29.9.08

32 meses depois... para que serve mesmo a ERC?

ERC admite tomar medidas se se mantiverem programas de comentário político apenas do PS e PSD (Sol online, 29/9/08): «A entidade reguladora dos media admite tomar medidas contra a RTP se esta mantiver programas de comentário político afectos apenas ao PS e PSD, apesar de já ter sido avisada que a bipolarização afecta as obrigações de serviço público

«O alerta é dado no relatório de avaliação do pluralismo político-partidário da estação pública no primeiro semestre, hoje divulgado, no qual a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) avisa para a possibilidade de serem adoptadas «medidas adicionais» e insta a RTP a promover uma representação mais plural nos programas de comentário político «no curto prazo».

«O documento intercalar refere-se à manutenção de uma situação criticada no relatório sobre o mesmo tema relativo a 2007, no qual a ERC considerava que a existência na RTP de apenas dois comentadores políticos, um do PSD e outro do PS, podia contribuir para um reforço da representação bipolar do sistema político.

«Na altura, o organismo regulador afirmou que «a existência de apenas dois programas de comentário político - 'As Escolhas de Marcelo Rebelo de Sousa' e 'Notas Soltas de António Vitorino' - protagonizados por dois comentadores com ligação um ao PSD e outro ao PS, não corresponde a uma representação plural do campo político-partidário».

Entretanto... há 32 meses atrás:

Membros indigitados para novo regulador dos media criticam comentário político da RTP (Público online, 25.01.2006): «Dois dos quatro membros indigitados para o conselho regulador da entidade que irá controlar o sector dos media criticaram hoje, em comissão parlamentar, o modelo de comentários políticos da RTP, que consideraram "insatisfatório" e "redutor".

«Para Estrela Serrano e Rui Assis Ferreira, o facto de os comentários políticos serem feitos apenas por duas figuras proeminentes dos dois principais partidos – Marcelo Rebelo de Sousa, do PSD, e António Vitorino, do PS –, representa uma situação "insatisfatória".

«A ex-jornalista defendeu mesmo a necessidade de ser feita "uma análise atenta" pela Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), no sentido de se saber se estão a ser cumpridas as exigências de pluralismo de informação inerentes ao serviço público de televisão.

«Assis Ferreira, antigo membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social, reforçou a crítica, classificando a situação como "redutora" e recordando que a entidade reguladora ainda em vigor já recomendou por diversas vezes à RTP a alteração do modelo de comentário.»

Ver ainda:

Violação do dever de pluralismo da RTP (2002-2008)

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