Nós, os 'cidadãos-repórteres'
Um dos temas fortes de «Nós, os Media», de Dan Gillmor, é precisamente o enfoque no facto dos media em geral começarem «a ver os seus poderes ameaçados devido às consequências da crescente facilidade com que se acede à Internet e às ferramentas que ela disponibiliza a custos reduzidos. Invertendo os papéis, esta nova revolução tecnológica, permite que os utilizadores passem a ser eles próprios produtores de notícias e outros conteúdos, dando origem a uma espécie de jornalismo cívico.»
Gillmor refere a panóplia de canais, desde os chats, os fóruns, listas de emails, messengers e weblogues, como integrando essa autonomização do cidadão anónimo, esbatendo-se assim «antigas fronteiras, para se caminhar num sentido em que a reportagem ou a produção de outros conteúdos será dialogante, sem regras impostas e se parecerá com uma imensa sala de conversa.»
Gillmor alerta em «Nós, os Media» para potencialidades e perigos do novo paradigma, reconhecendo, em recente entrevista ao Público (Mil Folhas, 5 de Fevereiro), que este livro resultou em boa parte do facto de ele próprio ter aprendido que os seus leitores sabem mais do que ele... «e que era possível conversar com eles em vez de lhes dar lições.» À pergunta «como é que vê os media dentro de dez anos?», Gillmor responde: «Acho que vamos ver muito mais "media" criados por pessoas que antigamente eram apenas audiências. Não-profissionais vão-se juntar com profissionais e transformar-se em repórteres-cidadãos.»
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