25.6.09

"Insulto" à PT, ou o feiticeiro refém do feitiço

Zeinal Bava: "Sugestão de instrumentalização é um insulto para nós" (ionline, 25/6): «O CEO da Portugal Telecom negou que a eventual entrada no capital da Media Capital, da TVI, vá servir para instrumentalizar o canal televisivo. "É um insulto para nós" considerarem isso, defendeu Zeinal Bava. O líder da Portugal Telecom, em entrevista à RTP, apontou que "as insinuações que vamos instrumentalizar a TVI é um insulto para nós enquanto profissionais", lembrando que a PT foi dona de 40% da Sic Notícias, sem nunca ter influenciado as decisões desse canal.»

É provável que Bava não respondesse a Sócrates, mas se alguém acusou a PT de "instrumentalizável" foi Sócrates em 2004, ainda na oposição, a propósito do poder da PT nos media... (ver Público de 25/6/09 e Jornal da Noite da SIC de 25/6/09).

Ver a propósito "Coragem intermitente", Daniel Oliveira, Blog Barnabé, novembro 05, 2004: «(“Nunca nos passou pela cabeça que a PT pudesse ser uma empresa tão instrumentalizável”. José Sócrates) A compra da Lusomundo pela PT foi feita no tempo do governo de Sócrates. Dizer que não sabia que seria assim? Sócrates é um bocado sonso, mas há limites. Além de que o problema não é apenas a participação do Estado. É a TV Cabo estar nas mesmas mãos de quem tem a rede telefónica. É a PT ter dois dos três jornais mais importantes. É ter uma das maiores rádios. Também não se apercebeu desse perigo ou a coragem política só existe em tempos de oposição? E já agora, pretende travar a concentração da propriedade dos media dos privados, ou isso é perigoso mesmo para quem só está na oposição?»

Debate sobre concentração dos "media". PS quer "reprivatizar" império mediático da PT (Público online, 05.11.2004): «O PS vai apresentar um projecto de lei que, a ser aprovado, obrigará a Portugal Telecom (PT) a abrir mão da propriedade dos meios de comunicação social que detém através da Lusomundo ("JN", "Diário de Notícias", TSF, "24 Horas", entre outros). A intenção foi ontem anunciada pelo secretário-geral do PS, José Sócrates, que assumiu a ligação directa deste anúncio à saída de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI. "O caso é grave, chegou o momento de agir", disse. (...)

Continuava Sócrates: «"Fomos aprendendo muito ao longo do tempo" e "nunca nos passou pela cabeça que a PT pudesse ser uma empresa tão instrumentalizável", disse o líder socialista para justificar o facto de ter sido num Governo do PS (o segundo liderado por António Guterres) que a PT comprou a Lusomundo. Nessa altura - acrescentou ainda - "fazia sentido que empresas ligadas à distribuição tivessem também conteúdos".» Pois...

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