Informação SIC: 'evolução na continuidade'
Recorde-se a célebre 'instrução' de Alcides Vieira que numa reunião de redacção da SIC, filmada por Mariana Otero no seu documentário 'SIC - Cette Télévision C’est la Vôtre' (Arte, 1997), afirmava que «O Jornal da Noite faz parte de uma estratégia de programação da SIC – e se a estratégia de programação da SIC disser que o jornal tem de ter uma hora, nós temos que arranjar maneira de fazer o jornal com uma hora, nem que se perca qualidade. Porque a estratégia é o mais importante»… uma estratégia que afinal respondia aos objectivos da direcção de Emídio Rangel, que obrigava a gestão de antena, no duelo com a RTP1, a manter o Jornal da Noite contra o Telejornal e a novela da SIC contra a novela da RTP, «dure o tempo que durar», conforme afirmava também no documentário de Otero. Alcides Vieira falava então da redução da qualidade do Jornal da Noite, sendo interpelado pelo pivot da estação, José Alberto Carvalho, que defendia tese contrária: «Acho que não iremos a lado nenhum e digo-o convictamente – posso explicá-lo por A mais B –, enquanto não tivermos uma estratégia definida para o jornal – em termos de tempo exclusivamente (…) Enquanto a nossa única estratégia for cobrir o que faz o Telejornal acho muito difícil que possamos estimular o trabalho das pessoas. Nunca se sabe se são precisos 40 minutos ou se é preciso uma hora. (…) Aconteceu uma coisa calamitosa que foi meter seis ‘fait-divers’ seguidos ‘pescados’ de emergência, com os mesmos pivots que tinham entrado de manhã... Não dá para ver…».
Oito anos depois, a 'grande' evolução é na 'continuidade': a estratégia manda e a informação obedece. E o País assiste...
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