, Cavaco lamentava que em dois anos a agência já tenha atribuído a quatro jornalistas diferentes a cobertura da Presidência — parecendo indiciar que Belém tem pouca importância. (…)”.

Ainda:

Parlamento: Deputados questionam Luís Miguel Viana - “Discurso agrava intranquilidade” (CM, 18/12)

Mais uma vez a Lusa: mais cheiro a mofo e a censura

"Escandaloso" (Manuel Falcão, A Esquina do Rio, 24/11: "O que se tem andado a passar na agência Lusa está a começar a ser um escândalo. Uma agência noticiosa é suposta ser uma difusora imparcial e equilibrada de notícias, é suposta ser uma referência de isenção, insensível a manobras e pressões. Isto não é uma utopia, e embora a perfeição não exista, em algumas agências noticiosas ela está próxima. Durante uns anos (e não foram poucos), em Portugal, isso também aconteceu, nas diversas encarnações que a Agência Noticiosa nacional teve. Eu orgulho-me de ter estado mais de seis anos na Notícias de Portugal e, depois, no início da Lusa, e sei como existia um corpo de profissionais que defendia o respeito pelo Livro de Estilo, trabalhado a partir dos melhores exemplos internacionais. O que hoje se lê sobre o que se passa na Agência Lusa relata um cenário de pressões e manipulações e é espelho de uma sociedade e de um Estado que perdeu a noção da decência e não olha a meios para atingir os seus fins. No cerne da questão, quem está? O Ministro Santos Silva, claro."

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