Mais uma vez a Lusa: mais cheiro a mofo e a censura (act.)
O Director da Lusa tem-se desdobrado em explicações para defender que agiu assim porque considera que os jornalistas não são meros "copistas". Mas a questão não é essa. A questão é perceber-se porque é que foi justamente uma peça em que o PR criticava o governo sobre a questão do Estatuto dos Açores que originou o reparo do director aos seus jornalistas... E isso não precisa de explicação. Já todos percebemos porque é que foi assim. Convém, no entanto, recordar que as deferências mediáticas ao Primeiro Ministro, face ao Presidente da República, são coisas do tempo da outra senhora.
Entretanto chega mais informação. Noticia o CM online (21 Novembro 2008) que o Conselho de Redacção da Lusa diz que «'Estagnação' é palavra proibida» na agência:«O Conselho de Redacção (CR) da Lusa "estranha" o modo como a agência de notícias tem tratado alguns assuntos do País. Da proibição do uso da palavra estagnação, às críticas ao número de notícias sobre o computador ‘Magalhães’, são vários os pontos do comunicado do CR que sugerem ingerência na Informação da Lusa.
«No documento, a que o CM teve acesso, o CR "estranha que, no dia da divulgação das novas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), os jornalistas da economia tenham sido proibidos de utilizar a palavra ‘estagnação’ [no título e no lead], para qualificar a evolução de 0,1% prevista para o PIB português em 2009". Para o CR da Lusa, "a interdição de utilização do termo estagnação naquela notícia surge com contornos censórios", causando uma "profunda preocupação". No documento lê-se que o director da Lusa, Luís Miguel Viana, "não percebe onde é que o CR quer chegar com a menção de ‘contornos censórios’".
«A cobertura noticiosa das "campanhas de marketing do Governo" também foi criticada pelo CR, nomeadamente a entrega do computador ‘Magalhães’ nas escolas. A Lusa "acompanhou grande número de membros do Governo, com um número exagerado de notícias de agenda". Além disso, o CR considera que a agência "tratou muito tarde a Informação de que o ‘Magalhães’ não era um computador exclusivamente português". O director da agência admitiu ao CR ter sido por sua iniciativa "que foi elaborada a notícia sobre o computador peça a peça, reconhecendo que a notícia acabou por sair demasiado tarde".»
Ainda: Esclarecimentos sobre um comunicado do conselho de redacção: Bloco quer ouvir director de Informação da agência Lusa no Parlamento (Público online/Lusa 21/11); Partidos querem ouvir Viana (CM online, 22/11); Serviço da Lusa degradou-se, afirma Conselho de Redacção (DN, 22/11)
Etiquetas: Censura, Controlo dos Media
1 Comments:
anda tudo muito proecupado com eventual governamentalização da Lusa, que nem nego,mas já parecem achar muito bem que o PR lá meta o bedelho
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