1.7.09

O horror televisivo

«Sobre a televisão» (Paulo Tunhas, ionline, 1/79: Dias e dias em frente à televisão mergulham um ser humano numa infelicidade intensa. O melhor é mantê-la a uma distância prudente. Há algo que não estou disposto a perdoar facilmente a este jornal. É o tempo - semanas - que por causa desta coluna me impus passar em frente da televisão para tentar perceber melhor os nossos queridos políticos. Desde essa altura, os meus únicos momentos razoáveis são quando, em estado de desespero, transito para um canal de animaizinhos e vejo, pela milésima vez, um bando de crocodilos a mordiscarem delicadamente uns simpáticos búfalos que atravessam o rio em manada. Ou girafas. Ou térmitas. Ou varanos-de-komodo. Disso gosto, confesso. O resto é o horror. E não me refiro apenas às doses cavalares de notícias sobre futebol, que neste momento giram, não só em torno de Ronaldo, mas também dos "reforços" dos clubes. Sobretudo do Benfica. É sempre sobretudo do Benfica, mas nesta altura do ano é sobretudíssimo do Benfica. Nem aos minuciosos detalhes da carreira e da morte do horrível Michael Jackson. Falo também dos políticos. Tomemos o exemplo dos debates parlamentares. Por uma convenção tácita qualquer, ninguém faz perguntas directas e curtas, que pressionariam o primeiro-ministro a responder à questão.»

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