5.3.08

VGM e os (altíssimos) custos da RTP para Portugal

Vasco Graça Moura, hoje no DN, Televisão do Estado e Publicidade: «(...) A televisão do Estado não deve ter publicidade, nem subordinar-se aos imperativos desta. Não deve ser vista como "concorrente" das televisões privadas no sentido da disputa imediata das audiências, mas como alternativa diferente, com uma missão de outra natureza, apostada em informar, formar e entreter com o nível máximo de qualidade possível, sem factores perturbadores da consecução de tais objectivos. E tudo isto implica a criação de mecanismos que a impeçam de ser mera caixa de ressonância do poder político ou de estar ao serviço deste.

«Sai muito caro? Não será a primeira nem a última vez que isso acontece. O que importa é decidir sobre se a televisão do Estado deve estar exigentemente ao serviço da formação e do esclarecimento dos seus públicos, mesmo que estes não sejam quantitativamente comparáveis aos das televisões privadas, ou se deve ser mais um catalisador da mediocridade como tristemente continua a ser em muitos momentos nobres.

«E, neste aspecto, o problema não se deve escamotear, atirando uma decisão final do Governo lá para 2019, depois de teoricamente estar paga a dívida da RTP. Tem de haver ideias claras quanto aos desígnios políticos, analisando-se entretanto como é que se deve proceder para dar solução às questões práticas, entre elas a da dívida, se se optar pela dispensa da publicidade.

«O nível educacional e cultural do nosso país é actualmente tão baixo que os custos decorrentes de se acabar com a publicidade na RTP serão ainda assim muito inferiores ao preço terrível que várias gerações, sobretudo as mais jovens, já estão a pagar e pagarão no futuro se não houver uma inflexão radical do presente estado de coisas. Essa é que é a verdadeira questão política.»

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