3.2.05

Sócrates vs. Santana: o único impacto assegurado é o mediático


Segundo o Diário Económico de hoje, o único frente-a-frente entre os candidatos a primeiro-ministro, José Sócrates e Santana Lopes (logo à noite na SIC e na 2:) é importante, mas não decisivo: «O debate de hoje não será decisivo na influência dos eleitores, mas poderá ajudar alguns eleitores a decidirem-se, consideram os especialistas.»
Carla Castro recolheu diversos depoimentos, entre os quais alguns do próprio escrevinhador:
«O maior risco é que a conversa resulte na discussão de assuntos lateriais da pré-campanha, deixando o essencial das propostas por esclarecer.
«“O impacto mediático está assegurado. O político não. É necessário que os jornalistas consigam que os candidatos em vez de se dispersarem, discutam as suas divergências programáticas”, defende José Bragança de Miranda, professor na Universidade Nova de Lisboa.
«“Para ganhar eleições não é fundamental, mas o número dos que poderão mudar de opinião é sempre muito maior que o que é conseguido em qualquer outra iniciativa política, embora signifique pouco em termos de percentagem”, defende o crítico de televisão Eduardo Cintra Torres.“Os candidatos têm que tentar ganhar eleitores, mas também manter os que já conquistaram. Daí que é de esperar que os discursos de aproximem, muito ao centro, para abrangerem mais público”, defende Rui Cádima, também professor Universidade Nova.
«Considerado melhor orador que José Sócrates, Santana Lopes nem por isso se perfila como o vencedor. Os seus dotes oratórios “também são o seu calcanhar-de-aquiles, porque ele escorrega no púlpito”, argumenta Rui Cádima.
«Segundo este professor da Nova, o seu bom desempenho nos congressos do PSD não se está a traduzir na pré-campanha. “As suas qualidades e competências falham quando tenta convencer os eleitores”, sublinha. Daí que Rui Cádima considere que o actual primeiro-ministro pode até vir a ser o mais prejudicado e adianta que se fosse seu conselheiro o aconselharia a “reflectir bem sobre o que vai dizer”. Uma coisa que Sócrates faz bem demais e chega a perceber-se que “estudou a cartilha e é tudo demasiado ensaiado”.»

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