RTP1: Hoje não há 25 de Abril, hoje é mesmo tudo do 24 de Abril
O cidadão chega a casa, 24 de Abril, ao fim da tarde. É justo que espere por um perfume - por leve que seja - do 25 de Abril. Tê-lo-á, mas já a 25, entre a 1h10 e as 6h05 da manhã (!). Se pensar qualquer coisa como "Estão a gozar comigo", pensa bem. Pois os responsáveis (?) pelo serviço público de televisão destinaram para esta noite nada mais nada menos do que 3-concursos-televisivos-3!, a saber:19:15 - EM FAMÍLIA COM FERNANDO MENDES
21:20 - A HERANÇA
22:35 - PROVA DE AMOREstes atentados à inteligência das pessoas voltam a fazer-nos recear pela dignidade, pelos princípios e pelos valores que este Serviço Público de Televisão deveria ter, mas teima em não os querer ter.
2 Comments:
Caro Prof. Rui Cádima,
O seu comentário foi manifestamente escrito antes de uma avaliação mais atenta. Acontece. Se verificar a oferta de programação da RTP1, da 2: e da RTPN aolongo do dia 25 vai encontrar muitos conteúdos, de diferentes géneros alusivos à data. O mesmo não se pode dizer da oferta dos operadores privados cujos compromissos para utilizarem um bem público são invariavelmente minimizados. A RTP está longe de ser perfeita e eu sei isso muito bem mas convivo com dificuldade com a crítica ligeira. Como disse noutras ocasiões o problema crucial dos conteúdos do Serviço Público em Portugal é o que está ainda em falta. Não o que tem. Muito menos os concursos.
Cumprimentos
Nuno Santos
Director de Programas da RTP
Caro Nuno Santos,
Não tenho dúvida de que o Nuno Santos tem feito esforços válidos no sentido de dar mais qualidade à grelha da RTP1 (é a que interessa, não podendo servir os outros canais de álibi para o que o canal 1 não faz).
Penso é que enquanto a RTP1 não conseguir chamar, mesmo que lentamente, as centenas de milhar de telespectadores que tem para uma grelha diversificada, de inequívoco serviço e interesse público, no acesso ao TJ e no imediato pós-TJ (remetendo para o late-night esses segmentos, quando os tem), não cumpre o Contrato de Concessão, falseia o princípio do SPT e deslegitima-se.
A democracia portuguesa, ao fim destes 32 anos, estaria mais forte e o país estaria certamente melhor (também as privadas) se os princípios da qualidade, da diversidade e o debate público plural e frontal, tivessem feito da RTP1 a referência que todos nós – e sobretudo aqueles que não têm mais nenhuma alternativa - necessitamos que ela seja (e começámos a necessitar disso logo a 26 de Abril de 1974, mas sem grande sucesso).
Um abraço,
FRC
Enviar um comentário
<< Home