A conformação de Santos Silva face ao défice de Serviço Público da RTP1
Repare-se sobretudo no final do texto do ministro - A informação e a programação do serviço público de televisão, uma peça reflectida, mas com uma plástica muito própria que não deixa de ter as suas evidentes perversidades.
"O primeiro canal deve contactar com o grande público, propondo-lhe cinco coisas fundamentais.
"A primeira é o acesso a acontecimentos que projectam a imagem colectiva ou sublinham os valores constitutivos da identidade nacional ou exprimem tópicos e factores de coesão social, ou fazem tudo isto ao mesmo tempo, trate-se da selecção nacional de futebol ou dos bens e práticas patrimoniais, trate-se de grandes competições desportivas ou de espectáculos artísticos.
"A segunda coisa é o acompanhamento regular do espaço e da comunidade de cidadania, desde as grandes celebrações e símbolos cívicos até aos momentos capitais da actividade das instituições e do jogo democrático.
"A terceira coisa é entretenimento e recreação que respeitem a dignidade humana e os direitos de personalidade, que cumpram o que, se me derem licença, designarei como padrões de decência - não definidos à maneira do moralista, mas sim justamente a partir da carta de direitos humanos, com especial atenção aos interesses das crianças e menores, bem como das pessoas em situação de maior vulnerabilidade, designadamente por causa da sua solidão.
"A quarta coisa é produção audiovisual que se não limite ao fluxo, que resista à usura do tempo e ao consumo instantâneo, e que trabalhe, e por aí difunda a cultura portuguesa - tais como obras de ficção, séries históricas, documentários criativos.
"A quinta coisa é interacção de entretenimento e formação, valorizando os espaços de recreação que ao mesmo tempo configurem aquisições, por mínimas que sejam, de alguma informação e algum conhecimento, como concursos com conteúdo didáctico.
"(...) A experiência tem mostrado que há um público para esta filosofia de programação, um público que a escolhe em alternativa às programações comerciais e às eruditas. Um público que quer ver grandes espectáculos desportivos, de preferência os jogos dos seus clubes, quer assistir aos concursos e animações conduzidas pelos seus entertainers favoritos, que escolhe os seus ícones e os acarinha, que preza a informação, o comentário, o debate, e que não desliga o aparelho quando começa o programa do provedor do tele-espectador ou o apontamento sobre o uso correcto da língua portuguesa. Um grande público que tem recompensado a RTP-1 no esforço que ela foi fazendo para criar uma alternativa no universo do entrenimento televisivo e, acredito, recompensa-la-á ainda mais se esse caminho se consolidar e aprofundar."
Afinal... Como será que a RTP1 cumpre a Lei da TV e o Contrato de Concessão?, ou, aparentemente - segundo a lógica de Santos Silva -, não terá que o cumprir se outros (RTP2, etc) o cumprirem por ela?...
Etiquetas: Serviço Público
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