11.4.06

De Mackenzie Allen a Hillary

Commander in Chief (Senhora Presidente, SIC, quartas): Por muito que Hillary Clinton possa já ser uma potencial presidenciável - e assim seja vista aos olhos de uma boa parte dos americanos -, não há nada como 'naturalizar' o conceito. E aí, a televisão é, por excelência, o meio para que isso seja conseguido. Muito embora a ascensão de um a mulher à liderança da Casa Branca seja uma total inversão do paradigma político, tradicionalmente conservador, em geral nos Estados Unidos, a verdade é que Commander in Chief será um momento particularmente favorável ao acolhimento dessa nova experiência.

Não só pelo facto dos presidentes-homens mais recentes, por razões distintas, não se terem comportado devidamente perante uma boa parte da opinião pública norte-americana, como também pelo facto da actual série Commander in Chief ter aparentemente na sua trama, os requisitos elementares para funcionar com uma espécie de tapete vermelho para a mutação de Mackenzie Allen (Geena Davis) em Hillary Clinton.

Commander in Chief é nos Estados Unidos, um programa muito visto e discutido, todos os dias os media tratam o tema, na Net há diversos 'Forum' muito participados, o 'efeito' está naturalmente assimilado, de forma que visto daqui parece que um primeiro objectivo está conseguido, isto é, o conceito tornou-se tema de debate público e, claramente, sem ingenuidades, nos EUA as pessoas até reconhecem que este «show is not just entertainment but a political statement».

Para além do mais, como reconhecia o Boston Herald, «Mackenzie Allen has America's vote». O resto vem por acréscimo, ou seja, as mentalidades mais conservadores não têm mais a fazer senão adaptar-se à ideia. Depois se verá como acaba a história.
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