ERC: "Braço armado de uma maioria"
O problema da desconfiança sobre a independência da ERC mantém-se, no entanto. Para além dos curricula dos seus membros terem que ser vistos sobretudo à luz do curriculum de nomeações políticas e/ou governamentais e assessorias que tiveram no passado, a verdade é que dado que o processo de cooptação do Presidente da ERC nunca foi clarificado de modo cabal e absolutamente transparente, mantém-se ainda a suspeita na opinião pública de que ao não terem sido enunciados, por exemplo, procedimentos e critérios de cooptação, perfis de personalidades do sector, ao não terem sido anunciados nomes e curricula de professores e/ou investigadores seniores especialistas em comunicação social e enfim de outros cooptáveis propostos pelos diferentes cooptantes, ao terem aparecido notícias nos media de que o nome do Presidente vinha consensualizado a priori dos aparelhos partidários e do Governo, logicamente que a instituição ficava gravemente manchada na sua própria origem. Sabendo-se ainda que a pessoa em causa não era sequer especialista do sector mas sim em Política Internacional, e que havia colaborado com o gabinete do ministro Morais Sarmento (e isto à revelia do próprio regulador - a então AACS) e depois também com Santos Silva, num processo de co-regulação televisiva entre os governos do PSD e do PS e os grandes grupos de media portugueses, dando ao ministro Santos Silva "informações muito positivas" do sector televisivo numa altura em que a televisão generalista em Portugal atravessava (e atravessa) uma fase extremamente crítica sob o ponto de vista do pluralismo, do debate político, social e cultural e da diversidade de programação, então perceber-se-á um pouco mais sobre este "braço armado", ferido dessas dependências várias na sua própria origem que mancham indelevelmente a instituição.
Etiquetas: Controlo dos Media, ERC, Regulação
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