O "combinado", velho género "jornalístico"
"Ou a senhora ministra dá uma explicação cabal sobre esta matéria ou o PSD vai chamá-la à 12ª Comissão para saber que tipo de combinações a senhora ministra costuma ter com jornalistas ou teve neste caso», anunciou o deputado social-democrata Luís Campos Ferreira, no Parlamento.
"O Correio da Manhã de hoje noticia que, durante a apresentação do plano de combate à SIDA nas escolas, no Centro Nacional de Cultura, em que estavam presentes as duas ministras, um jornalista da RTP tentou questionar a ministra da Educação sobre os protestos dos professores.
"Segundo o Correio da Manhã, Ana Jorge reagiu à pergunta, dirigindo-se ao jornalista e dizendo-lhe: «O quê? O senhor não sabe o que está combinado? Que hoje só pode fazer perguntas sobre esta cerimónia e sobre o plano de combate à SIDA nas escolas? Ainda por cima é a RTP, a televisão pública, a fazer uma coisa destas. E, depois, logo à noite, não sai a reportagem».
"Para o deputado do PSD Luís Campos Ferreira, «das duas, uma: ou isto é uma inabilidade da senhora ministra ou faz parte de uma escola do Governo e do senhor primeiro-ministro, Governo este que quer construir uma boa imagem à custa do direito à informação, da limitação da liberdade de imprensa»."
OS POLÍTICOS E OS MICROFONES (Mário B. Resendes, DN, 20/12): "Inaceitáveis são as palavras atribuídas à ministra da Saúde, não só por revelarem manifesta incompreensão daquele que é o dever de um jornalista, mas também pela implícita "funcionalização" de um profissional da RTP: aparentemente, para Ana Jorge, a estação pública deveria estar ao serviço do poder político. Lamentavelmente, este episódio quase não teve repercussão pública, com a honrosa excepção de um deputado do PSD, Luís Campos Ferreira, que abordou o caso no Parlamento. Da parte do Sindicato dos Jornalistas, que se desse por isso, nem uma palavra de protesto..."
Etiquetas: Controlo dos Media
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